5 anos depois
Paulo levantou-se de sua cadeira, com a mão trêmula e dolorida de tanto escrever e sorriu para si mesmo. Havia contado toda a sua história, e as partes em que ele não estava presente foram escritas para ele. Finalmente a história de como havia ido para Kilian estava escrita. Ele pegou os papéis impressos em sua pequena mesa e levou até a sala, onde estava Sirius.
— Sir... S... Olha. — ele tinha um pouco de dificuldade de encontrar um apelido a sua namorada, mas isso não o impedia de escrever coisas lindas a ela de vez em quando. Era uma das coisas que ela mais amava nele.
Ele entregou os papéis a ela e encarou seus olhos verdes por uns momentos. Tinha acabado de fazer 20 anos, ainda haviam balões na sala inteira, que o casal tinha preguiça de arrumar. Paulo afastou alguns de uma cadeira, e juntou as asas brancas de um jeito que não se machucassem nela, então se sentou e aguardou. Aguardou por horas, enquanto Sirius lia os manuscritos. Quando terminou, colocou os papéis na mesinha ao lado de sua poltrona, levantou-se e se inclinou, oferecendo um beijo a Paulo. Ele aceitou e como agradecimento o devolveu. Sirius se afastou lentamente.
— Então está pronto, amor? Vai publicar?
— Vou. Mas acho que vou mostrar pra Sara antes.
— Podemos chamá-los. Podemos fazer outra festinha se você quiser.
— Você me deu uma ideia. — Paulo se levantou rapidamente, e saiu. Ficou fora o dia todo, e quando chegou em casa, tinha dezenas de caixas nos braços. Sara e Malik vinham atrás.
— Onde eu coloco isso aqui? — perguntava Malik.
— Ali fora, bem. — respondia Sara — Oi, Sirius! Como vai? — então disse mais baixo — Paulo, e as lâmpadas?
— Você não acha que é inovar demais? — perguntou ele, enquanto Malik ia para fora de casa.
— Ah, já faz anos. E dessa vez vai ser diferente.
— Então coloque ali fora, junto com o resto. Ou melhor, pendura, tá?
Sirius se levantou.
— Amor, o que é tudo isso? Você sumiu a tarde toda.
— Surpresa. Você se importa de ficar aqui dentro? Te vejo a noite! E coloque algo confortável. — disse ele saindo pela porta.
Uns minutos depois Sirius estava pronta, e mais ou menos meia hora depois, Paulo, Sara e Malik entraram na casa e a levaram para fora.
O quintal da casa estava iluminado por dezenas de pequenas lâmpadas, e haviam panos e tapetes no chão. Uma mesa com um monte de salgados, doces e refrigerantes. Sirius ficou impressionada por uns segundos, até que todos começaram a se servir de comida e ela também.
Passaram a noite conversando, rindo e relembrando os anos que passaram. Sara deu uma olhada no livro, e depois passou para o Malik. Eles prometeram que leriam inteiro quando estivesse revisado.
— Desculpe, Paulo, mas todos aqui sabemos que quando se trata de você escrevendo, qualquer pessoa normal lendo não conseguiria entender nem mesmo uma palavra. — exclamou Sara, rindo.
Quando todos estavam satisfeitos, Malik desligou as luzes e todos se deitaram nos panos e tapetes no chão. Sara e Malik se abraçaram, e Paulo fez o mesmo em Sirius.
— Foi uma tentativa de reviver aquela noite? Como vai me elogiar com tantas estrelas no céu dessa vez? — perguntou Sirius. Paulo deu um beijo em sua testa, e suspirou baixinho.
— Eu não sei...
Uns momentos em silêncio se passaram.
— De onde está vindo a luz que reluz nos seus olhos? Por que eles são mais brilhantes que as estrelas?
A garota sorriu.
— São brilhantes porque posso escutar você dizendo isso pra mim.
E assim dormiram todos, tranquilos. Felizes.
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O Preço da Sinceridade
Fantasy(e da falta dela) [Sendo reescrito, sujeito a alterações] Paulo e Sara se conhecem desde sempre. São o porto seguro um do outro, e estão sempre buscando aventuras. Um dia um homem bate a porta da casa de Paulo, alegando precisar da ajuda única deles...