No dia seguinte, no trabalho, quase não se encontraram, pois havia sido um dia muito corrido em que tiveram que se dirigir bastante a vários locais de crime diferentes, para a sorte de Raquel, que, aliás, ansiava pela chegada do fim de semana, pois iria para a fazenda com as crianças e finalmente se livraria de Alicia, pois na segunda-feira já teria sua própria sala.
À noite, no fim do expediente, Alicia saiu primeiro, como de costume, mas ao invés de ir embora, aguardou a mulher, encostada no carro da mesma. Quando Raquel saiu apressadamente, enquanto, com o auxílio da lanterna do celular, procurava suas chaves perdidas dentro de sua bolsa, foi surpreendida pela imagem da figura ruiva.
Raquel's Point Of View.
—Podemos conversar?–Fiz menção de falar, mas ela me interrompeu.—Você reclamou sobre convesar na delegacia, na festa... mas não disse nada sobre este lugar.
Cruzei os braços e olhei para o lado.
Eu não queria falar com ela, mas já estava cansativo e ridículo tudo isso. Era melhor eu ouvir logo o que ela tinha a me dizer, apesar de temer quais palavras sairiam da sua boca nos próximos minutos, porque talvez tudo não passe de mentiras muito bem contadas, que eu acabe caindo por estarem vindo justamente dela.
🎶Tenho medo que sejam mentiras estas suas palavras
Tenho medo de me apaixonar e você me deixar abandonado
Eu tenho medo mais do amor do que da morte
Por que na vida eu não tive sorte
Sempre que amo eu sou enganado🎶Alicia's Point Of View.
Ela resistia e tentava não me encarar, fingia total indiferença, mas conhecendo-a bem, sabia que não passava de atuação.
—Dá para olhar pra mim? Estou falando com você.
Segurei seu queixo suavemente, lhe obrigando a me encarar, mas jogou a cabeça um pouco para trás, retirando minha mão do seu rosto.
—Ok.–Suspirei.—Aceitar seu pedido de casamento,–Ao ouvir isso, ela abaixou a cabeça e engoliu seco.—e dias depois me casar com outra pessoa foi cruel.
—Foi.–Afirmou, com os olhos já brilhando em tristeza.—Foi cruel, foi egoísta, foi mesquinha, foi uma puta sacanagem. A maior que já fizeram comigo.
—Concordo. Mas eu tive motivos, Raquel. Meu pai estava falindo e precisava de um investidor, que por acaso foi um homem muito antiquado e atrasado que propôs um casamento com seu filho como uma garantia do contrato e...
Parei de falar, pois senti meu rosto esquentando, quando sua mão foi contra minha pele, levei a meus dedos até o local e respirei fundo, mantendo o controle.
Ok, Alicia, talvez você tenha merecido isso.
Olhei para ela e sorriu decepcionada, enquanto permitia que algumas lágrimas rolassem por suas bochechas coradas.
—Esse é o seu jeito de pedir desculpas?–Olhou para o lado e negou com a cabeça.—Me diz, quando foi que a sua mente genial pensou que contar como eu fui, de forma humilhante, trocada por dinheiro, resolveria as coisas, hum?–Fez uma pequena pausa.—Se ao menos o amasse... se fosse por amor, doeria, mas seria mais aceitável.
—Só estou tentando ser sincera com você.
—Está quase uma década atrasada.–Limpou algumas lágrimas de forma bruta.
—Raquel...
—Não, Sierra. Não. Para de pronunciar meu nome.–Andou um pouco, passando as mãos no cabelo e depois se aproximou novamente.—Você não entende que a verdade agora não serve de nada? Não entende que a sua falta de sinceridade me forneceu uma depressão, que agora não dá mais para anular, hum?
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Tentativas. || Ralicia [AU]
Fanfiction[ EM ANDAMENTO ] Raquel Murillo e Alicia Sierra tinham um relacionamento no período formativo de suas carreiras, que acabou rompido, separando-as. O tempo, principalmente, deu-lhes rumos inimagináveis por suas antigas versões e, agora, no presente-f...