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         Nossos pais voltaram tão sérios que me perguntei se tinham brigado. Mas não ousei falar nada. Até que eles mesmos vieram ao meu quarto.

         _ Avisa seus amigos que nós vamos. _ minha mãe disse. Como se eu tivesse sido apanhado fazendo algo errado. Aquela expressão de acusação. _ Eles vão ficar felizes.

         _ Vamos aonde?

         _ Para a cidade dos híbridos. _ meu pai disse.

         Eu fechei os olhos. Já sabia o que os deixou chateados.

           _ É verdade. Tenho amigos híbridos e tenho treinado com eles. Desculpa eu não contar.

          _ Pensei que tínhamos diálogo aberto sobre tudo. Até de sexo, você nunca se importou em contar. Por que escondeu isso de nós? _ minha mãe estava chateada.

          _ Eles fizeram uma abordagem errada. Ainda estamos bravos. _ meu pai explicou. _ Queria matá-los.

          E eu não sabia como reagir a isso. Híbridos estavam sempre fazendo algo errado conosco. Mas ainda assim, me tornei amigo deles. Masoquista? Ou só alguém que espera mais das pessoas?

          _ Eu também fiquei meio assim, quando se aproximaram. Mas nós lutamos e você sabe, pai. Homens se entendem com os punhos!

          _ Bárbaros. Agressivos! _ minha mãe xingou. _ Amo mais que tudo.

          Ela beijou minha testa.

         _ Está brigando ou dizendo que entende?

         _ Os dois. Ainda estou estressada por causa dos híbridos. Mas eu te entendo, meu filho. No entanto, estou chateada por não ter contado antes. Eu quero participar da sua vida. Fui eu que te pari. Tenho direito.

          _ E fui eu que te enfiei no útero da sua mãe. Também tenho direito. _ meu pai completou.

          Me segurei para não dar risada.

          _ Tudo bem. Sem vocês eu não existiria. Devo minha vida à vocês. Tem todo direito de saber tudo que acontece comigo. Falha minha em não contar. Desculpa.

          Reparei que meu pai já não prestava atenção em mim. Encarava fixamente a veia saltada no pescoço da minha mãe. Que permanecia irritada.

          _ Podem fazer isso em... _ ele a mordeu. _ Outro lugar.

         Minha mãe na mesma hora se acalmou. E como era costume, já mudou de expressão. Mordendo o lábio inferior. Enquanto de sua garganta escapava um gemido abafado.

          _ Eu realmente não preciso ver isso. _ disse saindo do quarto.

          Não tinha mais nojo, só... Era a minha mãe. E meu pai. Muito estranho.

          A cena na sala de estar era também diferente do habitual. As gêmeas estavam deitadas em sofás diferentes. Enquanto Benício e Kevin, olhavam sem entender.

          _ Estou morrendo. _ Brenda dramatizou. _ Vão sentir minha falta?

         _ Ah, para com isso. _ Benício revirou os olhos. _ Fala logo o que você tem.

         _ Alguma coisa estranha na minha barriga. Está inchada. _ Brigite disse. _ Eu juro que não fiz um bebê. Eu nem beijei ainda.

         Ela começou a chorar. A gêmea foi junto.

          _ O que é isso? _ perguntei.

          _ Não sei. Elas estão fazendo cena desde cedo. _ Kevin disse.

Is It Love? Draco - IncontrolávelOnde histórias criam vida. Descubra agora