Capitulo Revisto
Mafalda
Hoje é um dos dias mais felizes da minha vida faz oito anos que eu conheci o meu príncipe encantado apesar do tempo que já havia passado recordava me como se tivesse sido ontem a primeira vez que o vi tão lindo parecia um herói ele entrou pelo hospital a dentro de cima do paciente um jovem de dezasseis anos em paragem cardíaca, ele gritava e não desistia de o tentar manter vivo, assim que os nossos olhos se cruzaram senti algo estranho, uma espécie de ligação e como se alguém dissesse que ele era o homem da minha vida e que seria pai dos meus filhos e assim foi.
Mais tarde naquele dia, tivemos a nossa primeira conversa, ele horas depois aguardava fora do quarto do jovem por notícias, algo que ninguém tinha por hábito fazer. O mesmo viu os pais a sair do quarto do jovem a chorar e entendeu que ele não havia resistido, vi o paramédico a entrar na zona das escadas e segui ele a ponto de ver o mesmo a socar a parede de raiva e a chorar.
Mafalda- Por favor não destrua a parede do hospital é bem cara a manutenção.
Ele assim que me viu ficou envergonhado e começou a limpar as lágrimas se desculpando.
Mafalda- Não tens que pedir desculpas é normal ficarmos assim sempre que perdemos alguém.
Diogo- É a primeira vez que perco alguém, hoje é o meu primeiro dia e eu falhei.
Mafalda- Porque pensas isso, porque ele não resistiu, porque não vez de outra forma isso.
Diogo- De que forma?
Mafalda- Que graças a ti ele pôde viver por mais algumas horas, o tempo suficiente para os pais chegarem e ele poder partir em paz se despedindo deles.Diogo- Acha que isso resolve alguma coisa?
Mafalda- Talvez não, mas venha comigo.
Ele então acompanhou-me ate uma pequena sala onde ficava guardado o stock das roupas de cama e vestimenta.
Diogo- O que fazemos aqui?
Mafalda- Tens cinco minutos.
Diogo- Para que?
Mafalda- Para o que quiseres, seja para chorar, para desarrumar essas roupas de cama ou até mesmo para gritar, este trabalho é difícil e se não arranjamos truques para lidar com a pressão enlouquecemos, por isso fica à vontade.
Diogo- Acho que não consigo.
Mafalda- Talvez não, mas tenta eu estarei aqui fora e não vou deixar ninguém entrar.
Eu saí e ele ficou lá algum tempo depois pude escutar o barulho de coisas a serem jogadas ao chão, gritos abafados talvez por uma almofada como eu tantas vezes fazia.
Assim que terminaram os cinco minutos eu entrei.
Ele então sorriu me, derretendo-me por completo.
Após a nossa conversa e o pequeno surto que teve, ele ficou melhor.Começamos então a sair e rapidamente percebemos que estávamos apaixonados num ápice acabamos por nos casar e ter a nossa primeira filha a Daniela, fazia um tempo que tentávamos ter mais um filho porém ainda sem sucesso.
Diogo- Bom dia minha flor em que pensas?
Mafalda- Na sorte que tive em encontrar o homem da minha vida tão cedo.
Diogo- Tiveste sorte mesmo de encontrar-me foi uma espécie de lotaria.
Mafalda- Convencido a sorte foi tua teres encontrado uma mulher linda e paciente que nem eu que suporta as tuas burras.
Ele logo prensou-me contra a parede da sala e começou a beijar-me.
Mafalda- Estás com um fogo hoje.
Diogo- Eu contigo sempre estou a ferver que tal irmos para o quarto treinar mais um pouco para ver se vem um Diogo Jr, a Daniela precisa de um irmãozinho.
Mafalda- Por mais que eu queira senhor fogoso, não dá vai tomar um duche que eu tenho que me despachar e levar a menina para a escola.
Ele deu me um beijo e a contra gosto foi-se, mas não sem antes dizer que eu á noite não lhe escapava.
