Tentativas. || Ralicia [AU]

Um Bom Dia.

Algumas poucas horas após o dia amanhecer, acordaram, mas nem se moveram, pois ainda estavam consumidas de preguiça, sem a mínima vontade de ir para a delegacia encontrar justo o Tamayo. Mantinham-se viradas em direção ao teto com os olhos fechados, lutando para que o sono não lhes pegasse outra vez.

Alicia se pôs de lado, passando uma de suas pernas por cima de Raquel, que se pôs a alisar o local, e uma de suas mãos no vão entre seus seios, tocando o local com a ponta dos dedos, descendo e subindo enquanto desenhava pequenos círculos. Ainda sem abrir os olhos, Murillo sorria com os carinhos.

—Bom dia, bela!–Lhe chamou enquanto distribuía beijos na curva do pescoço de Raquel, onde sua cabeça descansava.

—Hum...–Raquel gemeu em satisfação e sorriu mais largamente, começando a retribuir os afetos através de movimentos repetitivos com o pouco de unha que tinha nas costas da ruiva, subindo e descendo. A mulher se arrepiou.—Bom dia!–Lhe desejou.

Alicia distribuiu mais beijo pela lateral do rosto da mulher até alcançar a sua boca. Se moveu, sentando-se por cima dos quadris da loira, ambas ainda embaixo do cobertor. A mais baixa deu uma conferida no olhar, na boca e no corpo ainda nu de Sierra e prendeu o lábio inferior entre os dentes, lançando-lhe olhares sugestivos também.

A ruiva se abaixou, sustentando uma mão de cada lado da cabeça da loira, e lhe deu beijos lentos. Raquel tentou pedir passagem com a língua, mas Alicia encerrou com uma mordidinha em seu lábio, logo descendo pelo seu pescoço, colo, seios e barriga, até chegar em sua intimidade enquanto Murillo acompanhava seus movimentos não só pelos toques, mas também pela forma que o cobertor se mexia sobre a Sierra..

A que estava por baixo sorriu ao sentir suas pernas sendo abertas e o que havia entre elas sendo tocado pela língua quente e úmida da ruiva, que não tinha pressa nos movimentos. Suspirou em prazer, sorrindo e agarrando seus próprios cabelos com uma das mãos enquanto a outra apertava o lençol embaixo de si.

No móvel ao lado da cama, o telefone de Raquel tocou, indicando que Tamayo lhe ligava. Alicia suspendeu um pouco  o lençol para encarar a loira, que sinalizou que precisaria atender, pedindo uma leve pausa no sexo.

—Bom dia, Tamayo!–Atendeu em contragosto.—No que eu posso te ajudar dessa vez?–Perguntava, deixando claro pelo tom da sua voz o tanto que ele lhe incomodava com a sua inconveniência.

Ele começou a explicar a respeito do caso que Raquel estava investigando, informando-a que havia adquirido um poder vindo de cima deles, que lhe permitia tomar qualquer atitude, inclusive montar sua própria equipe, para solucioná-lo de uma vez.

A inspetora ficou impressionada com o que ouvia.

Como mulher em um mundo de homens, estava o tempo todo em um teste minucioso, posta como alvo de críticas e sendo questionada a respeito da sua competência por pequenos e comuns erros, porque, bem... diferente dos seus colegas homens, jamais poderia errar. Ter nascido mulher e escolhido a carreira que escolheu lhe tirava toda a liberdade.

E apesar de, hoje em dia, ter conquistado o respeito dos seus copanheiros de trabalho, antes passou por uma grande estrada lotada de obstáculos e teve que enfrentar um por um, assim como Alicia e tantas outras mulheres. Nem sempre tudo foi flores, houve uma época que só existia os espinhos. E um dos que ainda lhe furavam era o fato da equipe de superiores que tinha lhe usar com frequência, recusando depositar confiança, oportunidade e investimento na mesma.

E é por isso que aquela notícia fazia o filme de toda a sua trajetória profissional passar em sua cabeça: era mais um avanço, mais um passo que dava e que ajudaria a traçar o caminho de tantas outras que viriam logo depois. Aquele poderia ser o caso da sua vida. Talvez até já tivesse recebendo uma chave de ouro para abrir a porta de entrada para a sua aposentadoria, caso solucionasse-o.