𝙲𝙰𝙿𝙸́𝚃𝚄𝙻𝙾 𝟻:

252 16 0
                                    

— Ah mas que porra Hermione! - resmungou Mahina, frustrada. - Quer saber? Para mim, já chega! - concluiu a loira, por fim, saindo do dormitório dos grifinórios.

— Ah, não não não... - resmungou Harry, correndo em direção a garota que tinha acabado de sair pela porta - Mahina, me espere! Você... - Voltou-se ele, parado no batente da porta, olhando apreensivo para Hermione - Por favor, não durma até eu voltar, suponho que se eu tiver que incomodar a Black mais uma vez com isso eu...

— Harry, vai - suspirou Hermione, ao perceber a ansiedade que pairava no tom de voz do amigo.

— Certo - concluiu ele, saindo pela porta - Ah - ele murmurou, voltando-se a garota mais uma vez - Anote aquelas coisas estranhas que você disse, assim posso mostrar para o meu pai e pergunto se ele sabe de algo - terminou, fechando a porta atrás de si, sem nem mesmo permitir que Hermione o respondesse.

A garota balançou a cabeça em negação, tentando ignorar a dor que ainda invadia seu corpo, sem justificativa aparente.

Se perguntou algumas vezes de como conseguiria pegar no sono novamente, pensando em tudo que havia acontecido até minutos antes.

Ela havia tido um pesadelo? Como poderia? E o pior, porque não se recordava de nada, sendo que ainda sentia seu corpo formigar de dor?

Vagarosamente, esticou seu braço para frente e alcançou um pedaço de pergaminho e uma pena, abrindo-o sobre a mesa de centro.

Sua respiração ainda seguia pesada e sua cabeça martelava de dor, pensou no que Harry havia dito, escrever sobre o que se recordava, talvez a Ordem pudesse ajudá-la a entender tudo isso, afinal, o que teria a perder?

Mas, ao levar a pena suja de tinta ao pergaminho, bufou irritada, encarou o objeto em sua mão por mais um longo período, girando-o de forma agitada. Forçou sua mente para se recordar do sonho, das pessoas, do que havia acontecido, mas a única coisa que conseguia se lembrar era da dor, a dilacerante dor que cortou seu peito, sentia-se queimando de dentro para fora, sentia-se morrer...

Você merece morrer

Você merece morrer

Recordar das ácidas palavras de Malfoy fazia seu peito doer ainda mais, será que havia sido por isso que ela sentiu tanta dor em seu pesadelo? Será que o fato de discutir com Malfoy havia a deixado tão desnorteada a esse ponto?

Você merece morrer.

Sua consciência a torturava, tão logo sentiu lágrimas lavarem sua bochecha. Por que, em um momento, ela sentiu-se tão dominada pela fúria e por outro se sentiu tão submissa nas mãos do loiro? Era ele que merecia morrer, ele, ele.

Espremeu seus olhos com força e balançou sua cabeça freneticamente, voltou-se para o pergaminho em sua frente, enquanto aproximava a ponta de sua pena no pedaço de papel, percebeu suas mãos trêmulas e antes mesmo de rascunhar qualquer coisa, atirou longe e em um acesso de raiva, derrubou todos os livros da mesa.

escorreu do sofá para o chão, e levou suas mãos aos cabelos, curvando-se para olhar o teto. Apertando sua cabeça com as próprias mãos.

Ela não conseguia se recordar de nada que havia dito, de nada que havia ocorrido naquele terrível pesadelo.

Mais lágrimas escorreram de seus olhos, um choro silencioso e - o pior, talvez - sem motivo aparente.

Sentia-se impotente, estaria enlouquecendo?

Que diabos estava acontecendo?

Draco Malfoy era um parasita, um veneno para seu cérebro, tinha a certeza disso, mas também negava-se em aceitar que estava nesse estado por culpa daquele sonserino.

Fine Line - DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora