Provocações.

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A noite foi bem agitada entre os amigos, aproveitaram bastante e com todos juntos dessa vez. Ninguém se ousou a dormir. As duas crianças mais novas acordaram uma vez, mas logo deram a atenção devida e atenderam suas necessidades, fazendo com o que retornassem ao sono tranquilo que estavam antes.

Uns mais, outros menos, mas todos beberam, ninguém passou ileso, o que deixou a festa mais animada. Martín começou a infernizar a todos e logo os homens lhe deram um banho e jogaram-lhe na cama, trancando seu quarto, pois ficava irritante quando bebia e não queriam lidar com ele; Já Raquel estava muito cansada por não ter dormido quase nada, uma vez que teve que levantar-se de madrugada para ir atrás do seu afilhado. Portanto, ambos se retiraram primeiro.

Todos os outros levaram a festa por mais três horas até que ficaram esgotados ao ponto de alguns dormirem ali mesmo, sentados em cadeiras, deitados no chão, com a cabeça na mesa ou sobre ela... A casa que havia sido arrumada algumas horas antes já estava um caos novamente como se um furacão tivesse passado por ali.

Alicia e Jakov foram os únicos que subiram as escadas, mesmo que quase se arrastando e tropeçando a cada degrau que subiam. A ruiva primeiramente abriu a porta do banheiro achando que era o seu quarto e ficou irritada por não ver sua cama ali, indo reclamar com Jakov, que riu da mesma e fez com o que ela acabasse gargalhando também, mesmo que segundos anteriores estivesse cuspindo fogo de raiva.

Quando finalmente encontrou seu quarto e entrou, não conseguiu enxergar nada, estava o puro breu e sua visão não colaborava, pois além de bêbada estava sem seus óculos ou lentes, então tropeçou em sua própria mala, tentou se segurar na gaveta da cômoda e acabou atirando-a contra o chão sobre a sua mão direita. O barulho não foi tão alto, não para quem estava fora do quarto.

Raquel acordou assustada, já estava tendo um pesadelo e seu cérebro entrou em alerta. Perigo. Tinha alguém tentando invadir a casa? Ligou o abajur para procurar algo que pudesse usar como arma sem chamar muita atenção, mas ouviu uns resmungos baixos bem próximo, caminhou até o som e aos pés da cama estava Alicia quase chorando de dor e rindo ao mesmo tempo da reação de Raquel diante da situação. A loira suspirou, relaxando seu corpo ao notar que tudo não se passava de Sierra.

—Alicia, o que você está fazendo acordada a essa hora? Não deveria estar na cama? Por Deus, são quatro horas da manhã, tem gente aqui tentando dormir, sabia? E o que está fazendo no chão, revirando uma gaveta? O que procura?–Cruzou os braços.

—Eu procuro você, mi amor. Em todos os lugares.–Disse com a sinceridade que não queria ter naquele momento.—Eu te amo, Raquel. Eu te amo.

Raquel ficou tensa, mas depois se livrou das frases que repetiam-se sem parar em sua mente, culpando o fato de ter notado que Alicia estava bêbada. Para Raquel, não passavam de palavras. Preferia se enganar dessa forma.

—Não vai dizer...–Soluçou.—Nada, Raquel?

—Alicia, levanta daí.

—Ah, droga! Não é assim que responde um "eu te amo".

Tentou se levantar, mas não conseguiu, então olhou para Raquel e vendo sua expressão de insatisfação diante da situação Alicia gargalhou, jogando a cabeça para trás, mas caiu em câmera lenta, colidindo as costas contra o chão, como um bebê sem firmeza no corpo. Bateu a cabeça no e impulsivamente levou a mão machucada até o local rapidamente, que ao encostar latejou fortemente, fazendo-a gemer de dor.

—Ai Meu Deus!–Descruzou os braços e colocou as mãos na cintura.—Sierra, você por que bebeu tanto, hein?

—Não bebi muito.–Disse com a voz embolada.

Tentativas. || Ralicia [AU]Onde histórias criam vida. Descubra agora