Alma Gêmea

Vocês Estão Todos Loucos

André

Eu estava com a cabeça a mil, como pude iludir-me desta forma, ele nunca amou-me, eu sou um homem, como ele pode pensar que eu fui mulher dele, e essa história de reencarnação.

Sentia como se tivesse num filme de terror, onde todos ficaram loucos e nada é o que parece.

Quando cheguei a casa logo á entrada reconheci o carro do Francisco outro louco, que acreditava nessa teoria sem cabimento.

Quando entrei vi ele sentado no sofá com a minha mãe a beberem um chá, vi no seu rosto a preocupação, ela levantou-se e abraçou-me, retirando se para o quarto.

André- Que fazes aqui tão tarde?

Francisco- Tu sabes o que estou aqui a fazer, nós precisamos conversar.

André- Conversar o quê, o quanto vocês são loucos e acreditam em coisas irreais, como eu ser a falecida mulher do outro.

Francisco- Preciso que fiques calmo e escutes o que tenho a dizer.

André- Como pudeste ser capaz de manipular-me também, tu sabes bem o que sinto por ele, e deixaste que eu caísse nas artimanhas e loucuras dele porque, pensei que fossemos amigos.

Francisco- E nós somos eu preciso que tu entendas.

André- Não há nada para entender, vocês acreditam nessa teoria doida e sem sentido.

Francisco- Talvez sejamos doidos, mas diz-me não há algo em ti que diga que talvez seja tudo verdade, que talvez tu sejas de alguma forma a reencarnação da mulher dele.

Por breves momentos questionei-me, mas é claro que a resposta era negativa.

André- É claro que não, porque insistem nisso, eu não sou ela.

Francisco- Então porque recordas coisas que nunca vivenciaste com ele, eu conversei com o Diogo e coisas que tu lembraste, ele confirmou-me que vivenciou com ela.

André- Eu apenas imaginei coisas por conta do aneurisma, é tudo irreal apenas fantasias da minha cabeça.

Francisco- Não foram André, não são, sei que é difícil tu entenderes isso, mas é tudo verdade.

André- Chega, Chega não quero ouvir mais nada.

Fui até á porta e tratei de a abrir convidando-o a sair, mesmo sabendo que a casa no fundo é dele.

Francisco- As coisas não podem ficar assim André, nós somos amigos.

André- Tens toda a razão não podem, por isso é que a nossa amizade chegou ao fim, amanhã mesmo começo a procurar uma nova casa.

Francisco- Eu percebo o quanto isso deve de estar a ser doido e difícil, mas as coisas não podem ficar assim, eu vou embora e tu tratas de descansar que amanhã falamos com mais calma.

André- Eu já disse tudo o que tinha para dizer, não há mais nada para falar.

Ele saiu e eu bati a porta, desatando num choro compulsivo, sendo amparado pela minha mãe que tratou de confortar-me.

Passamos um longo tempo sentados no sofá sem falar nada.

André- Eles estão todos loucos não estão mãe.

Fernanda- Trata de descansar é o que tu precisas nesse momento, amanhã é um outro dia sim, estes dias tem sido de muitas emoções e tu precisas de relaxar um pouco.

Acabei por adormecer com a cabeça no colo da minha mão enquanto ela acarinhava os meus cabelos, nada disso podia ser verdade, não tinha como eu ser ela.