(e da falta dela)
[Sendo reescrito, sujeito a alterações]
Paulo e Sara se conhecem desde sempre. São o porto seguro um do outro, e estão sempre buscando aventuras. Um dia um homem bate a porta da casa de Paulo, alegando precisar da ajuda única deles...
Eu ainda estava dormindo quando senti alguém me puxando. Mas não dei a mínima, estava cansada até demais.
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- Qual é o seu problema?! Cadê o Paulo?! - perguntou Sara, indignada.
- Meu problema?! Ele fugiu. Quando peguei vocês a única coisa em que o traidor pensou foi em salvar sua própria vida - Myan sorriu de um jeito irritante.
- E por que você acha que ele faria isso? - Perguntou Malik, arrumando a postura ao meu lado.
- Por que vocês acham? Ele nunca amou vocês. É a verdade, se vocês querem ou não acreditar o problema é de vocês - e deu meia volta, saindo da nossa visão.
Como era possível que Paulo tivesse fugido? Era realmente possível? Ele tinha feito isso? Eu não sabia o que sentir. Estava triste, estava muito irritada. Estava desesperada, com dor de cabeça.
Como minha mãe estava se sentindo naquele momento? Estava nos procurando? Ainda estava dormindo? Eu não saberia dizer, não tinha certeza de mais nada. Será que Mel já sabia que estávamos desaparecidos? Será que estava nos procurando? E Malik...
Malik havia sido arrastado para isso. Ele não tinha nada a ver com os assuntos de Myan, Paulo e Sara. Eu não tinha nada a ver com isso. Por que Myan queria me matar? Eles haviam apostado a minha vida, como se ela não valesse nada?
E agora Paulo havia fugido. Mas Sara ainda estava aqui. Talvez ela fosse uma vítima das circunstâncias, como eu. Eu estava sentada com a cabeça nos joelhos soluçando. Chorando demais, esgotando minhas lágrimas. Eu ia morrer, queria chorar o máximo que podia. Se eu pudesse, queria bater nas pessoas que me colocaram naquela situação. Mas não podia, então me contentava em chorar.
Malik estava tentando acalmar Sara, mas o olhar dela estava tão triste... Era como se enxergasse tudo ao nosso redor, mais pensativa do que nunca.
- Xxxxx... Vai f-ficar tudo bem. Eu p-prometo - Tentei dizer a Sara. Malik vinha ao lado dela, abraçando-a. Aquela dor psicólogica excruciante me quebrava. Eu não sabia o que sentir. Pena de Sara, pena de mim. Raiva de Paulo, raiva de Myan. Raiva do universo que tinha deixado aquilo acontecer.
E por que comigo? O que eu tinha a ver com isso?
- Você está bem? - perguntou uma voz, se aproximando. Malik.
- Eu não sei - respondi. Dizer "sim" seria mentira, mas dizer "não" seria horrível.
- E-eu sinto muito por isso - ele se aninhou perto de onde eu estava sentada e me abraçou docemente. Sara estava sentada, com os olhos vagando por toda a gaiola. Mas não parecia enxergar nada. Sara sequer chorava. Como poderia?
- Você não tem culpa - tentei tranquiliza-lo.
- Eu deveria proteger vocês. Foi pra isso que me chamaram - ele baixou a cabeça, como se estivesse envergonhado.
