Uma borboleta branca e preta

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No dia seguinte, Sasuke foi procurar por Naruto no intervalo. Seu grupinho de amigos ficou no lugar de sempre próximo a porta do terceiro A. Ele achou que conseguiria algum tempo com Naruto, pois viu Sai conversando com Lee no corredor. Era a chance dele de encontrar Naruto sozinho. Não percebeu o olhar de Sai sobre si ao cruzar o caminho deles. Sai não permitiria essa chance, de jeito nenhum. 
 
Foi fácil encontrá-lo, pelo menos uma vez. Naruto estava em uma das mesas da biblioteca, debruçado, com várias folhas A4 espalhadas, o estojo aberto. A sala estava silenciosa, com poucos alunos, a maioria das mesas vazias. Apenas um grupo jogando palavras cruzadas e recebendo sermão da professora e outros alunos sozinhos. A sala era bem iluminada e em tons claros, além da decoração infantil na parede com bonequinhos emborrachados.  
 
Sasuke se aproximou por trás dele e Naruto não o notou, concentrado demais naqueles desenhos impressos de borboletas que ele coloria. Sasuke inclinou-se para beijá-lo, uma mão em cada bochecha, de repente, até que Naruto se encolheu, se afastou, empurrou Sasuke para longe. Foi péssimo. Deu para ouvir um caquinho do coração de Sasuke trincar. 
 
- Não, Sasuke, não… - Sasuke se afastou um pouco, ainda em pé, contrariado, lentamente deslizando em uma cadeira ao lado de Naruto, mantendo a distância que ele poderia roubar um beijo, se quisesse. Sentou-se à mesa com ele, vendo ele posicionar o azul novamente no impresso da borboleta e voltar a pintar. 
 
- O que foi? 
 
- Eu preciso de um tempo.
 
- Pra que? - Ele tentou de novo, se aproximou, o puxou segurando em suas bochechas, lhe deu um selinho. Naruto abaixou a cabeça, meio constrangido. Sasuke tentou puxá-lo novamente e ele se esquivou. 
 
- Estou assustado. - Ele confessa, encarando a pintura. Sasuke suspira, se encosta na cadeira, saindo do espaço pessoal de Naruto, mas ainda mantinha uma mão nas costas dele. 
 
- Eu já pedi descul… 
 
- Você não pode pedir desculpa por tudo. Eu posso te desculpar, mas não consigo esquecer. 
 
- Bebê, não foi intencional, eu não pensei direito, você me deixou muito nervoso…
 
- Você está sempre nervoso!! Tem duas versões de você… - Naruto sussurrou, Sasuke se aproximou para conseguir ouvir. - Um monstrinho para as pessoas próximas e um garoto gentil e educado para quem você não tem intimidade. - Monstrinho? Foi isso o que ele disse? - Você sabe que eu gosto de você, então você simplesmente não se importa mais e age como bem entende... - Ah, Naruto disse ontem que eles poderiam conversar hoje no intervalo. Sasuke percebeu que a conversa havia começado. Ele virou para ele, encarando-o, mesmo que Naruto falasse olhando para baixo. - Seu humor varia e você me trata mal. Estou cansado de ter que lidar com o seu mau humor...
 
- Você sabe porque, as vezes, eu estou mal humorado... - Sasuke manteve o tom de voz que Naruto usou. Aveludado e baixinho.
 
- Você pode ficar triste, mas não pode me machucar por isso. E você não trata ninguém do jeito que você me trata. Você é o senhor perfeito com a Sakura. Então não sei que tipo de mau humor é esse que só explode para o meu lado. - Sasuke achou isso um pouco ofensivo, mas não disse nada. Esperou que ele continuasse, já era difícil fazer Naruto falar e hoje ele precisava ouvir. Hoje Naruto não iria insistir pela sua atenção, Sasuke precisava corrigir o problema para que Naruto voltasse aos pés dele. Mas ele não disse mais nada, parou por aí. Sasuke esperou mais um pouco até dizer:
 
- Quando eu estou mal humorado, a Sakura, nem ninguém, fica insistindo, me irritando...
 