Preparamos tudo e saímos ao mesmo tempo os três de casa coloquei a Daniela no carro e despedi me do meu homem com um beijo, mas senti uma tristeza em mim que não percebia o motivo pelo menos não agora.
Diogo- Sentes te bem amor, pareces pálida.
Mafalda- Sim estou, não sei explicar bateu me uma tristeza de repente, não ligues é bobagem minha.
Diogo- Deve ser saudades minhas já.
Mafalda- Provavelmente, amo-te.
Diogo- Eu amo-te ainda mais, adeus princesa porta te bem na escola e já sabes se o teu colega bater-te dá lhe também.
Mafalda- Para de ensinar isso a menina, não quero que ela vire uma selvagem.
Ele começou a rir, deu me mais um beijo e saiu e nós fizemos o mesmo.
Fomos as duas no carro entretidas a falar numa nova boneca que saiu e que ela queria pois a dela já estava velha, era incrível como ela conseguia parecer se tanto com o Diogo e ao mesmo tempo comigo também.
Assim que deixei-a na escola ela apertou me forte o pescoço e mais uma vez aquela sensação invadia-me.
Daniela- Mamã eu amo-te muito muito, és a melhor mãe do mundo.
Mafalda- Está bem eu compro te a boneca.
Daniela- Hehhehe, obrigado.
Mafalda- Amo te princesa.
Entrei no carro e segui em direcção ao hospital, hoje estava um trânsito descomunal eu ia chegar atrasada com certeza, e ainda por cima parecia que os loucos todos resolveram conduzir hoje.
Estava perdida em pensamentos da minha vida quando do nada vejo um carro a passar o sinal vermelho a minha esquerda, fiquei sem reacção, sem chance de travar e o choque foi eminente, tudo ficará escuro.
Diogo
Sentia me tão grato, com a minha vida nunca achei que eu um dia iria casar e assentar, mas quando a conheci vi que era com ela que eu queria construir uma vida, estava tratando dos últimos detalhes para o jantar de hoje com ela era uma ocasião especial para nós, quando o alarme toca no quartel, rapidamente entramos nas viaturas e dirigimos nos ao local era um acidente de automóvel.
Saímos das viaturas e começamos a correr para o local e foi quando eu vi o carro da minha esposa completamente desfeito, quis acreditar que não era o carro dela mas o selo de melhor mãe do mundo que a Daniela lhe dera vinha no vidro de trás, era ela.
Eu fiquei em choque não conseguia reagir, até que vi que era o único parado no mesmo sítio, ia começar a correr para lá, mas o Fernando impediu-me.
Diogo- Deixa me passar?
Fernando- Não mano, não podes tu conheces as normas tens que ficar aqui nós cuidamos dela.
Diogo- E a Daniela?
Fernando- Ela não está no carro a Mafalda já a devia ter deixado na escola.
Diogo- Salva a vida dela por favor.
Vi ele a correr de volta ao acidente, tentando de várias formas retirar ela que estava encarcerada dentro do carro, quando a colocaram na maca eu vi que ela não estava nada bem e corri para junto dela.
Mafalda
Vi luzes a minha volta e vozes, porém nada fazia sentido, parecia nem sentir o meu corpo, via um grande turbilhão de pessoas conseguia aos poucos escutar alguém a dizer para manter-me acordada. Eu tentava focar-me aos poucos lembrei que tinha havido um acidente, a aflição começou a tomar conta de mim. Comecei a reconhecer alguns rostos eram colegas do Diogo tentava procurar por ele e enquanto pedia a Deus e ao mundo para não me deixar morrer.
Conseguiram retirar me do carro e colocar me numa maca e então vejo ele perto de mim seu rosto lavado em lágrimas começa a apertar a minha mão, eu sabia que não tinha muito tempo eu sabia que estava a chegar a minha hora, eu tentava lutar porém não conseguia, eu sentia que o meu corpo estava a desistir.
Mafalda- Eu amo-te.
Tudo voltou a ficar escuro, quando a claridade voltou eu estava num espaço todo branco vestida de roupas brancas sem entender muito bem o que estava a acontecer, algumas pessoas passavam por mim, e eu tentava falar com elas porém ignoravam-me até que um homem aparece junto a mim e diz que eu era bem-vinda que eu em breve iria entender tudo e que eu estava no limbo.
Mafalda- Eu morri? Não, não eu não posso morrer a minha família precisa de mim.
Anjo- Isto não importa mais eles por mais difícil que seja aprenderam a viver sem ti eles seguirão em frente, irão curar as feridas e sorrir novamente.
Mafalda- Não entende o meu marido não sabe estrelar um ovo, a minha filha ainda é pequena eu prometi lhe uma boneca, eu não posso morrer.
Anjo- Vais ver que daqui a uns tempos tudo ficará bem, enquanto isso tens aqui esse espelho para os poderes observar.
Um espelho grande aparece na minha frente comecei a poder observar o Diogo ele estava um caco todo vestido de preto a chorar no quarto, vi a minha filha a entrar e a abraçar ele forte e a chorar também eu precisava de voltar eles precisavam de mim.
Tentei rebater com o anjo, porém ele havia sumido, percebi que o tempo passava de forma diferente ali, podia ver vários dias a passarem no espelho e eles continuavam mal, já fazia no mínimo um mês que eu tinha morrido ainda era estranho pensar assim e Diogo permanecia em casa via ele a circular pelos cantos da casa sem conseguir dormir e a chorar pedindo por mim, ele era um sombra do homem que conheci, cabelo desalinhado, barba por desfazer, ele estava destruído.
Por vezes o anjo aparecia e dizia que tudo iria ficar bem e que eu iria aceitar está situação em breve, que eles iriam voltar ao normal, e que eu assim que tivesse pronta iria querer seguir o meu caminho, mas isso não acontecia só parecia piorar.
Diogo bebia de forma descontrolada quando Daniela adormecia é isso irritava-me de mais, a minha família estava destruída e só eu a podia salvar.
Num desses momentos de frustração um rapaz aproxima-se de mim e diz se chamar Gabriel o seu rosto era familiar, porém não lembrava de onde.
Mafalda- Prazer, chamo-me Mafalda.
Gabriel- Eu sei, e estou aqui porque te posso ajudar.
Mafalda- Podes ajudar-me a voltar a sério? Como?
Gabriel- Se tu fores sempre por este caminho vais encontrar uma grande mesa, com botão enorme no meio se tu clicares nele tu voltas á terra.
Mafalda- Tens a certeza disso?
Gabriel- Sim.
Mafalda- Então porque nunca o fizeste?
Gabriel- Porque não tenho nada a resolver lá em baixo, porque aceitei o meu destino aqui em cima, porque descobri o meu caminho, porém tu sim tens coisas a resolver.
Ele acompanhou me pelo corredor, até encontrarmos a tal mesa protegida pelo mesmo anjo que recebeu-me aqui.
Mafalda- Como vamos passar por ele?
Gabriel- Deixa isso comigo, eu sou um profissional em destabilizar tudo por aqui, trata de voltar e não te espantes as coisas podem ser um pouco diferentes.
Ele começou a caminhar, em direcção ao anjo.
Mafalda- Espera porque estás a ajudar-me?
Gabriel- Porque eu tenho uma dívida com o teu marido e contigo vocês deram-me mais tempo para despedir-me da minha família e hoje posso retribuir-vos.
Mafalda- Então tu és...
Ele sorriu e avançou na frente do anjo começando a provocar ele o mesmo saiu de perto da secretaria vindo atrás dele, eu aproveitei e carreguei no botão senti então uma energia a puxar-me.
