31°Capítulo

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Ouvi que ele desligou o chuveiro e eu ainda estava com a foto nas mãos, voltei a pôr na moldura e coloquei na mesinha como estava antes, sentei na cama e olhei mais uma vez na foto para ver se estava tudo certo.

Adam: estou pronto- olhei para ele nervosa, vi que vestia um conjunto de moletom cinzento- aconteceu alguma coisa?

Eu: acontecer o que?- ele percebeu que eu estava nervosa- gostei da tua roupa- tentei mudar de assunto e ele me olhou desconfiado.

Adam: tem um novo café aqui perto, queres ir comigo?

Eu: claro, vamos- levantei da cama e fui até a porta ele abriu e nós saímos do quarto.

Gabriel: Adam...-ele apareceu no corredor e estava pálido, mais pálido que a menina da foto que acabei de descubrir o nome-...precisamos conversar.

Eu: vou esperar por você lá em baixo- falei para o Adam que pegou no meu braço com a sua mão fria me fazendo ficar.

Adam: não, eu não tenho nada para falar com você e se for por causa da empresa eu já disse que não vou trabalhar com você, eu não quero passar o resto da minha vida trancado num escritório e esquecer que tenho uma família ou pelo menos o que resta dela.

Ele apertou o meu braço mais forte e me puxou para descer as escadas e quase tropecei.

Saímos da casa e ficamos no jardim depois ele me soltou.

Eu: você está louco? Não sei se você percebeu mas eu quase caí da escada e ainda por cima o meu braço vai ficar roxo porque você me apertou- gritei com ele mas depois me arrrependi quando olhei para ele.

Ele estava parado a olhar para um ponto fixo no chão, o corpo dele estava lá mas o seu pensamento de certeza estava no seu passado.

Adam: me desculpa- ele olhou para mim- se você quiser voltar tudo bem.

Eu: não, podemos ir ao café vai te fazer bem- peguei na mão dele ainda fria e lhe puxei até a saída.

Despedi o Paul e fomos a pé até o café que não era tão distante do condomínio.

Eu: você quer conversar sobre o que aconteceu?- olhei para ele que estava com a cara trancada de sempre.

Ele deu um suspiro e não respondeu. Continuamos a andar e me senti observada, não pelo Adam porque ele de certeza só estava a ir onde as pernas o levavam e como sempre o seu corpo estava lá mas o pensamento não. Olhei para trás mas não vi ninguém suspeito, voltei a olhar para o Adam e me surpreendi porque ele também estava a olhar para mim.

Adam: também sentiste...- ele olhou para o lado-...que tinha alguém a olhar não foi?- ele deu um sorriso de lado.

Eu: sim, mas deve ser só impressão, afinal, estamos no meio da rua e qualquer um pode olhar- sorri.

Adam: nesse caso...- ele deu uma pausa-... estão a olhar para ti- fiquei vermelha.

Olhei na minha roupa para ver se tinha alguma coisa de errado, o Adam deu conta e começou a rir, dei um soco de leve no braço dele.

Adam: estamos quase a chegar senhora Parker.

Foi estranho ouvir o Adam a falar o meu sobrenome senti um arrepio nas costas e um frio na barriga, ele nunca tinha usado e eu nunca disse a ninguém, talvez ele saiba por causa do Noah, afinal ele é meu irmão.

Eu: ótimo, porque estou cansada e com fome senhor Monroe- sorri.

(...)

Os meus olhos estavam na fila enorme no lado de fora do café mas os meus pés não estavam a ir naquela direção, o Adam me puxou para a porta do café ele olhou para o segurança e mostrou um cartão vermelho logo em seguida nós entramos e o interior do café era incrível com decoração dos anos 50, as cadeiras eram azuis e brancas, tinha uma juke box no fundo que estava em bom estado, tinha uma pista de dança e vi que estava escrito no lado de fora de uma porta "bowling" fiquei entusiasmada, porque além de eu gostar de acordar cedo e ver o nascer do sol eu também gosto de bowling.

O vizinho insensívelOnde histórias criam vida. Descubra agora