- Se prefere me culpar... Hm... preciso  de um tempo.
 
- Não, Naru, olha só... Não faz isso, ok? Não acaba com o que a gente tem.
 
- A gente não tem nada. Você está namorando. 
 
- Não comece. Você disse que nós poderíamos conversar hoje, essa é a conversa?
 
- Só preciso de um tempo. - O silêncio estava incomodando Sasuke, porque Naruto só continuava a pintar aquelas borboletas idiotas que para ele não tinha sentido nenhum. Ele precisou perguntar para pôr fim ao silêncio:
 
- Para que são essas borboletas? - E foi só terminar de falar que o sininho na porta da biblioteca tocou. Era Sai, e ele se aproximou dos dois, Sasuke revirou os olhos. Sai era tão cínico, sabia que eles estavam conversando e sorriu, como se tivesse encontrado Lee e Neji no pátio. Ele estava invadindo o espaço de Sasuke (primatas também podem ser territorialistas) e fez isso com um sorriso no rosto.
 
- Olá, meu anjo. - Meu anjo, fez questão de dizer só porque sabia que Sasuke adorava esse apelido. Sentou na mesa com eles. Sasuke bufou e se encostou na cadeira, balançando a cabeça, xingando em pensamentos. - Essas são as borboletas da capa do livro? - Sai perguntou, se debruçou sobre a mesa puxando uma folha com uma pintura de borboleta. Naruto assentiu. 
 
- Estamos conversando, Sai, você está sendo inconveniente. - Sasuke diz. 
 
- Nossa, ficaram ótimas. Mas tem tantas cores, né? Não sei como encaixar tantas cores em uma capa e deixar o clima pesado como você quer… Principalmente com borboletas… Vai parecer um livro da Paula Pimenta. - Naruto ouviu Sasuke falar, olhou para ele, mas quando Sai começou a falar sobre a capa do seu livro, a fala de Sasuke perdeu a importância. - Eu sei que as borboletas são coloridas, mas não vai passar a tensão que você quer. - Naruto assentiu. - Elas podem vir coloridas na orelha, ou alguma ilustração por dentro? 
 
- Uma ilustração colorida dentro? Tipo nos capítulos? Acho que não rola. Mas entendi o que quis dizer. Só estou colorindo, porque estava imaginando como seria… - Sai assentiu. Sasuke estava tão por fora. Não fazia ideia que assunto era esse e não queria dar o gostinhos a Sai e perguntar. 
 
- Posso colorir como seria a minha borboleta? - Sai perguntou. Naruto pegou uma folha ainda em preto e branco para Sai colorir, o garoto sorriu ao abrir o estojo de Naruto e pegar a cor verde. Sasuke ligou os pontinhos: livro de Naruto, ele deveria estar falando de Loucos. Ele sabia que o livro tinha 6 protagonistas e haviam 6 desenhos de borboletas na mesa. Cada uma pintada de uma forma diferente. A pergunta de Sai clareou tudo. 
 
- A pintura das borboletas… É sobre os personagens? A personalidade deles? - Sasuke perguntou, derrotado. A energia dele estava acabando, Sasuke sentia pesos no corpo, até se manter sentado era um esforço. Naruto balançou a cabeça para cima e para baixo. - Posso pintar a minha também? - Ele não queria pintar. Na verdade, ele não queria fazer nada. No máximo, deitar no chão e esperar o tempo passar. Naruto tirou mais uma borboleta para ele, puxou o estojo para que Sasuke usasse seus lápis também. - Pede para o Sai sair, não vamos poder conversar com ele aqui… - Foi um pouco constrangedor, Sai esperou Naruto responder. Os dois ficaram olhando para ele, enquanto seguravam os lápis na mão e pintavam borboletas. 
 
- Não quero conversar agora… - Sai e Sasuke trocaram uma mirada. Sai com um sorriso sarcástico e vitorioso, Sasuke abatido. 
 
- E aí, Sasuke, capitu traiu ou não traiu o Bentinho? 
 
- Ah... o livro de leitura obrigatória... Não li. 
 
- Claro que não leu. Ok, mais fácil então: Harry Potter ou Percy Jackson? 
 
- Harry Potter.
 
- Qual a criatura que salva a vida do Harry em Câmara secreta? 
 
- Aposto que é um pônei. - Sasuke diz soltando um suspiro, sarcástico, mas sem motivação para fazer a frase soar como uma piada, mesmo assim, Naruto ri.  
 
- É uma fênix. - Naruto respondeu. Os dois interagindo era hilário para ele. Sai só queria irritar um pouquinho. Voltou a colorir a borboleta com um sorriso nos lábios, Sasuke ainda o fuzilava, apesar dele estar distraído. 
 
- Você se acha porque gosta de ler, né? - É uma provocação sem ânimo, ele quer importunar Sai, mas ao mesmo tempo isso é tão cansativo, pois Sai estava energético hoje. Aquele idiota metido a indie deveria ter tomado uma latinha de Monster de canudinho, enquanto dobrava a barra da calça de manhã.
 
- Sim, na verdade, sim. É o que me faz diferente e único para o Harry Styles me notar no Starbucks. - Sasuke não entende quando Naruto começa a rir e é isso que torna mais engraçado, ele estava por fora. Era por isso que Sai se achava, ele podia fazer Naruto rir com referências que Sasuke jamais entenderia. Humor semelhante é tão importante quanto acreditar em casamento para algumas pessoas. Rir no café da manhã, rir enquanto estão no mercado fazendo feira, ou indo tomar banho depois de um dia cheio. Isso era uma meta de relacionamento para Naruto e Sai tinha esse dom. 
 
Sasuke não disse nada, a cara em dúvida foi o suficiente. Sasuke não lê fanfic e se lesse, não seria desse estilo. 
 
Enquanto Sai pintava a borboleta, cheia de cores, o verde predominando, Sasuke apenas pegou o preto, riscou o papel, arrastando sem força. Continuou arrastando o lápis, pintou um lado da borboleta, não tinha força, mas ele continuava arrastando o lápis pelo papel e o cinza escurecia cada vez mais. Sai e Naruto se entreolharam, julgando a borboleta de Sasuke. O garoto soltou um suspiro distraído, olhou para Naruto, que já o encarava. 
 
- Gostou? - Sasuke empurrou a pintura da borboleta para o lado de Naruto, metade preta, metade branca. Naruto soltou uma risadinha. 
 
- O que houve com a sua borboleta? 
 
- Estou triste! Não podemos conversar? 
 
- Tristeza é azul, sua anta. - Sai diz - Psicologia básica das cores. - Sasuke ficou olhando para Sai, cansado demais para responder alguma coisa. Naruto se sensibilizou um pouco, embora não acreditasse que Sasuke pudesse estar triste de verdade. 
 
- O Sai é designer… - Foi tudo que Naruto conseguiu dizer, como se Sasuke estivesse muito interessado em saber disso, em saber que Sai brincava com as cores e fazia truquezinhos no computador. Com o humor que estava, ele queria era que Sai entrasse em combustão instantânea. 
 
- Claro que o viadinho é designer… - Sasuke murmurou e Sai riu. 
 
- Quem você está chamando de viadinho, viadinho? - Sasuke suspirou, ficou olhando Naruto pintar. Sai já tinha percebido que Sasuke não estava com vontade de bater de frente com ele hoje. Sai achou o lápis azul no estojo de Naruto, foi gentil e ofereceu a Sasuke. Para ele adicionar a cor azul, já que ele queria pintar uma borboleta triste. 
 
