Capítulo 29 - A busca infinita

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Como uma coisa pode ter sentido e ao mesmo tempo não ter? Recapitulando, Lily é uma das amigas mais próximas da Annie e está sempre ao seu lado, não tenho ideia desde quando essa amizade existe. Por estar do lado dela, faz sentido me atacar, mas porque atacaria a própria amiga?

Droga, vou ter que ir atrás dela e ela vai ter que me dar respostas.

Respirei profundamente por muitas vezes durante as aulas para não roer as unhas em nervoso. Focar no conteúdo passado pelo professor foi uma luta até chegar o momento em que o sino tocou e agora estou tendo que correr entre os colegas transitando pelo corredor em busca de uma única pessoa.

Lily está quase atravessando a divisória que leva até a cantina e eu aumento o passo até alcançá-la, conseguindo segurar o seu braço com firmeza. Ela se vira e ao me ver puxa o braço de maneira brusca.

— O que você quer? — ela diz com a voz mais alta do que o necessário.

— Eu preciso que me explique o fato de ficar tirando fotos minhas como uma stalker e postando na internet.

— Está louca? — ela cruza os braços e me encara com uma sobrancelha arqueada.

Eu destravo meu iphone e rapidamente, abro a captura de tela das câmeras do Timmy's. Mostro para ela a imagem e ela estreita os olhos.

— Vai me dizer que essa aqui não é você, tirando foto enquanto aquela garotinha me pedia para tirar uma foto com ela?

Lily recua o corpo alguns centímetros, mas logo volta a sua pose de dona da situação.

— Você deve se achar muito estrela, não é? E daí se eu postei uma fofoca ou não? Você escolheu ser famosa, não foi? — ela ri, coloca a mão na cintura e me analisa de cima a baixo. — Se não aguenta a pressão, queridinha, desiste de uma vez porque tudo só piora.

Me preparo para respondê-la a altura, entretanto somos interrompidas por uma voz estridente:

— O que está fazendo plantada aí, Lily, vamos logo! Estou morrendo de fome. — Annie nem se dá o trabalho de olhar para mim e sai, sendo seguida pela amiga.

Nossa, que raiva! Ela não confirmou e nem negou. Eu continuaria a ir atrás dela, se não fosse pelo esbarrão no meu ombro. Não é uma pessoa qualquer, Amber passa por mim sem me notar enquanto mexe no celular, concentrada no que ainda está fazendo.

Olho para ela incerta se deveríamos conversar. Decido me apegar ao último resquício de coragem e a chamo:

— Amber!

Ela se vira, escondendo o celular rapidamente. Percebo seus olhos um pouco arregalados e como ela não diz nada, eu continuo:

— Eu soube que seu pai vem te ver. Como você está?

— Ótima! — Ela diz rápido e percebo seus ombros tensos. — era só isso? Tenho que ir.

Sinto que não é só isso e ao mesmo tempo, não tenho ideia do que dizer. Diante do meu silêncio, ela vai embora.

Meu estômago ronca e vejo que só tenho 10 minutos para comer alguma coisa.

Compro meu lanche e vejo que os garotos estão juntos numa das mesas do refeitório. Eles parecem cochichar sobre algo. O que é capaz de fazer garotos adolescentes ficarem, aparentemente, tão calminhos? Devo agradecer que pelo menos não estão mais se matando.

— O que estão aprontando? — Eu pergunto enquanto sento no espaço livre ao lado do Juan.

Meu irmão responde:

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