𝙲𝙰𝙿𝙸́𝚃𝚄𝙻𝙾 𝟷𝟷:

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O final de semana passou rápido, muito rápido, na opinião de Hermione.

Quando a garota percebeu que ela e Harry finalmente haviam tirado o devido tempo para estudarem sobre as horcruxes de Voldemort - como Dumbledore havia instruído - já era domingo à noite e, no fim das contas, não avançaram como gostariam em suas pesquisas. Tampouco se o tal "diário de Malfoy" tinha algo haver com isso.

Mesmo depois de Hermione ter contado a Potter como viu suas mãos em chamas após tocar no livro - ou diário - sem a proteção correta, ainda assim, achavam pouco provável uma coisa ter relação a outra, para a infelicidade deles, estavam lidando com dois problemas diferentes (pelo menos era isso que ambos acreditavam).

Em compensação, a insônia de Granger vinha piorando cada vez mais com o passar do tempo e, para seu azar, seu estoque de remédios trouxas estava no fim - evitava os tratamentos bruxos para isso pois sabia que as drogas bruxas eram muito mais potentes e viciantes que qualquer outra. Mas era um fato, também, que muita coisa vinha tirando seu sono, os índices de trouxas e nascidos trouxas assassinados aumentavam a cada dia, a preocupação com os N.O.M.S que se aproximavam, a falta de informações sobre as horcruxes, Carter e o perigo que, agora, Hermione causou a ele e sua família (e mesmo sua família tendo se mudado para os Estados Unidos juntamente aos pais de Hermione, Carter se negou a fazer o mesmo), o perigo que seus amigos corriam, o maldito diário de Malfoy que ainda não haviam conseguido abrir e agora, como se não bastasse, pesadelos desconexos atormentavam a mente da garota. Em um ela sentira uma dor tão forte que parecia rasgar seu peito, em outro suas mãos queimavam, depois seu corpo, em outro ela presenciara a morte de alguém e todos pareciam apenas piorar com o passar dos dias.

A vida da garota, da noite para o dia, havia se tornado um verdadeiro inferno.

— Que merda - ela balbuciou, ao escutar seu despertador tocar, pela terceira vez, indicando que já se tratavam de 8 da manhã.

Granger não estava bem.

Não lembrava-se ao certo que horas havia conseguido pegar no sono, mas recordava-se com clareza que o sol já despontava no horizonte quando esse fato ocorreu. De qualquer forma, sabia que aquele toque do despertador seria o último e ela não poderia se atrasar para a aula.

Mas bastou apenas erguer seu corpo com lentidão, devido à exaustão que abraçava seus músculos que, tão logo, uma leve batida soou em sua porta.

— Mione, está pronta? Quer que eu te espere para irmos tomar café juntos? - chamou Harry como sempre fazia todas as manhãs.

— Estou sim, mas pode ir na frente, preciso me encontrar com a professora McGonagall antes das aulas iniciarem - mentiu ela, sem abrir a porta do quarto.

— Está bem, nos encontramos em poções então - concluiu o moreno, já se afastando do quarto da amiga.

Granger levou as mãos ao cabelo e inclinou sua cabeça para o teto, sentindo sua respiração pesar. Odiava mentir para Harry, mas era orgulhosa demais para deixar alguém perceber que ela não estava bem.

Precisava continuar sendo Hermione Granger que sempre fora: a excepcionalmente brilhante aluna de Hogwarts, tão poderosa quanto um bruxo de sangue puro, principal arma da Ordem da Fênix e, agora também, uma ameaça iminente para Voldemort (pelo menos era o que pensava ser, já que a Ordem não compartilhara nada concreto sobre isso com ela).

Ao escutar o som da porta de entrada do dormitório abrindo e fechando logo em seguida foi o suficiente para concluir que Harry havia acabado de sair.

Aproveitando essa deixa, Hermione separou seu uniforme e foi direto para o banheiro com o intuito de tomar um banho rápido antes de começar oficialmente seu dia.

Fine Line - DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora