P.O.V - JASON BRODEUR:
Estava começando o segundo ano, todos estávamos muito empolgados com a volta das aulas, pelo menos alguns de nós. Era o primeiro dia de aula depois das férias de verão, tempo esse que eu havia viajado para Salt Lake, ficar as férias com a minha vó, que insistiu que eu fosse vê-la pela última vez. Ela estava muito doente, e tinha certeza de que iria morrer, e eu, como bom neto, fui fazer companhia. Foram as melhores férias da minha vida. Nós passávamos as tardes comendo biscoitinhos e tomando café, enquanto assistimos todas as temporadas de pequenos confeiteiros.
Me despedir foi a pior parte. Eu senti um aperto no meu peito, e pela primeira vez eu fiquei com medo de que algo acontecesse. Medo de não ver ela mais uma vez. E por alguns minutos antes de partir, eu senti que deveria ficar mais, porém não podia, nem apenas pela escola, mas por mim mesmo.
Eu estava no laboratório de ciências, sentado em uma das mesas, esperando os outros alunos, e o professor. Eu tinha entrado na sala mais cedo, passei metade daquela manhã tentando fugir do Félix e do Andrew, eles têm me enchido para ir em uma tal festa que ia rolar, mas não estava muito disposto.
Perdido em meus próprios pensamentos, me virei para a porta no momento em que ela foi aberta, revelando um lindo garoto, com um físico perfeito, cabelos castanhos, e olhos cor de caramelo. Eu venho observando ele há mais de um ano, mas nunca tive coragem o suficiente para falar com ele. Observar as pessoas é melhor do que falar com elas. Mas algo dentro de mim dizia que eu precisava ir ter a ele.
"Esquece isso Jason". Eu repetia para mim mesmo, mas ver aquele garoto tão lindo me olhando do outro lado da sala, foi o aval que eu precisava para ir até ele, e quando menos percebi, já estava diante do seu corpo, vendo suas orbes me encararem em confusão.
── Oi, eu sou o Jason ── disse depois de um tempo, minha voz ainda saiu arrastada.
── Eai cara, pode me chamar de Chris, mas meu nome é Christoffer ── vi ele responder rapidamente, e me azarei por estar parecendo um babaca ali, então quando ele estendeu a mão em minha direção, eu retribuí o ato ligeiramente.
── Já tem uma dupla pra aula? ── perguntei depois de soltar sua mão, e continuar parado ali.
── Não. Na verdade eu não conheço muita gente, quer ficar aqui comigo? ── quando ouvi aquela pergunta, quase pulei de empolgação, oh céus, esperei tanto por esse momento, que apenas consegui assentir, talvez um pouco exagerado da minha parte, julgando pelo seu olhar.
Não trocamos muitas palavras depois disso, eu fui até a mesa que eu estava, e peguei minhas coisas, me acomodando ao lado do garoto.
Uns dez minutos mais tarde, a sala já estava com bem mais alunos, não muitos, já que era somente o primeiro dia, e vários ainda nem tinham chegado de viagem. Nós praticamente não nós falamos nesse tempo sozinhos, ele estava com o celular na mão, rindo o tempo inteiro, confesso que fiquei curioso para saber com quem ele estava conversando, será que ele tinha uma namorada, ou namorado, oh! Essa ideia me assustava muito.
Imagina ser afim de um cara por um ano inteiro, e mais tarde descobrir que ele namora?
Na metade da aula ele ainda respondia as mensagens que tiravam tanto seu foco, e quase não prestava atenção no que estávamos fazendo, poderia explodir o laboratório a qualquer momento, por isso decidi perguntar.
── Você namora? ── Eu já estava me espancando mentalmente, mas sua risada me tranquilizou um pouco, poderia ser um bom sinal.
── Não. Como eu te disse, não sou sociável o bastante para arrumar alguém ── obrigado, deuses.
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Just ten minutes [LGBTQIA+]
RomanceOBRA CONCLUÍDA Anthony é um estudante do ensino médio, em uma nova escola e uma nova cidade. Tudo estava indo bem, até ele conhecer Félix, o garoto popular, jogador de basquete. E juntos então descobrem que nada é o que parece, e quem você acha que...