37° Capítulo (Amélia)

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Olhei para a janela, o dia estava frio e só queria ficar na cama mas eu tinha que falar com a Maya, ela estava com uma cara horrível ontem e preciso saber se ela está bem.

Ouvi batidas na minha porta e fui abrir, vi o meu casaco limpo e dobrado nas mãos da Joana. Eu tinha deixado na casa de banho para eu lavar quando acordar, mas ela foi mais rápida.

Joana: bom dia flor do dia- ela entrou no quarto e colocou o meu casaco no guarda fatos- você está bem? Parece que a Hellen deu muito trabalho ontem a noite- ela sorriu.

Eu: ela me deve um casaco- eu sorri.

Joana: o pequeno almoço está na mesa- ela me deu um beijo na testa e foi embora.

(...)

Depois de comer, abri a porta do quarto da Hellen devagar e quase dei uma gargalhada, ela estava a dormir em cima do braço esquerdo, com a boca aberta, a perna direita estava fora da cama e a maior parte do lençol e uma almofada estavam no chão.

Fechei a porta, despedi a Joana e o Domenico e fui para a casa do Noah. Ele abriu a porta e eu entrei.

Eu: a Maya está aí?

Noah: não sei, não sou pai dela- ele sentou no sofá.

Eu: acho que uma criança de 5 anos tem mais maturidade que você- sentei ao lado dele- você é um idiota- ele olhou para mim com indiferença.

Noah: se ela não quer ver que o Adam é um lixo não posso fazer nada- ele deu de ombros.

Eu: você pode sim. A Maya está apaixonada, ela ama muito o Adam é normal ela olhar para ele e só ver o lado bom das coisas como ela sempre faz, e se ele for mesmo esse lixo que você diz, o teu papel como irmão mais velho é ficar ao lado dela quando as coisas ficarem feias e não deixar ela sem o teu apoio, você tem que deixar a Maya ver sozinha que ele não presta, mas não podes, jamais fazer com que ela não saiba para onde ir quando ela ficar triste.

Noah: tá, você tem razão mas ainda estou chateado- ele cruzou os braços.

Eu: vou lá em cima para ver se ela está lá- subi as escadas.

Bati na porta mas sem resposta, abri e ela não estava lá. Desci as escadas e sentei outra vez ao lado do Noah.

Noah: ela não está lá, não é?

Eu: não.

Noah: ela deve estar com aquele estrume ambulante- eu quase ri.

Eu: vamos parar de pensar na Maya e no Adam por algumas horas por favor?

Noah: você quer ir ao cinema?- ele sorriu.

Eu: simm, vou só pôr uma roupa mais confortável- lhe dei um beijo e saí.

(...)

Vi a Hellen deitada no sofá com uma cara nada agradável. O Domenico foi até ela com um prato de sopa.

Hellen: eu nunca mais vou beber na minha vida- ela colocou uma colher de sopa na boca.

Domenico: é o que todos dizem- ele saiu da sala e foi para a cozinha.

Hellen: mas eu estou a falar a sério- ela olhou para mim- e eu te devo um casaco- ela apontou a colher para mim.

Eu: não é necessário, a minha raiva já passou- sorri.

Hellen: eu insisto, vai escolher um no meu guarda roupa.

Olhei para ela por alguns minutos e me rendi, tinha que aproveitar, não era todos os dias que ela ia ser simpática.

O vizinho insensívelOnde histórias criam vida. Descubra agora