Capítulo 35 - O Primeiro Monarca.

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— Lorde Brahms, estamos fazendo o possível para eliminar todos os monstros. Graças a vocês, muitos de nós sobrevivemos. Horus, do setor médico, precisa se comunicar urgentemente. Parece que descobrimos por que a Starlight está com erros de transferência de scripts.

Suspirou Brahms. — Sem comunicações, como nos velhos tempos.

Brahms se regenerou com facilidade, seu braço despedaçado se reconstituiu. Ele passou pelo corredor da sua nave, indo em direção à área de alojamentos. Percebeu que todos tinham desaparecido, exceto os membros superiores Lighters que estavam próximos à sua cabine.

A porta automática se abriu, e lá estava ela, diante dele. Muitos tubos estavam conectados ao seu corpo, transferindo líquidos sanguíneos. Seus olhos estavam submersos na escuridão, ela estava dormindo há dois mil anos.

Larissa estava apavorada em sua câmera de agrupamento psicológico. Ela parecia ter pesadelos intensos. Toda a área ao seu redor estava com rachaduras na nave, e a sala estava imersa em uma luz vermelha intermitente.

"Será que eu vou precisar acordá-la? Sua sede de sangue é muito intensa, ela não conseguirá se controlar diante dos outros Lighters, mas se não houver outra opção, será necessário."

À distância, a estrela radiante de Xi Andromedae brilhava intensamente. Na constelação, os planetas estavam caindo e sendo lançados em todas as direções. A nave de Brahms estava acoplada a outras centenas delas, formando uma nave imperial com extensão de milhares de quilômetros.

Os painéis começaram a emitir alertas: "COLISÃO DE PLANETA COM A NAVE DETECTADA, PLANETA EM ROTA DE COLISÃO COM A NAVE."

Draco estava procurando por Brahms nos corredores, até que Horus, um Lighter da Primeira Ordem,  apareceu à sua frente. Responsável por medicina, Horus descobriu algo que precisava contar urgente para Brahms,  estava ofegante.

— Senhor, recebemos o relatório de Sirá. O dano causado pelo inimigo é um vírus que está se espalhando, atingindo o neurocórtex e transformando as pessoas em mutações. Ampliamos a análise de seu aspecto biológico e descobrimos que sua origem não é deste universo, não conseguimos visualizá-los mesmo nos monitores quânticos.

Draco jogou seus cabelos brancos para trás. — Finalmente coisas interessantes estão acontecendo. Recebemos relatórios das outras naves? Por que esse alerta de colisão?

— O alerta de colisão indica a presença de um buraco negro próximo à estrela de XI Andromedae. Analisamos o objeto em rota de colisão com a nave, mas foi um engano, ele está em direção a XI Andromedae e em breve a atingirá. No sistema solar, temos três civilizações em escala evolutiva 1. Detectamos uma intensa emissão infravermelha a 2 UA (unidades astronômicas) da direção da singularidade.

— O quê?! INFRAVERMELHO? 2 UA?! — exclamou Draco, nervoso. — Então é uma entidade biológica?

Horus baixou os olhos, aparentando preocupação. — Sim, pelas medições, é uma nebulosa.

— E quanto às comunicações? Sim, Sauragoh nos enviou um alerta. Seu motor de dobra quebrou e eles estão perdidos em um planeta com escala evolutiva 2, uma civilização medieval... eles estão disfarçados entre os habitantes, pedindo ajuda para reparar os danos. Parece que sua raça se assemelha à minha, pelo que pude analisar. É um planeta que visitei há muito tempo.

Draco mordeu os lábios. — E os outros Zodiacos?

— Todos que receberam a chamada, mantêm seus cursos intactos em direções das anomalias que representam uma ameaça a Gaia.

— Então estamos próximo de uma anomalia?

— Sim, inclusive, esses dados foram baseados na anomalia. O Buraco negro que pude observar, se trata desse ser desconhecidos para nossos radares.

— Até Zodíaco de Virgem está nessa missão. O tamanho do perigo não me surpreende. A anomalia deve ter se espalhado, ainda não temos informações. Precisamos informar Brahms. Como podemos neutralizar o vírus?

— Parece que aqueles com o elixir em seu DNA são imunes.

Draco franziu a testa. — Isso significa que 95% da nave está morto...

— Droga! Vamos. Onde está Sirá?

— Na estação médica.

Draco e Horus entraram no elevador. O bico de Horus tremia. Como uma das raças de Pericanos, ele estava triste por perder a maioria de seus amigos. Como portador do elixir de seu sistema solar, uma estrela renascente com poucos milhões de anos, ele desenvolveu a habilidade de manipulação de ventos muito poderosos, capazes de estilhaçar metais pesados.

— E essa mão ferida?

As penas de Horus estavam desalinhadas nessa parte. Draco aproximou sua mão, e então o sangue começou a escorrer dela, enquanto milhões de minúsculos drones se dirigiam a ele, regenerando completamente sua pele.

 O salão estava aberto, três serpentes gigantes estavam atacando Brahms, que pulava em várias direções.

— Brahms!

Horus soltou uma rajada de vento em direção a uma delas, cada rajada continha uma lâmina muito fina. Começou a fatiar a criatura.

Então, Draco pulou em direção à outra e atravessou sua cabeça, todo o sangue molhou seu traje inteiro.

Brahms começou a rir. — Eu não precisava exatamente de ajuda... — Então, a cobra que investiu novamente nele levou um soco com intensidade, espatifando sua cabeça. Ao seu redor, muitos lighters estavam mortos, e outras criaturas estavam jogadas pelo chão, mortas por Brahms.

Horus chegou e disse tudo o que sabia.

— Entendo, além disso  ainda não sabemos por que a Starlight não está funcionando. — Brahms franziu suas sobrancelhas. — Perdemos tantos homens aqui.

Pela expressão de Horus, ele parecia saber de alguma coisa. — Eu acho que tenho uma ideia, acredito que sejam ondas geradas pelo próprio vírus.

No painel à direita, a estrela de XI Andromedae estava brilhando intensamente, quando de repente, a escuridão começa a surgir. Os planetas que estavam próximos começaram a se chocar em outras direções, perdendo seu campo gravitacional. Um alerta emitido pela nave sinalizava os destroços indo na direção deles. A estrela desaparece do sistema.

"ESCUDO EM 85%, CHOQUE DE ASTEROIDE."

Brahms, Horus e Draco olharam para o vidro.

— Isso não é possível, o que é essa coisa? — perguntou Brahms.

— Não é um elder draconiano, eles são muito menores. Sem contar que eles estão quase extintos — respondeu Horus.

Draco começou a sorrir, estava nervoso e empolgado ao mesmo tempo com o que estava vendo. Medido por vários quilômetros de distância, pela longitude que a nave estava, ele podia calcular que aquele ser era de proporções inimagináveis. E agora, estavam indo em sua direção.

— Temos que fugir ou seremos mortos — disse ele.

Brahms deu os primeiros passos para a direita, abriu a porta automática com a análise de sua mão. O rastro de sangue se espalhava por toda a nave, o silêncio pairava. Lembrou que ali, antes de partir, tinha muitos lighters empolgados com a missão. Agora, estavam todos mortos; sentiu uma fúria interior invadindo.

— Vamos ativar o canhão de Gilgamesh e mirar na direção dessa criatura, mas antes, precisamos restabelecer as comunicações da Starlight e enviar um comunicado urgente para todo o império — exclamou Brahms.

Zodíaco - SingularidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora