FÉLIX SALAZAR - P.O.V:
Ao que a voz da mulher soava pelos meus ouvidos, senti todo meu corpo entrar em um transe, meu amigo, que conseguira ouvir um pouco da conversa, levou uma das mãos até o meu ombro, como apoio, sabia que aquilo foi duro pra mim, era algo que eu estava evitando ouvir, e em parte me sentia culpado, por não estar lá pra evitar que acontecesse.
Aquilo não podia estar acontecendo, eu estava destruído.
── Eu estou indo, Beth ── foram minhas únicas palavras antes de desligar a chamada.
── Ei, vai ficar tudo bem ── O garoto ao meu lado disse, e eu assenti
── Claro que vai, se não ficar tudo bem eu não vou suportar seguir ── Em um tom de voz arrastado. Eu me levantei do sofá, e desliguei a televisão. ── Vamos. Ele disse que não quer falar com ninguém além de mim ──
Após pedir um minuto para ligar para os seus pais, meu amigo se afastou, e eu aproveitei pra subir até o meu quarto e pegar um casaco, pois passaria a noite no hospital, se fosse preciso.
Quando a tia Beth me ligou, ela disse que o Anthony estava trancado no quarto desde que eu saí, mas quando ela abriu a porta para chamá-lo para o jantar, ele estava caído no chão, em sua mão estava um frasco de comprimidos, sendo vários já ingeridos, ela disse que ele ainda não estava inconsciente, mas que seu corpo já não respondia aos seus movimentos, por isso ele fora levado para o hospital rapidamente.
Ele havia tentado tirar a sua vida logo após eu sair de sua casa, e isso fez com que eu pensasse ter parte da culpa, afinal, era o que melhor se encaixava.
Ao descer novamente para a sala, meu amigo já esperava, então seguimos para a Garagem, onde estavam os carros, ambos optamos pelo dele, já que o mesmo não conseguia dirigir no meu, e eu não estava com cabeça para isso.
Assim que adentramos o carro, eu peguei o celular para ligar para o meu pai, avisando que talvez eu passaria a noite fora, então expliquei toda situação rapidamente, e ele disse que sendo assim, passaria a noite fora também, e mandou melhoras para o Anthony.
Jason dirigia rápido, pois sabia que eu estava agoniado para chegar logo ao hospital. Meu coração estava acelerado, não do jeito bom, óbvio que eu estava preocupado com o meu menino.
Apesar do tempo frio, eu estava suando, queria mais notícias, por mais que soubesse que ele já estava bem. Fizeram uma lavagem nele, para assim sair qualquer resíduo dos comprimidos ingeridos, e disseram que antes dele dormir, o mesmo garantiu que só fala comigo, não quis falar nem com os seus pais, então minha maior função era convencê-lo a parar de ser cabeça dura.
Quando o carro entrou na rua do hospital, eu já me ajeitei no banco, levando minha mão para a trava da porta. Conforme íamos chegando mais perto, a velocidade do carro era reduzida, até parar completamente em frente ao local, e eu não tardei em descer rapidamente.
── Te encontro lá dentro ── avisei a Jason, antes de praticamente correr para dentro do lugar.
Passei por algumas pessoas que me olhavam, indo diretamente para a recepção, e como esperado, não me deixariam entrar sem que algum familiar viesse autorizar.
── É o meu namorado que tá lá, eu tenho o direito de vê-lo ── bradei desesperado para a mulher atrás do balcão.
── Se o senhor não se acalmar, serei obrigada a chamar os seguranças para colocá-lo pra fora ── eu apenas assenti, pegando meu celular e enviando diversas mensagens para a Tia Beth, que se quer viu alguma.
Ao passar alguns minutos, meu amigo veio da entrada em minha direção, me olhando confuso, e eu expliquei tudo para ele, que tentou falar com o Chris no mesmo momento, e felizmente ele se encontrava aqui, e pediu para que Jeff viesse nos encontrar na recepção.
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Just ten minutes [LGBTQIA+]
RomanceOBRA CONCLUÍDA Anthony é um estudante do ensino médio, em uma nova escola e uma nova cidade. Tudo estava indo bem, até ele conhecer Félix, o garoto popular, jogador de basquete. E juntos então descobrem que nada é o que parece, e quem você acha que...