I fucking love you

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BÁRBARA, point of view
📍Penn State  — Pensilvânia

Victor literalmente me jogou para o outro lado da cama de manhã, reclamando que eu sempre acordava esparramada em cima dele. Lancei um dedo do medo para o louro, que saiu da cama direto para ir ao banheiro.

— Você tem que parar de se jogar em cima de mim. — Ele reclama ainda dentro do banheiro.

— Ache outra namorada, então. — Digo, e vejo Victor virar para a minha direção totalmente espantado. A boca dele estava coberta de pasta de dente. — Isso te assusta?

— Claro. — Ele responde, ainda com a boca cheia de pasta. — Você veio ao mundo literalmente pra ser minha.

— Você é muito convencido, cara.

Entrei no banheiro, e comecei a escovar os cabelos. Victor estava ao meu lado, escovando os dentes na frente do espelho. Aquela cena era hilária.

— E você ama isso. — Ele responde, me roubando um selinho com gosto de pasta de dente. Eu ri.

Saímos do quarto vinte minutos depois. Gabriel e Carolina estavam na sala, ambos já prontos, fazendo o café da manhã. Conversei com Carol sobre a sua faculdade de moda, na qual ela acabara de começar o terceiro ano. Estava muito feliz por ela, porque sei que era seu curso do ano.

Já estávamos no começo de setembro, e hoje, a primeira sexta-feira do ano letivo, seria o show de início de ano da Scorpio. Sim, exatamente que nem ano passado.

Fui no banco do carona do carro de Victor. Escutávamos Radiohead no último volume, gritando as letras das músicas totalmente psicodélicas que nós tanto amávamos.

Victor me deixou na frente do meu prédio, se despedindo de mim com um beijo roubado. Ele amava fazer isso na frente das pessoas.

— Eu preciso ir, linda. — Ele fala, no banco do motorista.

— Podemos transar até cansar depois do show? — Pergunto, fazendo biquinho. Victor solta uma gargalhada.

— E você ainda pergunta? — Ele solta um sorrisinho. — Te pego aqui depois da aula.

— Tchau, gato.

— Tchau, Novata.

Solto um sorriso, e pulo para fora do carro.

[...]

Arthur estava me esperando na porta de fora da minha sala de Ética e Cidadania. Caminhamos juntos até o refeitório do prédio de direito, passando nossas carteirinhas pela catraca do local. Hoje, era só eu e ele.

— Morgan está se adaptando bem? — Ele pergunta. Por Arthur ser do Júnior Year (para leigos, o famoso terceiro ano), era bem difícil ele ver Morgan, que era uma caloura. Eu a via com mais frequência.

— Sim! — Eu respondo, entrando na fila da lanchonete. Arthur me deixou ir na frente. — Ela me falou que está amando do curso de pedagogia. Ela vai ser uma professora incrível.

— Ela é incrível. — Ramos responde, com um olhar totalmente apaixonado. Jogo uma batata frita nele. — Qual é, Bárbara! Vai me dizer que você não está toda apaixonadinha também?

— É. — Digo em uma reflexão. — Eu estou.

Saímos da fila, e começamos a andar até uma mesa. Tainá estava sentada lá, agarrada ao tão do Jack Loiro, como todo mundo o estava chamando nas últimas semanas. Ele era três anos mais novo que ela.

— Que casal meloso. — Eu digo em brincadeira, e minha melhor amiga me manda um dedo do meio.

— Vai me dizer que você nunca expressou seu amor pelo Augusto? — Ela pergunta.

— Não. — Respondo. — Nunca falei que o amava.

E de repente, um silêncio infernal na mesa. O namorado de Tainá, a própria e meu melhor amigo, me encaravam como se eu tivesse acabado de recitar um poema mortal.

Os olhei confusa.

— O que foi? — Digo — Ele também nunca falou "Eu te amo"

Tainá parecia muito chateada. Eu ri.

— Vocês estão nesse joguinho já faz um ano. — Ela fala. — Nunca rolou nada, tipo nadinha?

— Ah, a gente demonstra. — Começo a comer o meu almoço, enquanto preparo meu discurso. — Mas nunca falamos essas três palavrinhas.

— É normal. — Arthur diz, ao meu lado. Obrigada Arthur! — Demorei muito pra falar que eu amava a Morgan. E ainda falei antes dela.

— Vocês são excessão! — Tainá reclama, jogando uma batata frita no amigo. — São o casal mais perfeito do mundo, podem demorar o quanto quiserem.

— E Lara e Melissa? O Gs e a Lyia? Gabriel e Carol? — Pergunto.

— Ah, não sei. — Ela fala, e Jack Loiro da um beijo na bochecha da morena. Precisamos mudar esse apelido urgentemente. — Mas já falaram. São casais que já estão juntos a um tempão.

— Enfim, preciso me mandar. — Digo. — Cole já deve estar me esperando do lado de fora.

— Cole? — Arthur diz — Ele odeia que a gente chame ele assim.

— Bem, ele pediu pra eu chamar ele assim. — Digo, e levanto da cadeira, a arrastando pra debaixo da mesa. — Ele falava que quando eu o chamava de Augusto, parecia que eu iria matar ele.

— Ah, que couple goals. — Tainá diz. Mando um dedo do meio pra ela.

Me despeço do meu grupo, e começo a caminhar para fora do pavilhão. Estacionando na sarjeta, estava o carro de Victor, um novo, dessa vez um Mazda RX7 prata.

O dono do carro, estava encostado na lataria, usando a mesma vestimenta de sempre: calça jeans, blusa de banda, e uma touca preta. Vans, o skate e a guitarra no banco de trás do carro. Eu amava a estética dele.

— A mais gata chegou. — Ele diz, assim que caio em seus braços. Nossos lábios se tocam e iniciamos um beijo totalmente apaixonado. — Senti sua falta.

— Passei três horas longe de você, Augusto. — Eu digo. — Você deveria ser melhor. Mas enfim, estava pensando em ir na cidade comprar umas roupas pro show de hoje, e talvez tatuar seu nome em um coração com um arco e flecha, o que acha?

— Puta merda, eu te amo pra caralho. — Ele diz.

Paraliso.

— Você não tinha esse direito... — Ele diz, chegando cada vez mais perto de mim. A sua respiração quente tocando meu rosto e suas mãos roçando nos meus braços.

— De que? — Eu digo em um sussurro, por conta da proximidade.

— De fazer eu me apaixonar por você. — Ele diz — Todos os dias, de novo e de novo.

E eu o beijo, como se minha vida dependesse disso e totalmente disso. Tive vontade de chorar. Nunca tinham me falado isso.

— Também te amo pra caralho, seu idiota. — Sorrio, e o beijo de novo.

𝟓𝟎𝟓 - 𝖻𝖺𝖻𝗂𝖼𝗍𝗈𝗋Onde histórias criam vida. Descubra agora