3°Capítulo

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Eu e a Amélia ficamos a conversar na cozinha, ela é muito simpática, ela disse que é amiga do Noah desde que ele está aqui.

Eu: eu não consigo fazer muitos amigos, espero que dessa vez eu consiga.

Amélia: ahh, eu vou te ajudar, é muito fácil.

Eu: falar é que é fácil, mas sabes uma coisa? Eu vou fazer amigos sim! Vamos ser positivas.

Amélia: isso aí, mas tu não tens amigos em França?

Eu: eu não considero como amigos, mas são boas pessoas.

Amélia: tu não tens uma amiga para falar?

Eu: como assim? Falar sobre o que?

Amélia: sei lá, sobre tudo... Quando estás triste, não tens ninguém para te alegrar?

Eu: Eu nunca fiquei tão triste até esse ponto, eu consigo ver o lado bom das coisas sempre, eu estou sempre feliz e quero que as pessoas fiquem felizes também.

Amélia: tu nunca tiveste namorado ne?

Eu: não- eu dei um sorriso- mas eu já gostei de um rapaz, mas ele não gostava de mim.

Amélia: e como é que fizeste para esquecer?

Eu: não dá para sentir falta de uma coisa que nós nunca tivemos, embora as vezes sentimos, mas é só uma coisa que vamos esquecer, então eu esqueci com o tempo, e depois percebi que eu não gostava dele de verdade, se eu gostasse eu não ia esquecer com tanta facilidade.

Amélia: ok... Tu e eu, vamos ser grandes amigas, e a partir de agora tu tens uma amiga para contar as tuas coisas.

Eu: aaahh, está bem, mas a senhorita Amélia também vai contar sobre o romance entre ti e o Noah.

Amélia: O QUE???- eu comecei a rir- o dia que eu falar que gosto do idiota do teu irmão, por favor me atira com qualquer coisa que estiver na tua mão.

Eu: meu Deus- eu ri outra vez- ele fez o que, para te deixar assim?

Amélia: ele nasceu... Sem ofensa.

Eu ri mais alto ainda da cara dela, e ela começou a rir também.

Eu: e como é que você aprendeu português?

Amélia: todos aqui falam português por obrigação da faculdade, é que no ano antepassado, passado e nesse ano a faculdade recebeu muitos alunos portugueses que não sabiam falar inglês muito bem, então para eles não se sentirem excluídos nós tínhamos que aprender também, e foi super rápido.

Eu: ahmmmm, isso é bom.

Amélia: tu gostarias de aprender inglês?

Eu: não sei, se eu precisar, talvez sim.

Amélia: mas acho que não vai ser muito necessário.

Eu: hmm... Tu vives aqui também?

Amélia: com o teu irmão?? Não, pelo amor de Deus, eu só estou aqui porque ele me pediu para organizar a casa para você pensar que a casa é organizada e cheirosa por dentro.

Eu: ele é tão desorganizado assim?- eu ri.

Amélia: muito, muito mesmo.

Eu: e você vive sozinha também?

Amélia: não, eu vivo com os meus "pais" e com a minha "prima"- ela fez aspas com os dedos.

Eu: porque que fizeste aspas?

Amélia: é que eu sou adotada, desde os meus 4 anos, a minha mãe desapareceu quando eu nasci.

Eu: ahmm, eu sinto muito, mas pelo menos tens uma família que te ama muito, certo?

Amélia: certo, e uma prima que me tira do sério.

Eu: mas ela não devia ser tua irmã?

Amélia: eu não considero ela como uma irmã, então eu falo que ela é minha prima.

Eu: e tu não sabes nada dos teus pais verdadeiros?

Amélia: não, a única coisa que sei é que eu tenho um irmão, não sei mais nada.

Eu: e tu já tentaste procurar? Talvez estão a tua procura.

Amélia: Maya, eu tenho 19 anos, se quisessem me procurar já teriam me encontrado- ela ficou triste.

Eu: mas talvez eles não desistiram, e se eles ainda tiverem a tua procura?

Amélia: não sei...

Eu: vamos mudar de assunto... Gostas de pão?

Ela começou a rir, eu fiquei feliz por ver ela a rir.

Amélia: eu adoro pão.

(...)

Fui para o meu novo quarto, é 2 vezes maior que o da França, tem muito espaço que não vou precisar para nada.

Noah: oii, posso entrar?

Eu: já entraste.

Noah: ahh, é verdade... Eu vim te perguntar uma coisa.

Eu: o que???- fiquei muito animada.

Noah: e se eu fizesse uma festa de boas vindas para ti?

Eu: Noah, eu não conheço ninguém aqui, e também eu vou voltar, não vou ficar aqui para sempre.

Noah: eu sei Maya, mas essa é uma boa oportunidade para conheceres pessoas novas, não achas? E também não vão ser muitas pessoas.

Eu: está bem então, eu aceito.

Ele me abraçou, saiu do quarto e eu fui desfazer as minhas malas.

(...)

Amélia: vamos ver esse daqui e pronto.

Noah: mas esse filme é de romance, eu quero ver esse de terror sua chata.

Amélia: ahm?? Tu me chamaste o que? Seu idiota.

Eu desci as escadas e vi os dois a gritarem e eu fiquei assustada no bom sentido.

Fui até lá, eles nem deram conta que eu estava lá, peguei num filme de comédia e apertei o play.

Noah: chata, tu és chata, a mais chata de todas as chatas que exi... - eu interrompi.

Eu: assunto resolvido, e parem de gritar, por favor, parecem dois velhos.

Os dois ficaram a olhar para mim e eu  fui fazer pipocas na cozinha, não ouvi mais nada, olhei e eles estavam sentados longe um do outro na sala.

Fui lá com as pipocas e eles começaram a descutir outra vez.

Noah: eu fico com as pipocas.

Amélia: seu egoísta, quem fez as pipocas?? Foi você?

Noah: não, mas foi a minha irmã, é um bom motivo para eu ficar com elas.

Amélia: mas ela é minha melhor amiga idiota.

Noah: correção senhorita, ela é tua melhor amiga há três horas, ela é minha irmã há 20 anos.

Eu: eu vou buscar mais, credo, parem de gritar.

Noah e Amélia: mas a culpa é dele/a- eles falaram juntos.

Eu: CHEGA!

Fui buscar mais pipocas e dei um balde para cada um.

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Oiii, novo capítulo, espero que gostem.

Bjs, Ali.

O vizinho insensívelOnde histórias criam vida. Descubra agora