Tentativas. || Ralicia [AU]

Mais um degrau.

Após ficarem trabalhando por toda a tarde e a noite, seguiram para a casa da loira, onde, sem nenhuma enrolação, caíram na cama e dormiram em segundos. Estavam exaustas, especialmente a Alicia, que havia tido uma tontura no meio de uma das operação, onde se viu sem saída e se sentiu um tremendo fracasso depois, uma vez que isso nunca tivesse acontecido antes, já que, em sua concepção, era boa demais para falhar.

Raquel só acordou cerca cinco horas depois,  quando o celular da ruiva começou a tocar embaixo do seu tavesseiro sem parar e a mulher ao seu lado nem se mexeu para atender. Dormia como uma pedra. Vendo que parecia urgente, a loira pegou o telefone e se levantou, seguindo para fora do cômodo, ainda bastante sonolenta e desnorteada.

—Não, é a namorada dela. É, bom dia!–Respondia, cruzando os braços e franzindo o cenho, nada contente ao ouvir a voz de um homem, que por acaso era Germán.—Estou e você?–Perguntava apenas por educação, já que não dava a mínima.—Que bom!–Disse ao ouvir a resposta positiva do outro lado da linha.—Ela está muito bem. É... Aviso que você ligou. Aviso sim.–Tentava ser simpática.—Tchau!–Desligou a ligação antes de retornar para o quarto e dormir um pouco mais, agarrada à Sierra.

Montes havia ligado apenas para saber como a mulher estava, já que no momento que passou mal, ligou para ele buscá-la, imaginando que Raquel estaria resolvendo algum caso. Não queria atrapalhá-la.

Porém, a ruiva estava no mesmo grupo que Sérgio e Martín, seus amigos em comum, que rapidamente ligaram para a loira, pedindo para esperá-la na porta da delegacia pronta para ir para algum hospital próximo. Mas a ruiva já tinha melhorado e achou todo o circo que eles armaram um grande exagero. Não estava morrendo, mas pelo o que falavam parecia.

Quis retornar para a casa, mas foi proibida de dirigir e ficar sozinha pela própria namorada, que preferiu que seguisse com ela para a residência da mesma.

Alicia's Point Of View.

Quando eu acordei, Raquel ainda dormia tranquilamente, completamente encolhida sob os lençóis com os fios dourados espalhados em seu rosto. Esses que eu logo afastei para observá-la melhor.

Era tão bom ver a serenidade em sua expressão facial relaxada. Bom, ao menos dormindo é calminha. Sorri com o meu próprio pensamento, mas aos poucos meu rosto foi se transformando em pura preocupação.

Apesar de termos nos resolvido e eu ter aceitado ser uma... sei lá, possível madrasta, eu acho. Muita coisa ainda precisava ser pautada e descomplicada, pois deixava-me bastante preocupada.

E a maior delas era Victória.

Com certeza aquela víbora pessonheta encontraria uma forma de usar essa criança de Raquel contra mim, para nos atingir ou até me chantagear. E eu precisava encontrar uma fórmula o mais rápido possível para nos blindar dela. Precisava de defesa antes mesmo de qualquer ataque seu, de qualquer bote que pudesse me pegar desprevinida e me atingir de forma fatal.

Por isso, marquei mais um encontro com meus advogados e Germán ainda hoje. Tínhamos que nos livrar da Victória imediatamente, ou ao menos despistá-la temporariamente para que haja um pouco de paz em nossas vidas, agora que tudo parece estar dando mais do que certo.

Suspirei, tentando tranquilizar a minha mente um pouco, peguei meu celular e ao olhar o horário me surpreendi. Precisava chegar no centro da cidade dentro de alguns minutos, pois já se aproximava o horário marcado para a reunião.

Respirei findo antes de levantar do colchão, espreguiçando-me, e segui direto para o banheiro realizar as minhas higienes rapidamente.

Quando tomava banho, Raquel apareceu na porta, que eu esqueci de fechar por conta da pressa, e ficou me observando. Levou um tempo para eu perceber, imagino, ainda mais que lavava o meu rosto.