28| A Problema

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A Problema

S/N Cullen

Estava mais uma vez, ali para minha segunda consulta com o doutor Colins. Estava mais a vontade no sofá, encarava a janela e desabafava sobre minha vida e relaciomento.

— Sabe, Aidan e eu temos um namoro muito melhor do que muitos casamentos. É o que eu digo. — murmurei com os braços cruzados sobre o peito. — As vezes me pergunto por que demorei tanto para o conhecer.

— Gosta do seu relacionamento com ele? Na nossa antiga sessão você disse que ele lhe ouvia bastante. As pessoas te ouviam?

Ri passando a mão nos cabelos.

— Nenhum pouco. Tudo que eu fizesse era drama, pessimismo ou drama adolecente. — suspirei pesado — Não sei se é porque Aidan tem minha idade, mas ele parece não me julgar pelos meus pensamentos. Pelos meus assuntos sobre livros e filmes.

— As vezes ele gosta também das mesmas coisas que você, ou também ele pode gostar dessas coisas por causa de você. Mas me diga, você comentou que veio para o psicólogo após ter pesadelos constantemente. Quais foram esses pesadelos?

Virei meu rosto ao doutor, descruzei minhas pernas e tirei algumas mechas de cabelo dos olhos.

— Bem, eu tive alguns pesadelos com lembranças da minha infância, uma em específico aparece mais em meus sonhos. Ela é bem traumatizante, eu mesma só me relembrei dela quando ela apareceu nos meus pesadelos. — ri um pouco, mas amargamente. — Ela mostra eu salvando minha mãe de ser enforcada por... por meu pai.

Olhei fixamente nos olhos do doutor que me olhava com olhar sereno.

— Ele sempre foi violento com ela, sentia me enojada dele sempre. Nunca gostei de meu pai para falar a verdade, nunca consegui sentir aquele amor de pai e filha que todos falam. Entende?

O doutor parecia compreender oque eu dizia, ele acenou com a cabeça e eu suspirei pesado.

— Quando era pequena, sofria muito bulling na escola. Eu pedia muito para ir para escola antes disso, na verdade toda criança sonha em ir para escola por estar rodeada de pessoas e diversão; — olhei para o chão, senti meus punhos se contraírem e puxei o ar com força para dentro — Mas quando você descobre que lá as pessoas te julgam, fazem graça da sua aparência e jeito, quer fugir dali, nunca mais voltar.

— Você se lembra o motivo dessas pessoas te soarem ou começarem a te zoar?

Tentei puxar em minha mente, logo a palavra veio a minha mente.

“Seriedade”.

— Minha mãe duzia que eu era bruta, não gostava de ficar no colo, de abraços ou beijos. — comentei. — Ate hoje sou assim. Vivi minha vida rodeada de adultos, minha infância foi sem crianças por perto assim me fazendo não agir totalmente como uma criança. Via as crianças comendo terra e achava ridículo aquilo. Eu amadureci mais rápido em alguns pontos, e foi isso que começou tudo.

Ri de lado, mas sem humor algum.

Olhei o doutor e ele fazia suas rotineiras anotações.

Sick Love - Aidan GallagherOnde histórias criam vida. Descubra agora