I hate you

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BÁRBARA, point of view
Penn State -Pensilvânia

- Como assim Kyle Kuzma te deu um beijo no meio no bar ontem e você não nos falou nada? - Fui abordada por Carol quando cheguei no campus externo da universidade.

- Ah... não sei. - Digo.

- Soube que ele vai no show hoje. - Tainá disse - Sua vez de jogar seu jogo. Esse cara é seu tipo e ainda tá caldinho por você.

É, meu tipo. Muito meu tipo. Fiz um lembrete mental de contar para pelo menos só para a Tainá o que estava acontecendo. Ela iria me odiar? Muito provavelmente. Mas eu precisava.

- O que vocês costumam fazer com o dinheiro dos ingressos? - Pergunto para Larissa.

- A gente tá guardando pra nossa demo. - Ela diz. - Mas as vezes quando temos mais, a gente da umas ajeitadas nos equipamentos.

Vozes foram ouvidas atrás da gente. Pensei que fosse os meninos, e quando virei pra trás, dei de cara com Kyle e os amigos atletas jogando futebol americano (pasmem, nem era o esporte deles) bem perto da gente.

Mas eu também estava meio certa, porque de longe também víamos os caras da banda. Nossa, era até esquisito. Eles estavam basicamente vestidos só de preto enquando os atletas usavam umas calças jeans apertadas e o casaco da universidade.

- Ih, sinto que uma briga vem aí. - Eu digo.

- Que nada. - Carol diz - Cada um fica no seu lugar e não acontece nada. A última vez que alguém brigou assim por aqui foi por causa de uma garota. Patético.

- Tem razão. - Respondo, e volto a atenção para o meu sanduíche de peru. - Eu deveria usar alguma roupa apropriada?

- Deveria ir nua. - Tainá disse, e eu dei um tapa no ombro dela. - Pra facilitar as coisas com o Kuzma ué.

- Você entendeu.

- Que nada. - Ela responde - Vá com a roupa que você se sente mais confortável. Kyle não vai ligar se você for até de pijama.

Solto um risinho e de novo, dou uma mordida no meu peito de peru. Mas instantes depois, ele nem está mais na minha mão, porque agora Victor o comia como se sempre fosse dele.

Meu Deus, eu colei chiclete na cruz?

- Você vai me comprar outro depois. - Respondo, e vejo Augusto rir.

- Você reclama demais, Novata.

- Deixa a garota em paz, Victor. - Arthur ao meu lado diz, e de brincadeira coloca seu braço sob os meus ombros. - Eu compro 10 sanduíches de peru pra você depois, tá Bárbara?

- Minha barriga agradece Arthur. - Respondo em uma risada.

Claro que Victor estava com uma cara de tacho. Eu não precisava nem olhar pra ele pra saber que ele estava com aquela cara de cu dele.

Quando deus três e quarenta e cinco da tarde, todos nós fomos caminhando até os nosso dormitórios. Graças a deus, eram todos perto um dos outros. Me despedi de todo mundo, e quando percebi, era só eu e Victor caminhando pela calçada do campus.

- Meu Deus, você pensa muito alto. - Ele diz, ao meu lado.

- Você provoca isso. - Digo - Não é motivo de reclamação.

- E no que você pensa tanto? - Ele diz.

- Em quanto tempos nós dois temos até dar o horário de me arrumar pra ir pro bar. - Digo entre risadas, e Augusto ao meu lado ri também.

- E quanto tempo temos? - Ele pergunta.

Olho no relógio do meu celular e instantes depois levanto meu olhar até o rosto de Victor. Continuávamos andando até o nosso prédio.

- Exatamente quatro horas e vinte e cinco minutos.

- Então é melhor irmos logo.

Antes que eu pudesse contestar algo, sinto um dos braços de Victor segurarem debaixo do meu joelho e outros nas minhas costas. Ele me levanta rápido demais, tão rápido que eu tomo um susto.

Ele começou a correr comigo em seu colo, chegando até a entrada do prédio e subindo as escadas correndo. Entreguei a minha chave na mão dele e em segundos, estávamos os dois dentro do meu alojamento.

[...]

Velas tomavam conta do lugar. No chão, ao lado da banheira, uma taça de vinho rose barato acompanhava o banho de espuma. Victor estava sentado atrás de mim na banheira, massageando os meus ombros.

Peguei a taça de vinho e dei uma golada. A passei para trás, e instantes depois Victor me estendeu a taça vazia. Me estiquei pra frente e enchi até a metade.

- Vou começar a trazer você pra cá. - Eu digo, sentindo o toque dele nos meus ombros. - Dormir naquela sua cama sempre me dá dores nas costas.

- Não é culpa da cama que você dorme toda torta. - Ele diz em meio a uma risada.

Os lábios de Victor vão de encontro com a pele do meu ombro, deixando pequenos beijinhos molhados. Os braços dele me abraçam debaixo dos meus seios, e essa foi a primeira vez que fiquei mais perto dele possível.

Deitei minha cabeça no seu ombro e o senti beijar meu pescoço. Mas não com segundas intenções, e sim só como uma forma de me deixar mais relaxada possível.

- Quantas horas temos ainda? - Eu pergunto, ainda de olhos fechados.

- Hmm... Duas horas e meia. - Ele diz depois de olhar na tela do celular. - Quer fazer mais alguma coisa?

- Eu não vou aguentar. - Solto uma risada. - Vou ficar muito cansada e não vou conseguir aproveitar o show.

O erro foi ter olhado pra cima. Meus lábios e os lábios de Victor estavam muito próximos, e eu estava deitava em uma posição não muito favorável. Como se estivesse lendo meus pensamentos, Augusto sela nossos lábios com um beijo molhado.

Ele aperta mais seus braços na minha cintura e eu continuo ali, deitada no ombro dele por longos 10 minutos. Quando eu estava quase dormindo, escuto a porta da frente abrir.

- Bárbara! - Era a voz de Carol - Viemos nos arrumar aqui!

Puta merda.

- Porra, caralho, merda. - Xinguei, me levantando devagar da banheira. - Você fica aqui, entendeu?

Falei para Victor, que apenas afirmou com a cabeça, mergulhando na água ensaboada da banheira.

Vesti meu roupão e sai do banheiro, fechando a porta atrás de mim. Andei pelo corredor, e dei de cara com as três garotas sentadas no sofá do alojamento.

- Ah, então você já estava se arrumando. - Uma delas diz, bom, vamos lá.

Puta que pariu, que ódio.

Quando viramos no corredor, vimos um Victor sem camisa, vestido só com a calça jeans e cabelos molhados. Na mão ele tinha a camiseta e os tênis.

De longe, vi um sorriso sapeca sair da boca dele. Puta merda. Eu odeio esse garoto.

- Victor? - Carol pergunta, como se não soubesse o que ele estava fazendo ali.

- Boa tarde, meninas. - Ele diz, passando pelas garotas e chegando até onde eu estava. - Sua pia já está concertada, Novata.

- Obrigada. - Digo, e senti a garota do primeiro dia de faculdade voltar a tona.

Victor saiu pela porta atrás de mim, e me deixou plantada ali. Eu teria que me explicar para as três pessoas que mais me avisaram. Ótimo. Victor Augusto, eu oficialmente odeio você.

𝟓𝟎𝟓 - 𝖻𝖺𝖻𝗂𝖼𝗍𝗈𝗋Onde histórias criam vida. Descubra agora