Capítulo Oito

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Meus pulsos estavam enfaixados muito bem, fui com meu irmão de volta para casa. No carro conversamos muito sobre tudo que podíamos afinal nossa privacidade ia acabar em breve.

- O que aconteceu com você, eu quero sabe tudo. - pergunto afinal parece que Han Seo passou por maus bocados.

- Hyung, eu me vi em um hospital psiquiátrico com um falso diagnóstico de esquizofrenia. O diagnóstico que meu pai enviou era bem pesado, dizia que eu tinha muitas coisas...

- Mas você era muito novo para entender exatamente o que havia acontecido não acha?

-Sim eu era muito novo,mas depois de um ano internado eu comecei a ter as "visões", quando você chorava eu chorava sentindo sua dor. Quando eu explicava o que estava vendo só parecia a confirmar meu diagnóstico.

- Por causa de você ver o que eu via eles achavam que você realmente tinha esquizofrenia. - repeti em voz alta como se tivesse anotando mentalmente.

- Lá era horrível eles dopavam a gente o tempo todo. Era assustador haviam pessoas estranhas de todos os tipos era um caos. Todo dia quando eu levantava e ia pro pátio me alimentar apenas não parecia que ali era o meu lugar.

Conversamos o caminho todo, eu havia perdido a noção do tempo quando havíamos chegado em casa. Na porta de casa estavam meu pai e dois guardas fiéis.

- Onde vocês estavam eu fiquei preocupado! - ele fala alto. - passei a noite toda procurando vocês!

Isso era um bom sinal, se ele ficou nos procurando não sabia onde a gente estava. Foi o pensamento que invadiu minha mente.

Os olhos do homem de meia idade me escaneia até ver meus pulsos enfaixados. Seu olhar sobe de volta para me encarar, ele faz sua melhor cara de tristeza e então me abraça.

- Filho, você fez isso de novo. - ele diz com um falso tom de dor.

- Ele faz isso com frequência? - Han Seo pergunta em um tom inocente. Se eu não soubesse até acreditaria que ele não sabe de nada.

- Não é a primeira vez. - Meu pai responde. - Que falta de amor pelo seu irmão fazer algo irresponsável assim justo quando ele voltou pra casa! Ele deve ter morrido de medo!

Na verdade Han Seo sentiu muito medo mesmo. Ele chorou tanto enquanto me socorria que entre minha consciência e inconsciência podia ouvir seus soluços baixos.

- Eu realmente fiquei assutado. - seu tom era sincero. Obviamente meu irmão era um manipulador falso melhor que o meu pai.

Meu pai abraça ele e o leva para dentro jurando que Han Seo é um jovem inocente que teve que lidar com uma situação pesada demais.

Eu apenas deixei a atuação deles acontecer e fui direto ao banheiro tomar um profundo banho. Eu ainda me sentia fraco como se meu corpo tivesse se esvaziado era uma sensação estranha mas comum uma vez que eu já havia feito aquilo de novo.

Nota : da próxima vez use uma arma. Dê um tiro na cabeça.

Foi o que pensei enquanto refletia o motivo de minha ação ter dado errado. Porém pela primeira vez me senti bem por ter falhado. Eu conheci um lado secreto do Han Seo, e pude ser sincero pelo menos uma vez na minha vida sobre tudo.

Essa sensação era incrível e eu queria guardar no meu peito para sempre. Após sair do banho me encaro no espelho meus cabelos levemente ondulados estão molhados. Meu peito está amostra e eu até gosto do resultado. Malhar me fez bem, vejo esse homem bonito no espelho e me pergunto se sou mesmo bonito ou só estou acreditando nas mentiras que me contam o tempo todo.

Percebi que meu cérebro se distanciou do foco viajando para lugares aleatórios. Eu não conseguia me focar em nada, enquanto minha mente rodava com a quantidade excessiva de informação que recebi.

Naquela noite com meus pensamentos ansiosos eu nunca conseguiria dormir. Por perceber isso decidi ir até o quarto do meu irmão.

Han Seo estava deitado na cama jogando uma bola de futebol para o alto e segurando com as mãos e ele continuava fazendo isso repetidas vezes.

- O que houve? - ele pergunta sem olhar pra mim.

Ah ele já sabia que eu estava aqui não é? Esse negócio dele poder saber todos os meus passos começam a me incomodar. Eu nunca conseguiria fazer uma surpresa para ele ou esconder algum segredo. Eu seria sempre um livro aberto para o homem de corpo pequeno.

Um lado meu adorava imaginar que alguém realmente me entenderia, mas o outro que estava acostumado a se esconder achava aquilo realmente incoveniente.

- Eu sinto que não vou conseguir dormir posso ficar com você? - me sinto tímido dizendo tal frase então abaixo a cabeça sentindo meu rosto ficar quente.

- Ah! É só isso ? Tudo bem fica aqui Hyung - ele bate no lado da cama e então joga a bola para algum canto do quarto.

Eu sento na  ponta cama envergonhado, apenas não queria invadir seu espaço. Ele me puxou para perto dele com um sorriso sarcástico no rosto.

- Você fica lindo tímido - ele fala.

- Para de tirar onda com a minha cara. - reclamo.

- Não tenha vergonha do seu irmão. - ele fala baixinho e solta uma leve risada.

Han Seo pôs suas pequenas mãos em meu resto me fazendo o fitar por um instante. Eu me senti estranho com essa proximidade mas não quis o afastar. Então ele beijou minha testa repentinamente e isso me causou um arrepio.

- O que é isso? - me sinto confuso.

- Hyung, você não está mais sozinho. Não desista nunca mais principalmente não sozinho. - ele diz baixo perto do meu ouvido.

Encaixo minha cabeça em seu peito e fecho os olhos tentando ignorar sua repreensão. O cheiro dele é tão envolvente que aos poucos sentindo seu calor corporal meu corpo pesou e eu adormeci.

Mode PsychoOnde histórias criam vida. Descubra agora