– Partiremos esta noite - declarou Dumbledore, enquanto se colocava em pé.
Hermione se revirou na cadeira com desgosto, já havia tentado conversar com Harry, orientar do que ela vinha sentindo, do aperto no peito, do embrulho no estômago, na sensação que poderia perdê-lo, mas nada o fazia mudar de ideia.
Estava cego em querer ajudar o diretor que jamais pensaria nas consequências de suas ações.
E tudo isso vinha resultando em noites mal dormidas para Granger e sua necessidade incansável de seguir suas pesquisas para ajudar a Ordem em descobrir mais Horcruxes.
Porém ela vinha falhando, dia após dia, e isso a martirizava.
E se martirizava tanto que descontava sua dor nos treinamentos com Lupin. Quase matou o professor de exaustão a poucas horas atrás.
Com o passar dos dias, Hermione se tornou ainda mais poderosa, agressiva e temperamental, todos ainda apostavam que isso poderia resultar do luto, apenas Lupin estava convicto que havia outro motivo, mas ninguém daria ouvidos para suas teorias naquela altura.
– Ótimo - concordou Black, também se erguendo da cadeira.
Hermione encarou o mais velho com uma feição indecifrável, não conseguia compreender a que ponto o desejo por respostas havia levado todos.
Ela queria rebater contra Sirius, queria que ele pudesse ler sua mente naquele momento e ouvir todos os xingamentos possíveis que ela estava voltando contra ele por concordar com aquela ideia estúpida.
Mas então ela se calou, assim que ouviu a porta da frente abrir e um cajado vir batucando pelo chão.
O som era inconfundível.
– Moody! - exclamou James ao ver o homem se aproximando - Tem novidades?
A pergunta de James era específica, ele sabia de quais novidades se referia, assim como Alastor, mas não poderia revelá-las ali, naquele instante, com todos presentes.
– Se você chama isso de novidades, bom pra você - o homem retalhou, atirando o jornal contra a mesa com brutalidade.
Hermione foi a primeira a se esticar para pegar o objeto.
Analisou a capa com cautela, absorvendo com dor todas aquelas palavras escritas.
– Céus - ela exclamou, sem tirar os olhos do Profeta Diário - Outro ataque a nascidos trouxas?
Aquilo já havia virado rotina, trouxas e nascidos trouxas eram os principais alvos, sequestros, tortura, assassinatos e até mesmo estupros estavam sendo computados, mas o profeta diário não divulgava nem 1% de tudo que inflingia a comunidade bruxa e trouxa devido a guerra.
Moody soltou uma risada anasalada.
– Isso apenas o que esses vermes noticiam, tem muito mais coisa por trás.
Lentamente, Chloe se aproximou de Hermione e pegou o jornal de sua mão para analisar a manchete.
Ela engoliu seco.
– O que faremos? - ela exclamou, com preocupação - Ou vão me dizer que iremos ficar de braços cruzados? Aqui? Enquanto esses filhos da puta destroem a vida de quem bem entendem?!
Pela primeira vez, o silêncio reinou naquela sala de jantar. Nem mesmo James ralhou com a filha pelo seu linguajar inapropriado. Havia, de fato, muita coisa para ser feita, e eles eram em um número muito pequeno para conseguirem dar conta do recado.
Mas ninguém queria admitir tal detalhe.
Então Minerva coçou a garganta.
– Bem, sei que não é muito, mas eu e a Srta. Granger, estamos trabalhando em um programa de nascidos trouxas - começou a professora, ganhando toda a atenção para si - Tirá-los da escola, darmos abrigos e proteção a eles e suas famílias...
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Fine Line - Dramione
ФанфикE se ele se tornasse a escória da sociedade e ela a referência para o mundo bruxo, tudo seria diferente? Um livro. Uma noite. Um sobrenome. Ele a odiava e vociferava isso ao vento, mas esquecia-se que ódio nunca foi o oposto de amor. Ele era ambição...