Dumbledore havia descoberto o local da terceira Horcrux e precisava da ajuda de Harry para buscá-la.Era nisso que a cabeça de Hermione rodopiava.
E que hoje era a última detenção com Malfoy.
Ela não saltitava, tampouco sorria por isso, ainda se sentia fraca e lutava contra o luto, mas não podia negar que estava ansiosa, seus dedos batucavam contra a contracapa do livro que carregava nos braços com força.
Céus, a última detenção com Malfoy finalmente havia chegado.
A última.
A última vez que teria que tolerar suas palavras grosseiras e seu jeito estúpido de agir.
Mas, ainda assim, Hermione não conseguia se sentir feliz. Obviamente colocava a culpa no luto, seus pais haviam morrido a poucos dias, como diabos se sentiria feliz com algo?
Todavia, a questão não era essa, mas sim porque ela sentia seu peito apertado? A boca seca? o coração palpitante? Como se algo estivesse prestes a escapulir de seus dedos, outra vez...
Mas céus, o que mais poderia fugir de suas mãos? Já não havia perdido tudo?
– Srta. Granger - chamou o professor Snape, enquanto marchava pelo corredor.
A garota parou abruptamente, torcia para não ter deixado aparente que o professor havia a assustado.
Ao girar seu corpo, tão logo vislumbrou o mais velho, sempre vestido em suas costumeiras roupas pretas e cabelo oleoso. Logo atrás de si também havia um garoto, Hermione respirou fundo ao se dar conta de quem era.
Mas Draco, ao contrário de Granger, ainda se mantinha de cabeça baixa.
Há algo de errado com ele - foi o que serpenteou tão rapidamente na mente da morena.
– Oh, boa noite professor - Hermione cumprimentou, tentando manter sua postura - Estava agora mesmo indo em direção às masmorras.
– Então estaria perdendo o seu tempo, Srta. - Snape repeliu, ríspido - A detenção de vocês será na biblioteca.
Granger franziu o cenho e quase se viu lançando outra pergunta ao professor, mas então se calou, sabia que seria um gasto desnecessário de saliva, quando chegassem lá, o professor iria explicar o que fariam de uma forma, ou de outra.
E assim,quando a garota menos notou, o professor a ultrapassou com pressa e Malfoy fez o mesmo, seguindo-o a seu encalço, mas, desta vez, ele não deixou de encarar a garota.
E ela, por mais que relutasse, não desviou o olhar, mas o manteve rígido, igualmente a Draco.
Ele observava Granger com cautela, analisou as linhas de expressão marcadas em sua testa, leves manchas arroxeadas abaixo dos olhos, sinais de insônia que ainda torturavam a morena, e não pôde deixar de se admirar com a postura que a mesma mantinha.
De fato, seu rosto estava pálido e os ossos marcados, mas ainda assim, mantinha a expressão rígida e seus cabelos e uniforme perfeitamente alinhados.
Céus, ela havia perdido os pais a poucos dias e ainda assim tinha forças para desafiá-lo.
E ele seria um tolo se dissesse que não se surpreendia com tais atitudes.
Mas, ainda assim, ele podia senti-la quebrada, seu peito estava dilacerado, não sabia como podia tirar tais conclusões apenas a fitando em seus olhos, mas ele podia. E, por mais que ele negasse, a dor dela o afetava também.
Era como se estivessem em uma silenciosa disputa, o mais fraco desviaria o olhar primeiro, pelo menos era isso que passava na mente de Hermione.
Mas havia algo de errado com Malfoy, Hermione juraria perante ao túmulo de seus pais se fosse necessário, mas aquele não poderia ser o Draco que ela sempre conhecera, quem a quis matá-la em uma estufa de herbologia ou duelou com ela para vê-la tremendamente ferida em um dos corredores da escola.
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Fine Line - Dramione
FanficE se ele se tornasse a escória da sociedade e ela a referência para o mundo bruxo, tudo seria diferente? Um livro. Uma noite. Um sobrenome. Ele a odiava e vociferava isso ao vento, mas esquecia-se que ódio nunca foi o oposto de amor. Ele era ambição...