Ohor caminhava vagarosamente pela nave Tormenta, imerso no silêncio constante e na escuridão que envolviam o ambiente. Contudo, os quadros alinhados nas paredes e as imagens das diversas espécies tornavam a cena surpreendentemente bela.
"Ele deve ter suas armaduras em algum lugar", murmurou Ohor consigo mesmo.
Ele avançou devagar até uma porta trancada, cujo painel exigia um código para acessá-la. Ohor tentou todas as combinações possíveis usando as tecnologias Gnots que tinha consigo. Enquanto isso, um vasto corredor desolado se estendia atrás dele, e Ohor ocasionalmente olhava para trás, esperando ver alguém. Lembranças do humano que cruzara seu caminho ecoavam em sua mente. "Não pode ser verdade. Conheci humanos antes, vivendo sem tecnologia, sem nada. Gaia não pode ser real", refletiu ele.
De repente, uma sensação de ser observado o dominou, e ele virou-se para encontrar um ser vestindo uma armadura verde com tons suaves. Seu rosto estava escondido pelo capacete, que assumia uma forma reminiscente de um dragão, mas com características humanoides. Era uma visão aterrorizante, e Ohor sentiu-se paralisado pelo olhar encarnado do ser. Seus pés curvados indicavam que a gravidade ainda o afetava. Mesmo sem ver seus olhos ou ouvir qualquer som, Ohor sabia que qualquer movimento em falso poderia resultar em sua morte. Ele permaneceu imóvel por horas, até que seu comunicador começou a emitir mensagens, mas Ohor temia responder, com medo de provocar o ser à sua frente.
"Está na escuta, Tizar! Tizar," as mensagens continuavam sem resposta de Ohor.
Enquanto isso, Lys estava tenso em sua cabine, já se comunicando com Peluth, que aparecia em um holograma na sua frente.
— Serbim foi rapidamente eliminado, confirmando os rumores sobre a luta entre Wrath e um ser poderoso — disse Peluth. — Parece que esses humanos são diferentes dos que costumamos encontrar.
— Eles eram poderosos mas foram rapidamente sugados pelo simulador de vórtice, esse aconteceu o mesmo, então não é diferente. — acrescentou Lys.
— Sim, são diferentes. De acordo com os dados de pesquisa, eles pertencem a uma raça única de humanos chamada Zodíacos. Eles conseguem se conectar com a Mãe, assim como o sangue dos antigos Gnots. E o espécime que estamos tentando eliminar é o imperador dos Senhores Draconianos — explicou Peluth.
— Isso é impossível! Imperador Draconiano? Esse ser.... essa raça... já ouvi tantas histórias!— exclamou Lys, sentindo o medo crescer. — Se ele descobrir o que fizemos com seus aliados, ficará furioso, ou outros como ele virão atrás de mim.
— Deveríamos fugir, senhor? — sugeriu Arthor.
— Sim, ativar o portal para uma constelação distante — decidiu Lys. — Deixemos esse indivíduo para trás. Ele está além de nossa capacidade. Que ele siga seu caminho. Sou um mercenário e valorizo minha vida. Não posso arriscar enfrentar tal perigo.
— Vou procurar no mapa um sistema que não esteja no radar, uma galáxia distante — afirmou Arthor.
Peluth ficou furioso por trás do holograma, o preço que havia pagado para Lys era de tamanho valor. — Nós tinhamos um acordo! Auxiliar o Império Gnot! Essa era sua missão!
— Eu sou um pirata, não sirvo a ninguém. Ativar motores! — exclamou Lys
— E os Gnots que estão nos auxiliando?
— Faça uma escolha para eles, se tornarem membros da nossa equipe ou morrer aqui.
Alguns Gnots se rebelaram, recusaram-se a aceitar e exigiram que voltassem. E foram mortos pelos piratas de Lys. Surias, a esposa de Ohor, permaneceu acuada e disse: "Integrante, integrante, por favor, não me mate."
Enquanto isso, Ohor permanecia paralisado diante do ser. Ao receber o sinal de que a nave de Lys estava fugindo, sentiu alívio ao perceber que Peluth ainda estava ativo em seu radar mas lembrou que Surias estava naquela nave. Ohor caiu em desespero, ajoelhando-se no chão e cobrindo o rosto com as mãos. Seu elmo já estava removido, permitindo-lhe respirar o ar produzido pela atmosfera de Tormenta. "Ela é tudo que me fazia continuar.... todo sofrimento que aguentei na mão daquele maldito!", pensou resignado.
Ohor de joelhos, percebeu que algo estava à sua frente, encarando-o muito próximo, mas só o viu no reflexo fino quando olhava para baixo com medo. Era como um observador humilde diante do novo. Em seguida, o ser desapareceu.
Ohor olhou para cima, ''Para onde ele foi?''
Azartar e Roran, ao redor da nave, monitoravam os sinais de varredura em busca de naves inimigas próximas.
— Temos uma nave Destroyer Gnot no horizonte, e um sinal fraco se distanciando para a consteleção de peixes.
— Grave sua direção e trace uma rota. Salve nos armazenamentos, só por garantia — disse Azartar. Ele, com sua lança Afiadora conectada ao traje em suas costas, brilhava com sua armadura Draconiana de tonalidades finas ajustadas ao corpo. Suas asas descansavam nas costas, com partes metálicas preenchendo-as.
Diante da saída traseira da nave, Azartar contemplava o espaço. A nave Tormenta estava em modo de defesa.
— Acha que é uma boa ideia adentrar em Tormenta? —perguntou Roran.
— Não temos escolha! Temos que ir em auxílio do nosso Capitão.
Azartar impulsionou-se com suas asas, aproximando-se de Tormenta.
Após alguns segundos, Azartar pousou em Tormenta.
"Estou próximo da entrada, parece haver uma abertura. Aparentam ser invasores."
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Zodíaco - Singularidade
Science Fiction(Revisando) Num futuro distópico, onde a humanidade iniciou a colonização de mundos e até galáxias, desvendando uma tecnologia capaz de extrair o poder das estrelas, deu-se início a uma nova expansão pelo cosmos. Assim, surgiram os detentores do tí...