𝙲𝙰𝙿𝙸́𝚃𝚄𝙻𝙾 𝟸𝟹:

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Granger estava estranha, era fato, não havia como negar, tanto que, por um pequeno instante, quando as mãos de Harry tocaram aquele livro sem a proteção necessária sentiu que estava cometendo um erro, um tremendo erro.

Mas pensar no que Dumbledore tinha acabado de passar, nas dores, no sofrimento, nem Merlin seria capaz de compreender a dor que cortaria o peito de Potter se o pior viesse acontecer com o diretor.

— Harry... - sibilou Hermione, segurando, de súbito, a mão de Potter, antes dele se retirar da biblioteca - Só tome cuidado - concluiu ela após apertar a mão do amigo.

Harry encarou aquele gesto despretensioso surpreso, não conseguia explicar, mas quando a mão da morena tocou a sua, foi como se ele pudesse sentir o poder que ela exalava, sua palma era quente, e aponta dos dedos pareciam possuir um imã, um imã tão potente que ela parecia não conseguir solta-lo.

Seria mais um sinal? Um sinal que ele estava cometendo um erro?

Mas não, ajudar Dumbledore jamais seria um erro.

— Vou sim - respondeu ele, se desvencilhando da amiga e correndo para fora da biblioteca.

Não podia negar, mas sentia seu peito apertado, talvez fosse sua consciência alertando que deixar Hermione voltar sozinha para o dormitório, com tantos comensais a solta, fosse loucura, ou talvez simplesmente sentisse isso porque Granger era o mais próximo que ele possuía de uma irmã.

Não conseguiria dar esse título a Chloe tão cedo, ainda precisava se acostumar com a ideia.

Mas, sendo como for, também sabia que Hermione conseguiria se virar, ela daria um jeito caso precisasse, ela sempre deu. Agora Dumbledore, estava tão fraco e aturdido que nem mesmo em pé ele conseguia se colocar e para Harry, isso era o suficiente para ele acreditar que estava fazendo o certo.

Virou o corredor da biblioteca com pressa, não fazia a menor ideia para onde Malfoy poderia ter ido e agora, sem a capa, Potter tinha ainda mais dificuldade de não chamar a atenção, mas ainda assim, estava crente que seu plano iria funcionar.

Precisava funcionar.

Tão logo ele se recordou de algo, algo que poderia ajudá-lo.

O mapa.

Rapidamente, virou o corredor para a esquerda e correu até a passagem da bruxa de um olho só.

Como já havia sido estipulado, o mapa ficaria ali para Ron buscá-lo caso fosse necessário.

Empurrando a estátua brevemente para o lado, encontrou o objeto coberto de fuligem escondido logo na entrada do corredor. Quem o visse daquela forma, julgaria ser apenas um mero pedaço de pergaminho.

Harry tapou sua respiração para não espirrar, enquanto retirava o mapa daquele espaço e batia a poeira sobre ele.

Era notável, o rapaz estava ansioso, tão ansioso que nem mesmo havia se dado conta que estava parado  em frente a passagem aberta, sem uma capa para protegê-lo, muito menos escondê-lo.

Mas, naquele momento, para si, aquilo não importava, ele apenas precisava se certificar que Dumbledore estava bem.

– Eu juro solenemente não fazer nada de bom - Harry murmurou, enquanto apontava a varinha para o mapa, sempre observando sobre o ombro para se certificar que não viria ninguém.

Instantaneamente, o mapa brilhou e se abriu, aos poucos revelando o destino de todos na escola.

Ele começou observando Granger, pelo mapa, naquela altura, estava próximo a entrada do seu dormitório, mas era possível notar que dois comensais - os Carrows - vinham pelo lado oposto daquele corredor.

Fine Line - DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora