Aldebarã, a estrela da constelação de Touro, nasceu e com seu poder vasto deu origem a milhões de planetas. Através de sua luz, milhares de partículas foram espalhadas pelo universo inteiro, cobrindo distâncias de milhares de anos-luz.
Forjados nas estrelas, os Taurus, carregando um traço único em suas origens, faziam parte desses planetas. Muitas das espécies emergidas amavam a terra e a água, e os Taurus eram uma delas. Faziam parte de milhões desses planetas, sendo 80% deles formados por Taurus. Além disso, eles não eram os únicos; enquanto outras espécies se matavam para manter sua sobrevivência, a raça dos Taurus apenas precisava do que a terra poderia oferecer.
As outras espécies desprezavam comer o verde que a terra produzia, então, para a sobrevivência dessas espécies, os Taurus se tornaram combustível para suas longas vidas. Pequenos Taurus viviam milhares de anos depois de nascerem, convivendo com outras espécies que, modificadas pelo tempo, se transformavam e se tornavam mais parecidas com os poderosos Taurus de Karhar.
Seus caminhos eram difíceis, mas o amor que sentiam pela natureza ao seu redor era gigantesco. Suas vidas eram carregadas de muito sofrimento, e suas batalhas eram um grande caminho de dor. Muitos eram aprisionados, destroçados e humilhados, considerados menos do que seres vivos, apenas alimento para seus predadores.
Um jovem Taurus de pelagens marrons estava acompanhado de seu bando, quando foi atacado por três lobos gigantes. Eles, famintos, espreitavam o bando e se aproximavam facilmente, pois os Taurus eram seres muito pacíficos e raramente estavam preparados para ataques. Seres tão passivos que não demonstravam nenhum sinal de agressividade. Até serem encurralados.
Movido pela fúria de ver sua filhote sendo mastigada por um dos lobos, teve sua primeira reação em meio a todos eles. Nesse instante, o Taurus marrom lutou bravamente para proteger sua família e conseguiu com sucesso matar um dos lobos, fazendo com que os outros dois fugissem.
A partir desse momento, sua família o considerou o protetor.
Os Taurus agora andavam em quatro patas, muito antes de se tornarem a raça primordial com seus trajes biológicos super avançados. Ela não sabia onde estava, não sabia o que sentia, estava perdida. A única coisa que era guiada era pela energia que a terra transmitia, e por onde quer que ela fosse, outros Taurus a seguiam. Porém, nesse caminho, ela foi atacada por muitas espécies agressivas e acabou sendo abatida, deixando assim um rastro de Taurus fortes para proteger seus futuros descendentes. Essa Taurus foi única, criando uma espécie forte nesse planeta.
As luzes começaram a ficar turvas, um preto começou a nascer. E logo um vermelho passou por sua mente, imagens de dor e sofrimento. Um dragão estava se alimentando de suas entranhas. Já não sentia mais dor, apenas sentia estar flutuando em um rio. Logo tudo ficou escuro novamente. Agora estava presa, sufocando, tudo ficou preto novamente. Depois, estava em um lugar cheio de lama e sentia-se sugada por seres estranhos que conectavam tubos. Logo novamente estava preto.
Esse foi um breve silêncio, que passou milhões de vezes pela sua mente. Dezenas de reencarnações percorreram seu neurocórtex. Sthelari não sentia mais dor, em meio a tantas vidas. Sua essência aos poucos estava se perdendo, mas uma leve sensação lhe invadia sempre que abria seus olhos para a luz, sentindo uma força interior.
Em muitas ocasiões, ela foi abatida em currais apertados, resultado do que já foi uma grande indústria para os humanos de Gaia. Agora, as reencarnações a levavam a diferentes vidas, como um Taurus de cor prateada que corria de um leão, ou como Platina, uma lenda que nasceu no planeta de Karhar, no sistema solar Aldebarã.
Platina estava correndo com sua filhote Latina e seu filho Draha, todos alegres e felizes em um vasto campo de flores. Draha era um Taurus poderoso, e nenhuma espécie desse planeta ousava atacá-lo, mal conseguiam. Agora, os Taurus eram os dominantes no planeta onde habitavam.
C erto dia, Platina se perdeu de seu bando durante uma transgressão e, ao seguir uma trilha de matas, deparou-se com um brilho distante. Sua curiosidade a guiou, e ela foi em direção ao brilho, descobrindo uma grande espaçonave destruída, com um grande buraco em seu centro. Platina entrou na nave e encontrou uma pessoa dentro dela. A nave estava inclinada, e a Taurus, ao explorar o local, acabou caindo em um extenso lago conectado com vários tubos.
O tempo se perdeu naquele ambiente, e Platina acordou sentindo-se diferente. Ela agora conseguia andar em duas patas e se manter ereta, seu rosto tinha mais expressões e sua inteligência aumentara. Lembrou-se de Draha e outros Taurus ao seu redor. Ao voltar para seu bando, levou-os ao lago extenso, onde, ao longo dos séculos, todos os Taurus aprenderam a falar e se desenvolveram tecnologicamente com os destroços da nave.
Com o tempo, a cidade de Borboletas Brancas, liderada por Platina, se tornou uma potência espacial. Novos biossuits foram criados para que pudessem suportar a pressão do espaço.
Mil anos se passaram até que a evolução atingisse o ápice para os Taurus. Platina, agora comemorando seu milionésimo aniversário, estava diante de Draha, enquanto ele se alimentava de tomates e alface em um prato.
— Então é hoje, o dia em que serei selecionada para a expedição — disse Platina.
Draha a encarou com frieza.
— Você tem certeza disso?
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Zodíaco - Singularidade
Science Fiction(Revisando) Num futuro distópico, onde a humanidade iniciou a colonização de mundos e até galáxias, desvendando uma tecnologia capaz de extrair o poder das estrelas, deu-se início a uma nova expansão pelo cosmos. Assim, surgiram os detentores do tí...