Capitulo Revisado
Diogo
Recebemos uma chamada de um acidente de viação, estava algum trânsito, recebíamos informações sobre a situação no local e de que alguém estava a prestar socorro á vítima, mas quando disseram que tinham tirado a mesma do carro, só pensava em como a pessoa devia de ser louca, só rezava para que fosse alguém experiente e não um daqueles fãs de series médicas.
Assim que chegamos ao local, fomos passando pelas pessoas aglomeradas no local e a pedir para afastarem-se, corremos em direção ao acidente e sou surpreendido pelo André de joelhos ao lado da vítima.
Diogo- André o que estás a fazer o que é isto tudo?
Ele levanta-se parecia pálido, seus olhos pereciam perdidos dava a sensação que tinha entrado em transe ele começa a segurar a sua cabeça, e vejo diverso sangue a escorrer pelo seu nariz e no ouvido direito também.
Eu corro em sua direção, para o segurar antes de ele perder os sentidos e cair nos meus braços.
O medo tomou conta de mim, eu sentia-me em choque, parecia reviver novamente o sentimento de perda.
Bernardo- Diogo larga ele, afasta-te. Estás a escutar-me Diogo afasta-te.
Quando olhei em volta, colegas meus socorriam a vítima, e o Bernardo tentava cuidar do André afastei-me para isso.
Bernardo- Tem calma, preciso que tu reajas, está bem preciso da tua ajuda para cuidar dele, chama uma outra ambulância para que o possamos transportar.
Alguns minutos depois já estávamos dentro da viatura, a caminho do hospital eu tentava ligar para o Francisco, para que ele cuidasse dele, sabia que não havia melhor pessoa para o fazer, porém estava desligado.
Entrámos no hospital passei a pedir para chamarem o doutor Francisco, então informaram-me que ele não estava, pois tinha saído para uma conferência.
Afastaram-me dele, que ainda permanecia inconsciente porém sem sangrar mais, pelo menos isso.
Tentei ligar ao Fernando para que fosse buscar a Daniela, porém não atendeu-me, então liguei para uma mãe de uma das colegas dela a pedir para que levasse a minha filha também, que depois ia buscar ela e a mesma gentilmente aceitou.
Não quis voltar ao quartel, Bernardo disse-me para não preocupar-me que ele inventaria uma desculpa, vendo a gentileza dele comigo, fiquei a sentir-me mal por todas as vezes que fiz piada com ele.
Diogo- Bernardo, muito obrigado.
Ele saiu e eu sentei-me numa cadeira, continuando a tentar falar com o Francisco.
Algum tempo depois sem notícias, resolvi questionar uma enfermeira, e aproveitei para perguntar também da senhora que havíamos resgatado.
Enfermeira- Ele contínua inconsciente, o doutor está a avaliar a situação dele, quanto a senhora ela está bem, o jovem salvou a vida dela pelo que os médicos disseram, mais uns segundos e ela não iria resistir, graças a ele um menino hoje não perdeu a mãe.
Voltei á mesma cadeira, questionando-me como o André sabia fazer aquilo e como arriscou-se daquela forma tinha uma personalidade forte e resistente, por vezes lembrava-me a Mafalda.André
Acordei, cheio de fios no meu corpo, e com a sensação que a minha cabeça iria explodir a qualquer momento, tentava focar-me, tentar perceber o que houve porém sem sucesso.
Doutor- Boa tarde finalmente acordou, como se sente.
André- Dói-me a cabeça, bastante.
Doutor- Compreendo. Posso fazer lhe algumas questões?
Foi questionando, a data em que estávamos, o meu nome, onde vivia e tudo mais.
Doutor- Felizmente sua memória continua intacta pelo menos desde o seu acidente até cá, continua sem se lembrar de nada antes disso.
André- Doutor o que se passa comigo? Eu sou amigo do doutor Francisco, seria possível chamar ele.
Doutor- Hoje ele não está, apesar do seu amigo bombeiro, estar lá fora a insistir com o Doutor Francisco ao telemóvel.
Foi então que lembrei-me do acidente da mulher, e de como eu tirei ela do carro e fiz aquilo, como eu sabia fazer aquilo, e então o Diogo apareceu e eu apaguei.
André- Doutor como está a senhora do acidente?
Doutor- Ela está viva e bem, tudo graças a si, como sabia que tinha que fazer aquilo? Teve alguma lembrança do seu passado? Era médico antes?
André- Não sei doutor simplesmente sabia, não sei explicar como, mas o que se passa comigo, porque esses fios todos?
Doutor- Há quanto tempo tem esses desmaios e acima de tudo desde quanto perde sangue?
André- Há algumas semanas, pensei que se devesse ao acidente, que seria só estresse pelas mudanças, o que se passa comigo doutor, é grave?
Doutor- Não tem maneira mais simples de dizer isso você tem um aneurisma, e ele está a comprimir parte do teu cérebro, por isso as dores de cabeça, a má disposição os desmaios e talvez até o motivo para a perda de memória.
Eu estava estático, parte de mim sabia que aquilo podia ser grave sem entender muito bem como.
André- Como não viram nada nos exames do meu acidente? Quais são as minhas chances? Podem operar-me?
Doutor- Não sei dizer-lhe eu vi os seus exames e nada aparece neles, e sim Infelizmente a zona é de risco, e as chances de não sobreviver...
André- Quais são as minhas hipóteses?
Doutor- Se tiver alguns cuidados, controlar o estresse, o foro emocional, a tensão alta e a Sua alimentação, poderás viver mais alguns anos.
André- Anos, quantos? Cinco, dez? Trinta anos?
Doutor- É muito relativo, tanto podes viver mais três anos como mais uns oito, ou até mais, vai depender de ti, e em acompanharmos a evolução dele.
Eu fiquei em choque, três anos apenas, ou até menos se não tivesse cuidado, o que seria da minha mãe, ela só tem a mim.
Doutor- Eu vou falar com o Francisco, porque ele foi o teu médico além disso é o teu amigo e um dos melhores na área.
André- Não, não quero você é obrigado ao sigilo profissional certo?
Doutor- Sim, mas..
André- Então eu exijo isso, você é o meu médico, você irá cuidar de mim e dizer-me o que eu devo fazer, entende? Pois o Francisco está muito próximo, somos quase família e se bem me recordo médicos não podem tratar da família.
Doutor- Sim, mas aconselho-te a não passares por isso sozinho, e talvez não devesses viver só, podes sentir-te mal e se não fores socorrido de imediato.
André- Sim já sei eu morro, está bem quero ficar sozinho.
Ele saiu fechando a porta e eu rendi-me á minha dor, o que eu faria daqui para a frente, devia de contar a alguém, talvez devesse dizer ao Diogo, não claro que não, nós não temos nada de mais, não quero jogar esta bomba nele e fazer ele sentir-se obrigado a algo.
Acabo de pensar isso e ele bate na porta e entra, ficando alguns segundos a olhar para mim.
André- Podes entrar eu não mordo.
Diogo- Desculpa.
Ele acelerou o passo, e abraçou-me forte, era bom sentir o seu calor, mas o abraço estava demasiado apertado.
André- Tem calma, ainda esmagas-me. (Risos)
Diogo- Desculpa. Então o que foi que o médico te disse?
André- Diz que estou bem, foi apenas o estresse do momento.
Diogo- Não pode, ser só isso tu começaste a sangrar do nada pelo nariz e pelos teus ouvidos pensei que fosse perder-te, é melhor que quando consigamos falar com o Francisco ele volte a examinar-te.
André- NÃO É PRECISO.
Diogo
Nunca o tinha visto assim desse jeito.
André- Desculpa estou um pouco cansado, mas sério não é preciso ele diz que reagi assim por conta da minha memória e a situação do momento, o meu cérebro entrou em choque, foi só isso nada demais, tenho apenas que descansar e não enervar-me que ficarei logo bem.
Diogo- Está bem só quero que tu fiques bem, que nós fiquemos bem.
André- Sim bem, importas-te de deixar-me só, eles deram me um medicamento um pouco forte e preciso de descansar sim.
Diogo- Está bem, eu estarei lá fora, se precisares de mim manda chamar-me.
André- Não é preciso, vai para casa a Daniela deve de estar ansiosa por ver-te, eu depois ligo pode ser?
Achei tudo tão estranho, mas resolvi não insistir, tal como o mesmo diz não pode estressar-se
Diogo- Bem eu vou, mas antes de ir diz me só uma coisa como sabias o que fazer para salvares a vida daquela senhora.
André- Sinceramente não sei.
André
Ele saiu e eu realmente fiquei mais uma vez questionando-me como eu sabia o que fazer, e o que faria daqui para a frente, iria continuar tendo algo com o Diogo, eu poderia viver muitos anos, não precisa de terminar assim.
Mas se eu acabasse por morrer iria faze-lo sofrer e a Daniela também, ou pior adoecer a um estado que ele tivesse que cuidar de mim eu não desejava isso.
Tinha a minha cabeça á roda de tanto pensar, precisava de ajuda, mas não queria contar a ninguém, o Francisco era médico, no entanto meu amigo também e se nada pode ser feito ele ia ficar bem mal se eu morresse e não tivesse-me ajudado, agora o que ninguém sabe, não machuca.
Optei por dormir um pouco antes de ter alta.
Quando acordei chamei um táxi e retornei a casa, liguei á minha chefe que já várias vezes tinha entrado em contato comigo e expliquei-lhe o que me aconteceu, sem entrar em pormenores então ela disse para tirar o resto da semana.
Resolvi ligar á minha mãe, pedi-lhe que viesse, passar uma temporada comigo pois estava bastante carente dela e cheio de saudades, ela adorou escutar isso e decidiu que vinha passar uns tempos então comigo até eu cansar-me da sua companhia, mal ela sabia que precisaria dela aqui comigo sempre só rezava para não lhe dar trabalho.
Á noite o Francisco liga-me todo preocupado, pois finalmente reparou nas chamadas do Diogo e este contou-lhe o que havia acontecido.
Francisco- Eu disse-te que queria que fosses a uma consulta porque és teimoso, amanhã quero te lá bem cedo.
André- Eu não vou o teu colega viu me e vai seguir o meu caso estou bem, é só por causa das lembranças as vezes quererem voltar e eu fico assim.
Francisco- Isso não faz sentido, quero ver-te mesmo assim.
André- Isso não vai acontecer, nós somos amigos não é nada profissional tu cuidares de mim, acho que até é ilegal isso, por isso não te preocupes eu vou cuidar-me com o teu colega ele é bom também não é.
Francisco- Sim é.
André- Vez então não tens nada com que te preocupares.
Francisco- Se tu o dizes, mas qualquer coisa fala comigo sim, sabes que gosto e preocupo-me contigo.
André- Sim eu sei, bem vou descansar.
Francisco- Vai lá, mas antes quero fazer-te um convite, sábado vai um pequeno grupo, alguns tu já conheces assistir a um espetáculo de drags e gostava que tu fosses também, mais o Diogo.
André- Não sei se ele pode.
Francisco- Pode sim, ele até já aceitou disse que se tu desejasses a companhia dele que ele iria.
Seja o que Deus quiser, que eu fique bem e possa viver esse amor.
André- Está bem então lá estaremos.
Desliguei e cai na cama, com medo do que o futuro reservava-me, mas também ansioso.
Então o que estão a achar?
O nosso menino está doente como assim?
Será que eles vão desenrolar?
E o Fernando e o Diogo farão as pazes?
Se preparem que muita treta está vindo aí.
Não deixem de comentar e favoritar, isso é bastante motivador.
Bjs e abraços

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Alma Gêmea
RomanceAlmas Gêmeas significa que não importa o que aconteça, as almas sempre arranjaram uma forma de se manterem unidas, apaixonadas pois estão ligadas por algo muito maior o amor eterno e esse amor não só supera a vida como por vezes supera a morte. Diog...