LXV

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Voltei!

Como sempre, peço desculpas pela demora. Gostaria de poder atualizar com mais frequência, mas tive algumas intercorrências nos últimos meses, sem falar que precisava terminar o capítulo de Destino Sombrio pra poder postar antes do ano acabar, hehe!

Apesar de ter enfrentado um pequeno bloqueio criativo, consegui finalizar o capítulo e confesso que fiquei bastante orgulhosa do resultado! :D

Muitíssimo obrigada a quem leu, votou e comentou no capítulo anterior! <3

Espero que gostem!

Boa leitura! <3

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Quando se está em meio a uma guerra, lutando várias batalhas seguidas na linha de frente, chega um momento em que você para de contar e classificar os ferimentos na tentativa de determinar o mais doloroso ou grave. Os Vigilantes, particularmente, já haviam desistido de contar as experiências de quase morte às quais sobreviveram.

Ainda assim, certas situações ficam marcadas, seja pelo choque diante da inesperada sensação de morte iminente, seja pelo genuíno medo de não haver escapatória naquela vez.

Ironicamente, toda a cena que se desenrolou no topo da Torre Oeste ficou marcada na memória de Jeongguk pelos dois motivos, somados à desagradável sensação de ser traído por alguém em quem confiava. Dentre todas as situações desesperadoras das quais saiu com vida, aquela em específico lhe despertou um medo descomunal no momento em que ouviu Namjoon afirmar que não tinha magia para curá-lo.

Muitas emoções o preenchiam ao mesmo tempo, desde o medo de perecer ali até a tristeza em deixar todos para trás. Deixar Jimin para trás. Quando se permitiu cair na inconsciência, Jeongguk rezou silenciosamente para não morrer, mas sentiu sua mente se preencher em tamanha leveza e a dor desaparecer tão de repente que, por um instante, acreditou que partiria para os braços de Ytuna.

Por um momento, ele acreditou ter tido tal vislumbre. Podia ter sido apenas um sonho distante, mas nem mesmo seu mais agradável sonho trouxe uma sensação tão aconchegante. Por mais profundamente que pudesse adormecer, nunca sentiu com tanta precisão a maciez da grama sob sua pele, nem o acolhedor cheiro úmido do orvalho. O vislumbre do mais colorido jardim que já viu em toda a sua vida ficou gravado em sua memória, junto a uma voz doce e profunda, que reverberou por todo aquele cenário como uma canção de ninar.

"Acorde, criança", Jeongguk sentiu-se envolvido, quase abraçado, mesmo parecendo estar sozinho. "Ainda há muito a fazer".

De repente, estava escuro novamente, mas Jeongguk já não estava com medo. A dor estava parcialmente ausente, mas os sons ao seu redor estavam mais audíveis. Podia distinguir as vozes calmas de Seokjin, Taehyung e Yoongi. Sentia cheiro de chá e sálvia. Seu corpo repousava confortavelmente, envolto em lençóis macios, numa superfície acolchoada. Acima de tudo, Jeongguk sentia um toque carinhoso e familiar, acariciando gentilmente a pele de seu rosto.

Sentindo-se leve como se estivesse apenas despertando de um longo e merecido descanso, ele se moveu devagar sob os lençóis. Aquele toque reconfortante em seu rosto fez menção de cessar, mas Jeongguk instintivamente trouxe sua mão para perto, envolvendo a de Park Jimin com um pequeno sorriso.

Lentamente, ele abriu os olhos, acostumando-se com a suave iluminação do local em que agora repousava enquanto encontrava o olhar amoroso de Jimin preso em si. Seu sorriso se alargou ao vê-lo também sorrir, sem cessar a carícia suave que fazia em seu rosto até então.

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