Alma Gêmea

Respeito a Mafalda

Capitulo Revisado

André

Eu sentia-me triste, com a forma como por vezes o Diogo reagia, não queria que fosse assim para sempre, e tinha receio de que a liberdade que eu busco a seu lado assim como a felicidade nunca cheguem.

Dei por mim sentado no sofá a pensar em como tudo tinha corrido bem, tirando o momento final com ele e logo após eu chegar a casa e sentir-me novamente mal tendo que trancar-me na casa de banho, precisava de umas vitaminas para o cansaço que por vezes sentia.

Porém foi ótimo conhecer a Daniela sentia algo meio doido como se a conhecesse tão bem, quase como se ver ela fosse um reencontro, às vezes penso é que estou a ficar é doído.

Liguei para a minha mãe, tinha que a colocar a par das novidades, apesar de não saber como ela iria receber essa notícia, nem o que pensaria a respeito, porém ela mostrou se uma mulher mente aberta e um coração cheio de amor.

Fernanda- Filho não me importa a pessoa que tens a teu lado, apenas importa-me saber se ele faz-te bem, se ele faz-te feliz.

André- Ainda é tudo muito recente mãe, mas sim ele faz me bem e eu quero muito que dê certo.

Fernanda- Então é só o que importa, às vezes parece que após o acidente tornaste-te outra pessoa, alguém melhor e que tem um coração enorme.

André- Ainda bem mãe, pois esta minha versão, não iria gostar nada da minha versão antiga. Olha e já agora sabes algo da Helena? Ela nunca mais perguntou por mim, nem nada do gênero é que finalmente parou de procurar-me, deixou de ligar e mandar mensagens.

Fernanda- Não sei, filho só sei que ninguém a tem visto, pelas redondezas e a casa parece estar fechada escutei umas vizinhas a falar sobre isso.

André- Deve finalmente ter caído na real e foi passar uns dias com a família, ainda bem. Bem vou deitar-me, amo-te.

Fernanda- Também te amo.

Desliguei e fui tomar um duche tentando não pensar novamente na sensação que tinha de que o Diogo nunca teria coragem.

Estava tão cansado que rapidamente apaguei, voltando a ter uns sonhos que envolviam a família do Diogo inclusive a sua esposa, porque eu sonhava aquelas coisas, talvez fosse a insegurança era tão estranho, só queria que ficássemos bem que déssemos certo.

Levantei me para mais um dia de trabalho, no qual eu tinha bastante jeito por sinal a minha diretora estava contente com o trabalho que eu prestava e pôs se a dizer que eu deveria estudar, que conseguiria ser mais que um secretário e isso deixava-me em êxtase.

Fui almoçar com o Francisco e o Eduardo e eles também encorajavam-me a estudar que o deveria de fazer, que saber não ocupa a lugar e depois começamos a conversar sobre como as coisas iam com o Diogo.

Eduardo- Tens que ter um pouco de paciência com ele, sabes isso não é só novo para ti para ele também, é um processo muito difícil de lidar acredita que ele está a lidar bem melhor que eu.

Francisco- Sem dúvida, ele para entender que realmente era comigo que queria ficar foi preciso perder-me, por isso relaxa ainda é tudo muito recente para os dois, deixa as coisas andarem um dia de cada vez.

André- Sim tens razão.

Francisco- E agora mudando de assunto, como tens te sentido? Tiveste mais tonturas, ficaste de aparecer no hospital faz dias que vens adiando a ida até lá.

Sabia que não devia de mentir, mas aquilo apenas acontecia as vezes e acredito que tenha apenas a ver com essas mudanças todas e o estresse.

André- Verdade tens razão, é a correria, mas eu sinto me muito melhor.

Francisco- Se tu o dizes, mesmo assim tens que lá ir e repetir os exames por conta da memória e tudo mais é o certo a fazer-se.

André- Sim tens razão, eu irei marcar uma consulta está bem.

Assim que terminámos de comer cada um foi trabalhar novamente.

