Capítulo 45 - Cidadela de Zorin

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  Larissa repousava em sua cápsula, enquanto seus capturadores a analisavam. Os dois estavam presos em correntes na parede; suas cores azuis mostravam ser de um metal denso e muito poderoso. O lugar tinha tons excessivos de azul; toda a pintura era com tonalidades dessa mesma cor, algumas suaves e outras mais fortes. As ferramentas com as quais trabalhavam eram interessantes. Jalios, com seu zoom, começou a analisar profundamente seus apetrechos, e eles pareciam lhe agradar. Teve a leve sensação de que alguns eram parecidos com uma raça antiga que encontrou próximo do setor Aquariano.

Jalios encarou Brahms. — Senhor, não seria uma péssima ideia acordá-la?

— Não será minha culpa. — Brahms balançou os ombros.

A porta abriu, revelando um deles mais alto do que os outros, vestindo um jaleco branco que ia até seus pés; na cabeça, usava um chapéu formal, porém bastante desagradável, também na cor branca. E então, o gigante estava diante deles.

— Prazer, seres desconhecidos. Tenho o imenso prazer de recebê-los em meu planeta. De qual sistema solar vocês são?

Sua comunicação parecia boa, mas alguns gaguejos ocasionais o faziam parecer um robô. Jalios sabia disso e olhou de relance para Brahms.

— Primeiramente, seria mais educado nos soltar.

Seus olhos azuis demonstraram dúvida. Brahms olhou para suas correntes e então ele entendeu.

— Ah, suas amarras.

— Como se elas pudessem me impedir, tolo ser. No entanto, esse lugar é surpreendentemente tranquilizador. Deve ser por causa do azul — sussurrou Brahms.

Jalios sorriu ao ouvi-lo, mas a criatura diante deles parecia não entender. Então, Brahms teve uma grande ideia: a comida desse povo deveria ser maravilhosa. — Me leve agora mesmo ao seu melhor restaurante! Sempre quis ter o privilégio de me alimentar no mundo quântico — exclamou.

— Restaurante? Quântico? Não sei do que está falando.

Jalios se virou para ele e sussurrou em seus ouvidos.

— Capitão, acho melhor não mencionar esses assuntos. Eles ainda não devem saber que fazem parte de outra camada.

Ele parecia entender, mas ainda o olhava com dúvida.

— Ah sim, o primeiro contato é sempre difícil, mas com tamanha evolução, pensei que vocês já soubessem — disse Brahms.

O alien abaixou os olhos.

— Não são nossos primeiros contatos. Já tivemos contato com muitas outras raças. Mas temos recém-chegados que vêm atormentando nossos povos há muito tempo. Antes de tudo, deixe-me apresentar. Sou Elevo, e este ao meu lado é Draghiris. Sua expressão austera reflete bem sua função; ele é nosso mestre de guerra. Agora é sua vez. Tenha cuidado com suas palavras; nosso povo carrega muito sofrimento, e a pena por sua mentira será a morte.

— Morte? Hein? — exclamou Brahms. Ele fechou os olhos e os abriu lentamente. Não eram mais as expressões calmas que ele costumava ter. — Sempre ouço esse nome. Sinto-me contente. Será que alguém digno será capaz de me proporcionar uma boa morte? Vamos esquecer isso por um momento. Você vê aquela mulher ali?

Eles se viraram para Larissa. — Ela é capaz de destruir um planeta inteiro... e já destruiu muitos deles. Já foi por muito tempo mascote de Gaia, a serviço dela, dizimando planetas. Optei por fazê-la dormir, pois ninguém seria capaz de controlá-la. Não só ela, como eu também sou capaz. Essas correntes...

Zodíaco - SingularidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora