Lembrar Leva á Morte

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Diogo

Eu comecei a gritar por ajuda, quando vi que o André não estava a reagir, eu tentei acordá-lo, porém sem sucesso.

Todos entraram no quarto em passo acelerado, inclusive Daniela que ao ver André, desmaiado e mais uma vez a sangrar do nariz ficou assustada, felizmente Tiago conseguiu a tirar de lá, enquanto Eduardo chamava uma ambulância, Francisco tentava perceber o que tinha acontecido.

Francisco- O que aconteceu, como ele ficou assim?

Nem eu sabia, nem sabia o que pensar, era capaz de jurar que minutos antes era Mafalda que estava a falar, ela tinha pesadelos recorrentes, com o mesmo discurso, após um dia ter perdido ela de vista no parque.

Diogo- Não sei, ele estava a ter um pesadelo começou a gritar e então ficou assim.

Francisco- Temos que o levar rápido para o hospital, não sei o que se passa, mas ele está bastante fraco.

Enfim a ambulância chegou, Francisco acompanhou-os e eu após conseguir acalmar a Daniela e garantir que tudo iria ficar bem eu chamei um táxi e fui ter com eles.

A minha cabeça estava a mil, seria possível que Ângela tivesse razão, eu liguei para ela, e assim como se ela esperasse a minha chamada, atendeu ao primeiro toque.

Ângela- Como tu estás?

Diogo- Como tu achas que eu estou, o que está acontecer, André e Mafalda são a mesma pessoa?

Ângela- É complicado, de certa forma sim, mas ao mesmo tempo são pessoas diferentes, André teve uma vida diferente, não sei como explicar-te isso, mas sim a alma dela reencarnou no André.

Diogo- Ela está a recordar-se, ela lembra-se, ainda hoje tenho a certeza que ela recordou-se de quem era antes, eu só preciso contar-lhe e ela vai lembrar-se de tudo.

Ângela- Não podes.

Diogo- Como assim, porquê? Nós podemos ficar juntos voltarmos a ser uma família.

Ângela- Como tu mesmo disseste ela está a recorda-se, no entanto cada vez que acontece isso, o corpo de André, adoece cada vez mais, até que um dia deixará de ter forças para lutar.

Diogo- Tens a certeza disso, não pode ser verdade tu mesmo disseste que somos almas gémeas.

Ângela- E são no entanto, ela fez algo que não podia ter acontecido ela voltou cedo de mais a vida terrena.

Diogo- Então nós não podemos ficar juntos é isso?

Ângela- Eu acredito que possam, desde que ele deixe de lembrar quem um dia ele foi.

Quando vi Francisco aproximar-se eu desliguei a chamada e logo acelerei na sua direção.

Diogo- Como ele está diz-me?

Vi ele respirar fundo, sabia que não vinham boas notícias.

Francisco- Eu não entendo, ele piorou estava melhor, no entanto hoje está bem pior.

Diogo- Ele vai morrer, é isso?

Francisco- Não sei, mas vou fazer tudo ao meu alcance para o ajudar.

Diogo- Posso vê-lo, falar com ele?

Francisco- Tivemos que o colocar em coma, pois ele estava a ter alguns ataques, convulsões, não sei bem, preciso de rever todos os exames que fizemos, já pedi á medica que o examinou para que pudesse vir ajudar-me.

Eu comecei a chorar, e então fui confortado por Francisco.

Francisco- Ele é forte, ele vai ficar bem.

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