- Engole essa merda. - Sasuke rosnou. Sai não estava o levando a sério, riu. - Não vai mesmo falar comigo?  - Naruto negou, balançando a cabeça. Sai estava muito, muito satisfeito. 
 
- Pode nos dar uma licencinha, então? - Sai pediu a Sasuke, bons moços falam assim. 
 
- Todo seu, nem precisa devolver. - Sasuke se levantou, todo revoltado (e derrotado).
 
- É, não pretendo mesmo.  - Vai, foi Sasuke que comprou essa. Foi grosso e levou. Sasuke queria que devolvesse sim, nem queria dar uma licencinha para início de conversa. Ele só preferia ser grosso e diminuir Naruto, lembrá-lo que ele não se importa. Agora ele estava irritado e a caminho de sua namorada, reclamar que Sai era um filha da puta e que Naruto estava dando bola para ele e que, nossa, que merda, ele estava bem chateado.
 
Sakura já sabia que ele estava triste, ele só sabia falar disso nesses últimos dias. Falou tanto, que convenceu Sakura que estava arrependido. Ele saiu da mesa, deixando sua borboleta branca e preta entre as pinturas. 
 
Sai havia pedido que Sasuke saísse e ele saiu. Deixou Naruto com um gostinho estranho, se sentiu estranhamente protegido. Um confortinho que o fez sorrir sem motivo ao deslizar o lápis pela borboleta. Se havia algo que fosse mais meta de relacionamento do que o humor semelhante, era receber a proteção que Naruto achava que precisava. 
 
Ele não pensou direito, foi levado por uma onda perigosa de dopamina e tesão acumulada. Ele hesitou, era um pouco vergonhoso se Sai não gostasse da ideia. Sai já estava olhando para ele, os olhinhos brilhando, esperando ele falar. E Naruto teve a certeza que ele estaria ouvindo, que Sai estava olhando para ele e não através dele. De alguma forma, isso o machucava tanto quanto o acolhia e o estimulava a falar. 
- Eu estava pensando… - Sai fez aquele barulhinho “hm…” - A gente na praia, naquele dia… 
 
- Lembro, lembro bastante. Lembro com detalhes.  - Naruto riu. 
 
- Estava pensando… Não vai rir de mim, ok?
 
(- Eu gostaria que vc me desse ordens. Já viu isso em algum lugar? - Pediu. Sabia que sim. Sasuke conhecia todos os kinks do Tumblr e isso era muita coisa mesmo. É claro que ele já tinha visto. Mas esperou que ele confirmasse. Sasuke deu uma risadinha e assentiu.)
 
- Nunca… 
 
- E se você… tipo… - Hesitou, com sorrisinhos nos lábios. - Sabe, meio que me desse ordens… - Sai não entendeu de primeira, com carinha inocente, deixando a cabeça cair de lado e esperar uma explicação. 
 
(- E o que você acha? - Naruto perguntou. )
 
(- Tem muito disso nos blogs que eu acompanho… Eu não achei que eu conseguiria ter isso antes dos 25. - Naruto sorriu. Inclinado para ele, atento, com o rabinho balançando. )
 
(- Isso é um “sim”?)
 
- Não entendi… Ordens? Tipo “faz o meu dever de casa”? 
 
- Você pode pedir isso, mas o dever de casa é para estudar, então você precisa fazer... - o nerdzinho falou mais alto - As ordens legais são mais como "senta", "vem”... 
 
- Como um cachorro? - Sai riu. Mas a comparação com o cachorro foi bem precisa, bem perto de onde ele queria chegar. 
 