André
O dia corria como normal para mim eu estava nervoso iria tentar uma entrevista em Lisboa num bom escritório de advocacia, e assim podia fugir da monotonia daquele interior chato daquela vida sem graça e de miséria, aqui poderia ser rico ao lado da minha futura esposa e juntos teríamos a vida que tanto ambicionamos, faz mais de uma hora que viajo de moto, a adrenalina excita-me, o perigo a velocidade e por conta disso acabei por provocar a minha morte ao ir contra um carro, sendo projectado alguns metros a frente.
Diogo
Faz mais de dois meses que tinha perdido a minha mulher, olhava-me ao espelho e via uma sombra de mim mesmo, mas não podia continuar assim a Mafalda não queria isso para nós e a Daniela precisava de mim ela já havia perdido a mãe não podia perder-me a mim também.
Arrastei me até à casa de banho tomei um duche, encarando mais uma vez o meu aspecto ao espelho, depois de estar pronto despertei a Daniela e cuidei dela, tentei fazer-lhe um penteado.
Daniela- Não é assim, tu não sabes fazer só a mamã é que sabe.
Esforcei me para não deixar abater-me pelo comentário e voltei a pentear o cabelo dela, coloquei lhe alguns ganchos, ela não ripostou e juntos fomos sentar nos a comer.
Diogo- Amor o pai hoje volta ao trabalho por isso vais ter que ficar mais um pouco na escola está bem.
Ela correu até a mim e começou a chorar a dizer que não, que não queria.
Diogo- O que foi meu amor que se passa?
Daniela- Eu não quero a mamã foi trabalhar e foi embora eu não quero que tu vás.
Diogo- Eu não vou a lado nenhum eu juro, logo vou estar lá para buscar te e podemos ir ao parque juntos o que te parece.
Daniela- Prometes?
Diogo- Sim.
Fizemos o juramento com o dedo mendinho e após deixar ela na escola dirigi me ao quartel, assim que cheguei nem deu tempo de sentar logo tivemos que sair, o que eu agradeci, pois o olhar de pena incomodava-me, como se eu fosse algo estragado.
Fernando- Ainda bem que estás de volta isto sem ti não tem graça nenhuma, que achas de logo sairmos e bebermos um copo. Está na altura de voltares a activa.
As vezes sentia vontade de esmurrar a cara dele, mas é o meu melhor amigo.
Diogo- Não sejas parvo, sabes bem que tenho uma filha para cuidar.
Assim que chegámos ao local fomos cuidar de um homem que tinha tido um acidente de moto.
Ele estava sem sinal de vida, começamos a fazer os procedimentos e tentar trazer ele de volta, era assustador estar de novo aqui a trabalhar com a vida e com a morte, então nós conseguimos, o coração dele estava fraco porém a bater, confesso que parte de mim sentiu inveja pois este homem voltou e a minha mulher não.
Mafalda/André
Eu tinha conseguido eu estava de volta, sentia o meu corpo preso eu parecia estar deitada, sem conseguir-me mover, vi pessoas à minha volta a dizer que eu ficaria bem até que os meus olhos se cruzam com os dele, eu tentei falar.
Diogo- Tenha calma, você vai ficar bem, teve um acidente, mas vai ficar bem.
Ele não me reconhecia como, porquê.
Mafalda/André- Sou eu não vez que sou eu, eu estou aqui.
Sentia me fraca e tudo voltou a ficar escuro.
Então o que acharam do primeiro capítulo?
Será que vão conseguir ficar juntos?
Amanhã teremos novo capítulo com a presença do nosso querido Francisco.
Espero que gostem não deixem de comentar e favoritar.
E sigam me para estarem por dentro das novidades.
Fiquem seguros.
Beijos e Abraços
![](https://img.wattpad.com/cover/222086718-288-k654369.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Alma Gêmea
Roman d'amourAlmas Gêmeas significa que não importa o que aconteça, as almas sempre arranjaram uma forma de se manterem unidas, apaixonadas pois estão ligadas por algo muito maior o amor eterno e esse amor não só supera a vida como por vezes supera a morte. Diog...