Me recuperando do transe que mais pareceu durar horas, desço do palco me encontrando com Juan.
— Preparado?
— Com certeza! Parece que isso aqui vai lotar! — Juan olha em volta e eu faço o mesmo, vendo pessoas chegando animadas e se acomodando nos lugares, enquanto os garçons andam agitados.
Meu pai me chama e antes de subir no palco, eu aviso:
— Senta lá no vip! Na hora eu vou te chamar!
Meu pai informa que podemos começar, então pego meu violão e prendo a correia para ajudar na sustentação, o banco vai me ajudar a não cansar rápido pelas próximas 1 hora e meia e o microfone está na altura ideal.
Começo cumprimentando a todos, o que faz com que o barulho de conversas paralelas diminua. Vejo que tem pessoas, especialmente meninas com feições jovens, usando camisetas com meu rosto e nome estampados.
A lista de músicas foi pensada analisando os covers favoritos dos fãs e decidi que, finalmente, farei ainda hoje um lançamento surpresa de uma música autoral. Esse é um ponto que sempre me travou, sempre tive dificuldades em expor minhas próprias músicas.
Aviso aos fãs, que eles terão algumas surpresas ao longo da noite. Todos parecem animados e com essa energia, eu começo a cantar Genius dos artistas: Sia, Diplo e Labrinth. As pausas são poucas entre uma música e outra, feitas especialmente para interagir com o público.
Terminado "Party in the U.S.A", as pessoas aplaudem e eu sinto um frio na barriga. Um leve tremor toma conta das minhas mãos, quando anuncio:
— Estão preparados para a primeira surpresa? — eles me respondem positivamente — Hoje, esse show não será completamente solo, convido ao palco, Juan Hérnandez.
Acontece uma mistura de respostas. Ouço palmas e alguns poucos gritos agudos. Ao observar Juan subir, não noto traços de nervosismo nele, pelo contrário, ele mantém um sorriso lindo no rosto enquanto eu sinto que meu coração está prestes a saltar para fora, diferente do que estava sentindo alguns minutos atrás.
Ele se acomoda num banco, posto ao meu lado e eu respiro fundo, antes de começar a tocar. No tempo certo, ele começa o primeiro verso:
— She got the mmm, brown eyes...¹
Você já teve aquela sensação de como se o mundo sumisse da sua frente, como se fosse um sonho, só que está acontecendo de verdade. Meus dedos parecem independentes ao tocar o violão porque meu cérebro está entorpecido com uma só visão e agradeço a Deus, por ter me permitido não errar nenhuma nota.
Num momento fecho os olhos, pois, necessito me concentrar em minha própria voz:
—... He got that mm, green eyes, givin' me signs...²
Ao terminarmos de cantar, nossos olhares se encontram e mais uma vez o sorriso é automático e contagiante. Ouço palmas e assobios, vejo que algumas pessoas mantém seus celulares erguidos e Juan volta sua atenção para a plateia:
— Estou muito feliz de estar aqui. Obrigada pelo convite, Lena. — Ele me olha novamente e estende a mão, eu coloco a minha sobre a dele e sinto o calor que emana da sua pele.
Os fãs gritam para que toquemos mais uma música juntos, e isso me tira da hipnose. Juntos, decidimos cantar Locked out of heaven do bruno mars. É incrível como essa música me dá vontade de dançar e é num clima alto astral que Juan se despede do público e sai do palco. Por mim, esse momento poderia se estender.
É claro que gostaria que ele permanecesse aqui, mas eu preciso finalizar o show com a minha música. Fecho os olhos me concentrando no momento, evitando que o nervosismo me faça gaguejar ou algo assim.
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CANCELADA |
أدب المراهقينDesde o início de sua vida, Helena demonstra um talento artístico natural e sempre foi incentivada por seu pai a investir no seu sonho de ser uma estrela. Desde que seus pais se separaram, Helena, mora com o pai em Nova York conciliando seus estudos...