Capítulo 13

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** Robbert**

Quando decidi acompanhar Isabella ao hospital não imaginava que terminaria cortando o cabelo de uma criança como quando fazia com meu irmão e seus amigos durante a época do internato.

    Aquele garoto me lembrava muito meu irmão Harry, ele era tão louco que se a criança não tivesse pais registrados eu poderia dizer facilmente que seria um filho perdido, a Isabella estava completamente apaixonada por ele, ficava muito claro nos olhos dela quando os dois estavam juntos;  A maneira como  seu rosto se iluminou quando contei que a equipe estava na casa decorando o quarto parecia que ela estava liberando uma esperança contida, não sei explicar ao certo mas parecia que finalmente estava fazendo algo de bom.

- Rob?

Meu psiquiatra me despertou dos pensamentos emergentes, Morgan era a única pessoa que sabia das minhas cicatrizes e dos meus pensamentos mais diferentes, não porque erámos amigos mas sim porque eu sabia que ele não tentaria interferir ou me julgar.

- O que?

-Você considera um ato de bondade o que está fazendo pela Isabella?

- Não, eu considero como uma boa decisão, algo que vai trazer um impacto positivo, não é porque eu sou especial nem nada.

- Então você se casou?

 Eu disse que sim.- E os seus pais sabem?

- Não, eles vão saber no momento certo.

Bem, nós terminamos por hoje e eu preciso que  você pare de esquecer seus remédios ,você anda muito estressado e realmente tenho medo que ocorra um AVC.

- Do que está falando?

- Seus exames vieram com algumas alterações, quero vê-lo outra vez em oito dias mas se sentir algo como tontura , dor no peito corra para um hospital.

- Ok.

Uma vez a cada quinze dias eu visitava o doutor  Morgan antes de ir  para a empresa, esse psiquiatra me ajudou com todo período de readaptação pós sequestro.

Segui direto para empresa onde tinha que assinar uns documentos e depois enfrentar mais duas reuniões.

- Julian, você aqui na sala espero que tenha notícias boas.

Ele olhou pra min e riu.

- Seu contrato está finalizado, você é oficialmente dono da sede da Races aqui de Nova York e...

- E o que?

- Vocês dois receberam uma carta de recomendação do doutor Dylan raysar.

- O  medico...

-Ele pediu que seu parecer fosse anexado ao processo.

- Isso é bom não é?

- Muito, e ...

- E o que ?

- A audiência está marcada para essa sexta, lá o juiz vai decidir com o apoio da equipe da vara infantil quem vai ficar com a guarda, eles já te entrevistaram?

- Sim, na semana passada estiveram na minha casa , pediram pra ver o quarto e depois começou a entrevista, eu acho que nos saímos bem e por sorte as fotos do casamento já haviam chegado.

-A audiência já está próxima agora é hora de focar nos  detalhes do momento lá.

Ele saiu me deixando a sós com meus pensamentos então decidi ligar para maior interessada nisso tudo.

- Bella Santori? Atendeu no primeiro toque.

Esteja atenta, amanhã será a audiência, só amanhã você vai saber se volta pra casa com o garoto ou não...

Naquele dia mais tarde eu finalmente liguei pra o meu pai, acho que era hora de contatar a ele pelo menos uma parte da história.

- Bob? Aconteceu algo?

Ele pareceu surpreso com a ligação.

- Eu vou adotar uma criança

Disse sem rodeios.

- O que? Do que está falando ?

-É o que o senhor ouviu...

Eu não tinha muita paciência,  era um homem adulto e tinha autonomia.

- Mas quem ia adotar uma criança era a senhorita Santori...

Ele pareceu quase entender mas eu não estava disposto a contar  então omiti.

-  Eles não queriam dar pra ela mas aceitaram dar pra min então fiz isso por ela.

- Você não pode estar falando sério  ROBBERT!De repente ele rosnou do outro lado. - Uma criança não é uma aquisição ou uma patente que você consegue com reunião!

- Eu não sei porque o Senhor está descontrolado , ele não será um subsídio do meu nome,  será o meu filho e eu tenho ciência disso.

Eu já tinha começado a me arrepender de contar .

- Como você vai criar?

Ora como? Como qualquer pessoa cria...

- Eu vou dar um jeito pai, mas era uma criança que precisava de ajuda e eu não o deixaria de qualquer jeito agora que não queriam entregar a Isabella.

- A sua mãe...
Eu não consigo a mais ninguém.

- Nem se atreva a contar papai ... É um assunto pessoal e eu só deixei claro pra o senhor porque poderia chegar aos seus ouvidos por meio do seu pessoal.

- Eu não sei o que dizer Robbert,  espero que você saiba o que está fazendo.

Pela primeira vez meu pai foi quem desligou.

As sombras  do coraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora