Perigo

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André

Quando chegámos á habitação, ela era linda porém bem isolada e um pouco abandonada, não havia outras casas assim tão perto, e Mateus percebeu a minha estranheza.

Mateus- O teu pai, era muito reservado, adorava isolar-se sem ter vizinhos barulhentos como ele próprio dizia, mas ai dentro tem de tudo.

Entramos nos grandes portões, e pude reparar, que a casa estava ao abandono, era visível que já tinha sido um grande local, o jardim era enorme.

Era estranho escutar alguém falar a palavra pai, um homem que pelos vistos era horrível e que eu nunca conheci e deixou-me uma fortuna.

André- Essa casa também é minha?

Ele coloca a mão na minha perna como se fizesse um carinho.

Mateus- É tudo teu, tu és rico lindão, podes fazer o que quiseres.

Por momentos questionei-me se essa simpatia toda dele, não se devia ao facto de ele ir receber uma enorme comissão após eu aceitar.

Entrámos na casa, uma escadaria enorme, confesso que apesar de achar lindo achei bem exagerado, um homem sozinho ter uma casa dessa dimensão.

Mateus encaminhou-me até um dos quartos e disse, que algumas senhoras viriam em algumas horas para limpar tudo, pois foi muito em cima, ele avisou-me que tinha que sair para resolver algumas coisas, mas para eu explorar á vontade.

André- Sem querer abusar muito, achas possível conseguires-me outro telemóvel, para que possa falar com a minha mãe.

Mateus- Claro é o mínimo que posso fazer por ti, visto eu ser o culpado.

Agradeci e ele saiu, comecei então a vasculhar cada divisão, realmente tudo era um exagero, vi alguns porta-retratos espalhados, pude ver finalmente o rosto do meu progenitor, busquei algumas semelhanças, porém não encontrei nada, numa gaveta vi então uma foto largada de uma mulher muito bonita e com um sorriso amável, algo em mim disse-me que era a minha mãe biológica e pude ver que o nosso sorriso e olhar era idêntico, quem me dera ter podido conhece-la.

Quando cheguei às traseiras da casa, vi uma enorme piscina, um pequeno relvado, sentei-me numa cadeira de praia e fiquei ali a absorver tudo e dei por mim a imaginar a Daniela por ali a correr, eu escutando as suas gargalhadas.

Será muito difícil para mim, ficar longe dela, talvez com o tempo consiga ter uma relação civilizada com Diogo se ele esquecer essa história sem sentido.

Senti um ligeiro formigueiro na cabeça, algo que já não era nada normal, mas ignorei, após a chegada das mulheres que vinham limpar.

Algumas horas depois a casa não era a mesma, elas foram embora e nada de Mateus chegar, confesso que caiu-me a ficha apenas nesse momento eu tinha viajado com alguém que eu mal conheço, para um local que eu desconheço, e nem sequer avisei ninguém, senti um arrepio na espinha ao escutar o som da porta a bater.

Ele havia finalmente regressado e trazia algumas compras.

Mateus- Desculpa sei que demorei bastante, mas ainda parei para fazer algumas compras, oh fogo.

André- O que houve?

Mateus- Esqueci-me de comprar-te o telemóvel, desculpa se quiseres usa o meu.

Ele entregou-me e eu então percebi que não sabia contacto nenhum de cor, como podia ser assim irresponsável.

André- Deixa estar não é preciso eu ligo para ela outra hora.

Alma GêmeaOnde histórias criam vida. Descubra agora