- Sim!! Exatamente como um cachorro. - Sai está olhando para ele, processando a informação nova, achando estranho, provavelmente. Naruto sente a necessidade de completar: - Mas você não faz sexo com o cachorro... - Ele ainda está com a expressão confusa. Não ri, como Naruto esperava. - Pelo menos eu espero que não faça... - Agora os dois riram. Naruto sente que era melhor ter medido as palavras, abordado de outra forma, mas ainda sim, abordá-lo sobre esse assunto. - Acho que podemos dizer “escravo”…
 
(- Sim, definitivamente, sim. - Ele balançou a cabeça para cima e para baixo. Não estava olhando para Naruto. Ele queria dar ordens a alguém, não a ele. - O que eu não posso mandar você fazer? ) 
 
( - Hmm... não sei. Vou pensar em alguma coisa. )
 
( - Eu posso decidir suas roupas? - Naruto diz que sim, a ideia de alguém decidir isso para ele era um calmante. E, para Sasuke, mesmo que as roupas fossem uma camiseta e uma bermuda, era, possante. No mínimo, bem expressivo. E ele gostava da ideia. - Seu corte de cabelo? - Ele assente novamente. - Eu posso dizer senta, rola, dá a pata? - Era meio verdade, meio piada. Naruto riu, embora tenha dito que sim.)  
 
- Você está pedindo para ser o meu escravo?
 
- Talvez... se você achar estranho, vou dizer que é brincadeira e fingir que essa conversa nunca aconteceu.
 
- O que você ganha com isso?
 
- Eu curto obedecer. Pode não fazer sentido, mas é superlegal.
 
- Mas você ainda iria, sabe, ter vontade própria? Eu gosto do Naruto com personalidade.
 
- Você só vai poder me dar ordens, eu vou continuar o mesmo.
 
- Se isso te agrada, por mim tudo bem. - Naruto sorriu. Sai estava processando o que isso significava. No meio da biblioteca, na mesinha com impressos de borboletas e lápis de cor espalhados. O garoto com carinha de anjo e o hippie enrustido que ainda teria seu próprio motorhome, violão e o cabelo em trancinhas um dia, os dois camuflados conversando baixinho. - Isso é só no contexto sexual, né? 
 
- Eu gosto da ideia de “quando você quiser”... - Ok. Até para o Sai, o baunilha em transição, isso soou legal. Dá uma infladinha no ego. Imagina como soou para Sasuke que já gostava dessas coisas, desde que aprendeu o que era masturbação. - Qual a sua primeira ordem, senhor? - Sai riu. É, mas ele não iria deixar essa oportunidade passar. 

 
+++

 
Naruto estava na porta do colégio esperando o transporte, quando Sakura veio falar com ele. Ela o abraçou, sempre carinhosa, com a mochila nas costas. Sasuke não estava com ela, o que era muito estranho, pois ele deveria estar vindo para cá para esperar o transporte. Ela disse:
 
- Primeiro, você está bem? - Todos no terceiro ano, e a maioria das pessoas do segundo e primeiro ano também, sabem que Sasuke e Sakura namoram. Sasuke quis deixar isso bem claro e as pessoas comentam sobre pedidos de namoros extravagantes nos corredores do colégio. 
 
- Sim e você? - Isso significa que gente como a Temari e Kankuro ficam de olho. Quando Naruto fala com Sasuke na escola, graças a heteronormatividade, eles não pensam que eles podem ser um casal. Claro que, o fato de Naruto e Sasuke serem assumidos muda um pouco o cenário, mas ainda assim, é aceitável. Naruto falar com Sasuke rendeu comentários de Kankuro na sala(comentários sugestivos, porém sutis). Naruto falar com Sakura, ai. meu. deus. Era o fim. Uma traição horrível, ela já estava grávida de gêmeos. 
 
- Não, não era um cumprimento, quis dizer sobre… Ah, esquece. É que… - Ela estava olhando para o casaco dele, daí lembrou de olhar nos olhos e continuou: - Vou direto ao ponto. Eu vou dormir na casa do Sasuke hoje e queremos que você vá. Se ele viesse te chamar, você iria ignorá-lo, o que eu acho justíssimo, me entenda, concordo com você. Nós só… Eu… Eu só queria que você fosse, porque seria legal… Eu posso levar mais um controle e nós jogamos Mario Kart, depois o Sasuke faz brownie para a gente e comemos assistindo O Massacre da serra elétrica… Tomamos banho, brincamos um pouquinho e dormimos! 
 
