Não conte!

104 12 50
                                    

O restante do dia na fazenda foi incrível, colecionaram ótimos e inesquecíveis momentos em família. Alicia e Raquel se aproximaram ainda mais e entraram em uma sintonia tão boa que atingia os outros dois à sua volta. Riram, relembraram histórias antigas, cantaram... Era notável o diferente brilho nos olhos de ambas e Mariví e Dominik não poderiam estar mais felizes por elas e por toda aquela energia boa que as envolvia.

Quando a noite chegou, infelizmente tiveram que retornar à  capital, pois as inspetoras precisariam trabalhar no dia seguinte e uma delas pela manhã bem cedo. Mas saíram com a promessa de que retornariam em breve e, da próxima vez, para passar mais tempo naquele lugar tão tranquilo.

Os dias foram passando e continuaram com a rotina agitada e com os horários opostos na delegacia, tendo umas dificuldades em passarem o tempo livre juntas com o afilhado, mas aproveitando cada segundo quando estavam perto. E assim foram levando até que o Nick precisou retornar para casa do seu pai por conta das voltas às aulas, que já estavam batendo na porta.

Após a cansativa viagem feita para levar o afilhado de volta para casa, Alicia retornou para a sua residência onde Germán já lhe esperava sentado no sofá, roendo algumas de suas unhas. Parecia ansioso.

Enquanto tirava as suas botas com a ajuda dos seus próprios pés, mandava uma mensagem para Raquel, deixando-a informada da sua chegada, assim como a loira havia pedido.

Murillo lhe enviou uma foto, onde aparecia com uma expressão bem exausta e entediada por ainda ter que cumprir a última hora na delegacia, fazendo a outra mulher dar um breve riso. Se despediram, trocando alguns emojis e figurinhas e logo Alicia apagou a tela do aparelho, caminhando até a sala e se assustando com o homem ali parado portando uma expressão bastante preocupante em seu rosto.

–Puta que pariu!–Disse em reflexo.—O que foi agora?–Perguntava enquanto retirava o casaco do seu corpo, já desconfiada, após colocar sua bolsa, celular e chaves sobre a mesa de centro. Aquilo era estranho.

Raquel's Point Of View.

Enquanto lutava para conseguir abrir alguns documentos antigos do pendrive, um tanto danificados, com a intenção de comparar com as informações atuais, bebia o meu café. Estava impaciente, portanto batia os dedos, já que as minhas unhas eram bem curtas, conta a superfície da mesa.

De repente, meu celular vibrou, notificando-me sobre algumas mensagens recebidas e não lidas no meu e-mail, inclusive a mais recente, que também era a que eu mais esperava há semanas.

À medida que eu ia lendo a mensagem, meu coração ia esquentando e o estômago gelando. Em câmera lenta deixei o copo de isopor que eu segurava em cima da mesa do meu escritório, já começando a tremer e suar nas extremidades do meu corpo.

Levei a mão livre até o peito na tentativa de não permitir que o meu coração saltasse ou parasse de vez como o mesmo indicava e rapidamente meus olhos foram acompanhando todas as letrinhas até chegar em uma das últimas linhas antes da assinatura.

"NÃO PODE SER!", gritava para mim mesma dentro da minha cabeça. Não dava para acreditar que aquilo estava acontecendo.

Meus olhos ardiam e enchiam-se de lágrimas. Deixei o celular sobre a mesa e agradeci inúmeras vezes em sussurros, segurando as duas mãos entrelaçadas embaixo do meu queixo, sentindo um dos melhores e maiores sorrisos surgindo em meus lábios.

Preciso contar para as minhas amigas!

Peguei o celular novamente, limpando o rosto.

Tentaram iniciar a conversa, mas antes que Germán preparasse a ruiva, foi interrompido por Victória, que estava no andar superior e já descia com a cara mais cínica existente, pronta para deixar Sierra completamente desestabilizada com todas as notícias que carregava junto ao seu veneno mortal.

Tentativas. || Ralicia [AU]Onde histórias criam vida. Descubra agora