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        Tomás foi o único a presenciar a cena. Ninguém mais ficou na universidade. Ele acordou com os lamentos da irmã. Nem sequer olhou na minha direção. Abraçou-a e foi com ela para o quarto.

        Eu não consegui dormir. Tomei um banho no vestiário e fiquei acordado a noite toda. Escutando Cristina chorar no quarto ao lado e seu irmão tentar acalmá-la. Ela chorou até dormir.

        Escutei batidas na porta. Já estava preparado para aguentar o seu ódio.

         _ Nós ficamos aqui para protegê-los e é assim que retribui? Venha comigo, Draco.

         Nem precisou usar o controle da mente. Eu o segui até a garagem. Tomás dirigiu feito um louco. Até uma área afastada e deserta. Eu só conseguia pensar, se ele me faria cavar minha própria cova. Porque me matar, ele ia.

        Desceu do carro e eu também.

         _ Você pediu para esperarmos você e o Kevin. Ok. Era melhor para protegê-los. E você faz o quê? Eu me arrependo de não ter vindo só eu e ela. Você é covarde de mais. Olha o que você fez. Caramba, Draco! Você saiu com uma garota para se aliviar, voltou antes do esperado e mais descontrolado ainda! Qual é o seu problema?

        Ele me empurrou.

        _ Quer mesmo saber? Eu tinha desistido da sua irmã. Mas a Clary veio com um papo de que não queria ficar comigo na aparência dela, mas sim da Cristina. E eu não sou de ferro.

         _ Como assim?

         _ Ela pode assumir a forma de outra pessoa. Provocar desse jeito é que é covardia.

          Tomás me encarou de um jeito estranho.

          _ Ela quis usar a aparência da Cristina? Por quê?

          _ Sei lá. Também pediu para eu não tocar. Manter seu hímen intacto. Sabe o quanto é difícil ter uma garota nua, em cima de você e não poder passar a mão?

          _ E você achou o comportamento dela normal? Usar a aparência de outra. Quando a maioria surta se você errar o nome dela. Segundo consta nos livros de romance da minha mãe.

          _ Eu nem liguei. Era a Cristina na minha frente. Ela até gravou para me servir de recordação.

          _ Apaga.

          _ Nem vem. Já vi tudo que tinha que ver.

          _ Quem vai acreditar na inocência da Cristina se ver isso? _ Tomás disse.

          E foi como se uma luz se acendesse em minha mente. Caso eu ter saído irritasse Clary, ela poderia descontar em Cristina.

         _ Eu não vou apagar, mas a Clary vai. Vamos lá.

        _ Ainda não matei você. _ ele disse.

        _ Deixa isso para depois. Precisamos impedir que o vídeo vaze.

        _ Não seja idiota. Ela pode assumir a aparência da Cristina de novo e gravar outro vídeo.

         _ E agora?

         _ Não há o que fazer. _ ele disse. _ Se ela tem más intenções, irá agir. E isso é independente de você. Ela pode se transformar em qualquer um de nós e nos prejudicar se for o caso.

         _ Nem tinha pensado nisso.

         _ Você nunca pensa, Draco. Por sua causa minha irmã foi punida. E não sei se percebeu, mas eu e ela somos como metades de um todo. A pessoa mais importante um para o outro. Ninguém machuca a minha irmã e fica impune.

Is It Love? Draco - IncontrolávelOnde histórias criam vida. Descubra agora