- Tudo planejadinho… - Ela assentiu. As etapas dela, lembrou. E odiou essa lembrança. Primeiro cinema, depois passeio de mãos dadas no shopping, jantar, beijo no final, SEM mão boba… Se ele tivesse feito desse jeitinho, será que teria prendido a atenção de Sasuke? Sabe, é que todos adoram pessoas que respondem rápido no Whatsapp, até que elas respondam rápido demais, estão sempre disponível. Você pede um abraço e ganha um chaveirinho da kipling, aquele do macaquinho, um grande e um pequeno, grudados. Grudados para sempre. 
 
- Eu entendo, se não quiser ir. Sasuke foi um idiota. 
 
- Bem idiota. 
 
- Bem bem idiota. Mas sabe quem não foi idiota? Eu. - Naruto sorriu, quando ela fez biquinho. - Eu cuido de você! Não vou deixar o Sasuke ser menos do que muito legal, se você for. - O que é isso? A namorada dele está pedindo para ele ir? Espera, a namorada do ficante do Naruto está dizendo que vai cuidar dele, caso o temperamento de Sasuke surte de novo? Ele pensou um pouco, porque, bem, faz sentido. Com ele, na frente dela, Sasuke foi um escroto, todas as vezes. - Eu prometo! - Ela olhou para ele, que não disse nada e voltou a falar: - E, ele está triste. Está me irritando o tempo falando de você. Acho que ele aprendeu. Eu não baixaria a guarda, claro. 
 
- Não sei… 
 
- Olha, se você for, não significa que o desculpou. Você só vai para se divertir e depois ignora o Sasuke no colégio de novo, que tal? - Ela quer muito gozar, não quer? Ele estava achando engraçado. 
 
- Cadê ele? 
 
- Matando o Sai e escondendo o corpo dele no bosque. - Os dois riram. - Vamos! Você espera eu chegar para entrar e vai embora, quando eu for. - Bom, ele queria ir. Iria se contorcer o dia inteiro, se pensasse que Sakura estava lá fazendo coisas de casais com Sasuke e ele sozinho no quarto jogando Mobile Legends ou assistindo anime. 
 
- De que horas? 
 
- Eu tenho psicólogo às 17 horas, então só vou poder chegar de umas 18 horas por aí. É perto. 18:15. Pode ser? - Naruto assentiu e a garota o abraçou de novo. Deu duas olhadinhas em volta, Temari(a garota bonita da turma A) estava com Kankuro (o popularzinho da turma B) e Gaara (o popularzinho que repetiu, que, mesmo popularzinho, era amigo de Naruto).  - Temari! - Sakura chamou. A garota olhou para eles, então Sakura voltou para Naruto e o beijou. Um pouco mais que um selinho, um pouco menos que um beijo de língua. - Para de me chamar de corna no Twitter! Eu sei sobre eles. E eu gosto! - O trio riu, principalmente Gaara, que nem desconfiava disso. Sakura olhou para Naruto de novo, ele estava vermelho, constrangido. - Eu odeio ela. Ela ficou postando indireta, “casal perfeitinho que faz showzinho e, na real, ela só leva gaia”, tipo isso, você viu? 
 
- Não uso Twitter… - Ele, inconscientemente, girou o anel no polegar. Eles ouviram a buzina do transporte, Sakura o abraçou de novo. Deu um selinho só para fechar com chave de ouro e torcer para alguém fofoqueiro ver. - Eu te vejo a noite então… 
 
- Até lá, bebê!
 

As Duas Versões de Sasuke - Sasunaru, narusasu.Onde histórias criam vida. Descubra agora