Liguei ao Diogo, pois queria estar com ele, porém disse que estava ocupado resolvendo algumas coisas e que não conseguia estar comigo, que tinha um assunto importante a tratar e desligou o telemóvel, achei tudo muito estranho e fiquei um tanto triste, foi quando o Eduardo veio ter comigo a perguntar se eu ia fazer alguma coisa a seguir ao trabalho.

André- Não porquê?

Eduardo- Ótimo, porque hoje temos a casa livre os meninos foram passar uns dias com as madrinhas então resolvemos fazer um convívio lá em casa uma noite de trívia, se quiseres convida o Diogo.

André- Sério parece ser divertido, vou sim o Diogo parece estar ocupado, lá estarei irei só a casa trocar de roupa.



Diogo

Não parava de pensar nas últimas conversas que tive com o André, eu sabia que gostava dele é que queria estar com ele, precisava de lidar com isso e para começar tinha que contar ao meu melhor amigo, então chamei ele para jantar cá em casa e abordar o assunto com calma.

Enquanto a Daniela via alguns desenhos, nós bebíamos umas cervejas.

Fernando- Finalmente tens tempo para os amigos, pensei que já não lembrasses de mim.

Diogo- Deixa te de filmes nós não somos amigos apenas, somos irmãos e por isso é que chamei-te aqui preciso de falar contigo.

Fernando- Que se passa? Aconteceu alguma coisa, estás muito sério.

Diogo- Nem sei por onde começar, só espero que entendas.

Fernando- Deixa te de enrolar no assunto e diz logo.

Diogo- Eu conheci uma pessoa, e estamos a envolver-nos.

Fernando- Isso já eu desconfiava pela forma que andavas a agir, quem é ela, eu conheço?

Sentia o meu estômago embrulhado, tinha receio da sua reação ainda mais com a Daniela ali na sala ao lado.

Diogo- Não é ela é ele.

Ele começa a rir de uma forma exagerada e nada honesta.

Fernando- És tão engraçado.

Diogo- Não estou a brincar.

Fernando- Nem eu, só falta dizeres que é aquele teu novo amigo, com cara de atrasado, como é que ele se chama mesmo? Há já lembro-me André.

Diogo- Sim é ele, e espero que compreendas e aceites.

Fernando- Tu estás louco só pode, o que a menina vai pensar, o que pensaria a Mafalda se visse-te agora? Sentiria nojo de ti, tu enlouqueceste só pode.

Diogo- Para de falar assim, eu sou o mesmo de sempre.

Fernando- Não, não és aquele gajo fez te a cabeça é a única explicação, enfeitiçou te só pode, desde o primeiro dia que o viste ficaste assim, nem sei explicar.

Diogo- Tu és como se fosses meu irmão, mas não vou admitir que digas essas coisas, esperava que compreendesses isso e que quisesses que fosse feliz.

Fernando- E quero, mas se for com ele nem pensar, daqui a pouco vais dizer que te chamas Maria não, toma vergonha na cara, se não respeitas-te a ti pelo menos respeita a memória da Mafalda, nunca foste dessas viadagens.

Eu fiquei cego com tantos disparates que saiam da sua boca que acabei desferindo-lhe um soco rasgando o lábio dele.

Fernando- Espero que estejas satisfeito, porque esse soco não invalida a verdade. Acho melhor ir embora despede te da Daniela por mim, para ela não ver a merda que o pai fez-me.

Eu não tive reação continuei especado no mesmo sítio, ainda absorvendo tudo o que ele tinha dito e o soco que tinha dado.

Só sai do transe quando a Daniela abraçou as minhas pernas e pediu para eu não chorar.

Nesse instante dei conta que lágrimas escorriam pelo meu rosto, e perguntava-me se o Fernando, teria alguma razão no que dizia estaria eu traindo de alguma forma a memória dela com a minha atitude, iria envergonhar a minha família com isto.

Abaixei me e abracei a minha filha, dizendo que estava tudo bem.

Daniela- Não quero ver-te triste papá, como antes quando a mamã foi para o céu.

Diogo- Eu não vou ficar, eu prometo-te.