Capítulo 44 - As Sete Ceias.

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 Elissa estava na estação setorial, sentada no sofá metálico com cores suaves prateadas e bordados de ouro, degustando um doce uísque. Seus olhos estavam fechados, concentrando-se em seu interior, nas flutuações do cosmo para descobrir o que estava errado no universo.

 Há muito tempo, quando as primeiras naves de Gaia chegaram ao seu planeta, Elissa e seu povo, os Aian, descendentes do gene caótico Dakkar, estavam passando por dificuldades contra inimigos poderosos. Eles foram escravizados por uma raça superior que se alimentava de seus cérebros devido ao grande poder que possuíam. Seus poderes telepatas eram os mais impressionantes, uma vantagem que se tornou um fardo.

 Além disso, os Gaianos conseguiram enfrentar seus inimigos e libertá-los do cativeiro. Elissa trabalhava para um dos nobres imperiais que estavam escravizando seu povo. Mal pôde acreditar que foi salva; ansiava por esse dia todas as noites ao dormir. Então, ao se ver livre, dedicou-se toda a sua vida para se tornar grandiosa. Em seu planeta natal, começou a administrar todo o seu país, ensinando as crianças a crescerem sem medo de preconceito, sem medo de serem escravizadas novamente. A raça inimiga, chamada de Atilas, foi extinta do mapa por ordem de Gaia, mas o destino nos leva às consequências.

 Os tempos passaram, Elissa se tornou muito forte, chegando a se tornar uma Zodíaco. Prometeu a si mesma que nunca mais seria escrava de ninguém.

 Estava escuro, tão escuro... não sentiria nada ali.

 Pensou que talvez estivesse fraca, talvez por causa do uísque que estava bebendo. Pouco provável para alguém que conseguia enxergar outra galáxia somente com sua mente.

 Abriu sua porta automática, que deu espaço para uma grande varanda. Estava em cima de uma sacada. Todos que a viram saudaram-na e continuaram a dançar ao som alto da música.

 Um palco estava montado no centro, com uma grande quantidade de humanos na frente. Outras raças não eram permitidas nessa colônia. A maioria dos humanos era rica e viciada em festas. Cultivavam vinhos e uísques de melhor qualidade. No palco, o que chamariam de música, Elissa somente ouvia barulhos. Todos estavam dançando.

 Nolan apareceu atrás, beijando seu pescoço. Ela se virou e olhou para seus olhos castanhos claros-cristalinos. Não sabia dizer o que mais a atraía, mas com certeza eram seus olhos.

— Está tudo bem?

  Elissa o encarou e depois se virou, olhando distante para as estrelas, na área que levava próximo da Via Láctea. — Estamos tão longe de casa, sinto em minhas veias que algo está para acontecer. Algo diferente, que nem podemos supor ou acreditar que um dia veríamos.

— Coisas assim são costumeiras, vamos descer e tomar um vinho.

  Elissa consentiu. Ao experimentar o toque de um vinho especial que estava sendo distribuído, explosões de sabores passaram por sua boca. "É, aqui eles superam", pensou ela.

  Emma apareceu ao lado, dançando a música para todos os lados. — Elissa! Finalmente saiu do seu casulo.

— Tive que convencê-la a tomar um ar.

  Emma suspirou. — Ainda bem, está perfeito, esses riquinhos sabem dar uma boa festa —, então ela olhou de baixo para cima. — Precisam de uma companhia extra essa noite?

  Nolan sorriu, mas Elissa discordou. — Desta vez estou cansada, talvez numa próxima. — Pouco sabendo que nos pensamentos de Nolan, ele ansiava por isso.

  Alguns colonos passaram para agradecê-la quando a viram. O resto da noite, Elissa parecia distante. Nolan percebeu o quanto estava chato sua companhia e fugiu da festa. Elissa sabia onde ele estava, podia sentir seus sussurros para Emma e o toque de seus lábios. Não sentia ciúmes disso, pouco se importava. Nolan era apenas um divertimento de uma noite.

Zodíaco - SingularidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora