Fim do jogo?

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No dia seguinte, às oito horas da manhã, ambas ainda dormiam profundamente, lado a lado de barriga para cima, com as mãos próximas, quase se tocando, no sono mais tranquilo do mundo. Mas não durou muito, pois o quarto foi invadido por três crianças agitadas.

—Podem subir.–Martín deu a ordem após Júlia abrir a porta.

Danika e Cinci subiram na cama sem ajuda e começaram a pular. Cecília teve dificuldades, então Sérgio colocou-a. Os três pulavam em cima das mulheres.

—ACORDA TIAS, NOS LEVEM PARA A PRAIA.–Dizia Danika sem parar.
—DINDA, DINDA, DINDA! CORDÔ, DINDA?–Essa era Cecília, que agora estava sentada na barriga de Raquel, tentando abrir seus olhos com seus mini dedinhos. Isso quando não estapeava o rosto da mulher.
—DINDA, TIA ALICIA, VAMOS PARA A PRAIA, ESTÁ FAZENDO SOL. VAMOS, VAMOS!–Esse só podia ser Cincinatti.

Os três berravam ao mesmo tempo. E enquanto isso os "adultos" ali presentes riam.

Raquel acordou primeiro por conta dos estímulos a mais e nada gentis vindos da mais nova. Olhou em volta sem entender nada e fez a maior cara de confusão com seus cabelos extremamente bagunçados.

Cecília bateu palmas ao ver que sua madrinha havia acordado e fez cara de sapeca, levando as duas mãos até sua boca.

Raquel ainda tentava entender o que acontecia naquele cômodo. Olhou para o lado e viu Alicia dormindo feito um anjo como se o mundo não estivesse desabando a sua volta.

—Trouxe mais um para a festa.–Disse Jakov, aparecendo no local com o pequeno Luke no colo.

—Alicia.–Martín sussurrou, apontando para a ruiva.

Raquel bocejou, se espreguiçando.

O homem fez o que foi pedido e colocou seu filho ao lado de Alicia. Ele acabou engatinhando por um tempo, se apoiou no corpo dela e parou, encarou a mulher e os demais, voltando o olhar para a ruiva outra vez. Se sentou e puxou o cabelo da mulher, levando-o até a boca com todas as suas forças.

—Ei, ei. Não pode.–Disse Raquel, tentando tirar os fios da ruiva dentre as mãos do menino, que logo começou a chorar.

Como pode um ser tão pequeno possuir cordas vocais tão potentes? Do crente ao ateu ninguém explica.

Foi o choro do menor que fez a ruiva acordar. Ela realmente havia "desmaiado" de cansaço na noite anterior.

—Viu só, Alicia? Sua cara feia assustou a criança.–Disse Martín, pegando o menino.—Vamos passear longe desses monstrinhos, vamos, bebê.

—Ei.–Cinci parou de pular e se jogou sentado, entre Raquel e Alicia, ofegante, franzindo a testa.—A tia Alicia não é feia. É você que parece o Frankenstein.–O menino soltou essa pérola, provocando risadas.

Raquel o abraçou e riu, dando um beijo na cabeça do mesmo, já Alicia fez um toquinho de as mãos com ele, ainda muito sonolenta.

Martín deu língua para o menor, que revidou da mesma forma.

—Parou os dois?–Raquel apazigou. Ambos concordaram.

—Vamos tomar café, porque eu preciso te levar para a praia e te mostrar o lado bom da vida, garotão.–Martin se retirou do quarto com o bebê e Jakov foi atrás.

—Titia, vai para a praia também?–Danika perguntou.

—Eu não sei. Estou com dor de cabeça.

Tentativas. || Ralicia [AU]Onde histórias criam vida. Descubra agora