Reunião familiar.

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Com Alicia no volante, seguiram para o hospital às pressas, preocupadas com a situação que poderiam encontrar no local. Tentavam imaginar um cenário possível que poderia estar acontecendo e, portanto possuíam uma interrogação enorme acima de suas cabeças. Raquel, em específico, estava em uma pilha de nervos e não parava de sacudir a perna nem por um segundo, o que provocava inquietação também em Sierra. Parecia contagioso.

—Ei!–Ao parar em um sinal vermelho, Alicia segurou um dos joelhos da loira, fazendo com o que a mesma a encarasse.—Quer viver os Flintstones?–Raquel franziu o cenho.—Porque desse jeito vai acabar tirando o chão do carro.

Murillo deu um sorriso contra a sua vontade, disfarçando-o.

—Eu só estou um pouco nervosa.–Confessou.

—Um pouco?–Ironizou.—Olha só, eu também estou agitada e nem faço ideia do que estava escrito nas mensagens, mas seja lá o que for, você vai resolver, você sempre resolve. Além do mais, eu estou aqui, não estou? Então, fica fria, daremos um jeito.

Raquel olhou para a mesma profundamente e pareceu sorrir com os olhos enquanto respirava fundo, pondo uma mão sobre a que segurava sua perna, agora um pouco mais calmas.

O sinal abriu.

Chegaram no hospital e guiaram-se para o balcão da entrada, onde estavam prestes a arrancar informações da recepcionista à respeito de Ágata, Silene e as crianças, mas acabou não sendo necessário, pois logo ouviram a voz da morena de cabelo médio em um tom agressivo e altivo e foram em direção ao corredor, vendo a confusão armada, enquanto os acompanhantes dos pacientes observavam da porta de cada quarto.

Raquel e Alicia se surpreenderam com a cena.

—Ágata!?–Raquel apressou os passos em sua direção e Alicia a seguiu com menos pressa.

—Louca, descontrolada!–Uma mulher bem vestida, com uma bolsa pendurada em um dos braços, segurando uma prancheta com alguns papéis e uma caneta nas mãos gritava.

—O que está acontecendo aqui?–Raquel perguntou, também se alterando, agora de frente para a mulher, claramente ficando do lado da sua amiga, ainda que não soubesse o que, de fato, acontecia.

—Quem é você?

—Eu que pergunto, quem é você e por que está falando com a minha amiga dessa forma?

—Ei, ei, ei!–Alicia se aproximou, pondo uma mão na barriga de Murillo para que se afastasse um pouco da mulher, ficando entre as duas.—Calma, Raquel!–Alicia sussurrou para a mesma.—Alicia Sierra, inspetora de polícia.–Cumprimentou a moça.

—Que bom que chegaram!–Silene sussurrou para as mulheres, enquanto ainda segurava a outra morena.

—Ah, ótimo! Faz horas que espero alguém da segurança, porque essa maluca nem deveria estar solta assim pelas ruas, imagine querendo ter o direito de me dizer o que fazer com aquelas crianças.

Ao dizer isso, Ágata avançou em sua direção, mas Silene puxou-a para trás pelos braços com toda a força e ambas colidiram, fazendo Silene bater a cabeça na parede às suas costas. E com toda a gritaria, o garotinho acabou aparecendo na porta do seu quarto, empurrando o suporte do soro.

—Axel!–Raquel exclamou assustada por conta da situação que não queria que ele estivesse presenciando. Foi em sua direção quase que correndo, abaixando-se e abraçando o mesmo.—Você está bem?

Ele concordou com a cabeça.

—Por que a tia Ágata está brigando com aquela moça, Tia Raquel?–Perguntou inocentemente.

Tentativas. || Ralicia [AU]Onde histórias criam vida. Descubra agora