Just ten minutes [LGBTQIA+]

25- Quando te reencontrei

FÉLIX SALAZAR - P.O.V:

   Duas noites atrás, foi a melhor noite da minha vida, pois eu consegui realizar o sonho de alguém que eu amo, e depois de muito tempo me programando, fazendo ligações, eu levei o meu namorado para o show da banda favorita dele, com direito a fotos, e um autógrafo.

Ver o Anthony sorrir, é a melhor cena que eu já presenciei em toda minha vida, ele estava tão feliz, não se parecia nada com o garoto que eu conheci meses atrás, todo inseguro.

  Ao som daquelas músicas incríveis, todo meu mundo tinha ficado em câmera lenta, e eu só tinha olhos para ele, tendo a certeza de que qualquer coisa que eu fosse fazer daquele segundo em diante, seria ao lado dele, porque o Anthony é como a brisa de ar fresco, ele é aquele que me ensinou a dançar na chuva, e acredite, é bem melhor do que esperar a tempestade passar.

O Anthony me mostrou que não importa onde ele esteja, ou com quem esteja, eu vou sempre ama-ló, e estaremos sempre juntos, mesmo a quilômetros de distância.

  Pensar no futuro me assusta, eu não sei o que vai acontecer, se o nosso para sempre vai ser realmente para sempre, se vamos conseguir ter uma vida incrível juntos, ou se vamos nos separar. Prefiro não pensar muito no que vai acontecer de agora em diante, mas uma certeza eu tenho, quero estar com o Anthony até meu último suspiro.

  Sentado no sofá da sala, eu tinha meu celular em mãos, sorrindo ao abrir cada uma das fotos e vídeos que o Anthony me mandou mais cedo, e alguns que eu mesmo gravei, dele chorando, no palco, ou até mesmo pulando e gritando. Foi uma noite incrivelmente maravilhosa e memorável.

Meu pai pigarreou, chamando minha atenção, então deixei meu celular de lado, elevando meu olhar para ele e o Theo, que veio almoçar com a gente, e acabou por ficar para passar a tarde, e nesse momento, eles estavam decidindo que filme ver, e provavelmente queriam a minha opinião.

── Eu concordo com o Theo, homem aranha é muito bom ── disse sem sequer ter ouvido o que eles estavam falando antes, ou porque me chamaram.

── Mas todos sabem que John Wick é melhor ── meu pai insistiu e eu neguei.

── Desiste, meu amor, homem aranha já ganhou ── o homem ao lado do meu pai disse, com um sorriso vitorioso em seus lábios.

Meu pai odiava ser derrotado, mas quando se tratava do Theo, ele ficava totalmente vulnerável, até mesmo irreconhecível.

── Se o Anthony estivesse aqui, concordaria comigo ── bufou em frustração, me fazendo rir.

── É claro que ia, sabe que ele ama ação, não mais que fantasia, mas ama ── conhecia bem o meu garoto.

Como se estivesse ouvindo a nossa conversa, meu celular começou a tocar, e para a minha surpresa, ao olhar na tela, tinha o nome do meu namorado, e eu apenas virei o celular para o meu pai por alguns segundos, ouvindo ele murmurar algo como "chame ele para se juntar a nós".

── Oi, amor, estávamos falando de você ── eu disse. Do outro lado da linha, um silêncio, dava-se apenas para ouvir a sua respiração ofegante. ── Anthony? Tá tudo bem? ──

── Félix! Tá tudo bem sim, mas eu preciso te falar uma coisa ── assim que ouvi a sua voz, eu soltei um suspiro aliviado. ── Lembra da garota estranha do meu grupo de apoio? Eu comentei sobre ela com você ──

── Claro que lembro, a Megan, né?── tinha algumas recordações. ── Mas o que tem ela? ── a essa altura, os outros dois homens na sala, já me olhavam curiosos.

── Na verdade esse não é o nome dela, e você a conhece melhor do que ninguém ── suas palavras me deixaram confuso, eu realmente não fazia ideia de quem era. ── Nos tornamos bem próximos, e ela me contou sobre ela, sendo eu o primeiro a ouvir sua história, senti que era familiar ──