IIIV

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— Bom dia. — Olivia acariciou os cabelos do homem deitado em sua cama e beijou sua bochecha.

— Bom dia. — Ele sorriu, ainda sem abrir os olhos, e se espreguiçou na cama.

— Preparei um café da manhã para nós, mas só tenho vinte minutos; tenho que estar no hospital.

Henry se levantou e se juntou à esposa na mesa da cozinha. Os dois comeram e conversaram brevemente.

— Tenho que ir, tá? — Ela se levantou e deu um beijo rápido nos lábios do marido, que a puxou para um beijo mais demorado. Olivia sorriu.

— Volta pra casa hoje à noite?

— Sim, pretendo. — Disse, colocando a bolsa no ombro.

— Posso ir te buscar?

— Claro, mas eu te aviso quando puder, tá? Sabe que não tenho hora exata para sair.

— Sim, senhora. — Respondeu sorridente.

Eram poucos os dias em que Olivia saía para o trabalho e voltava no mesmo dia, e quando esses dias aconteciam, Henry fazia questão de buscá-la, e os dois faziam algo especial.

Olivia tinha algumas consultas marcadas no hospital; era o dia das consultas de graça. As pacientes sempre eram muito jovens, indo pela primeira vez no ginecologista, algumas buscando aconselhamento depois da primeira vez e outras grávidas.

— Muito obrigada, doutora. — A mulher estendeu a mão.

— Eu que agradeço. Quero vê-la na próxima semana, ok?

— Sim, claro, estarei aqui.

Olivia se despediu da última paciente antes da sua pausa para o almoço, trancou a porta do consultório e seguiu para almoçar.

"Olá, Dra., boa tarde, queria falar com a senhora."

Viu a mensagem mexendo em seu celular enquanto almoçava. Ela não sabia de quem era, não tinha o contato salvo.

"Oi, tudo bem? Quem é?", perguntou.

"Nicole, desculpa. Não deve se lembrar de mim, tem tantas pacientes..."

Olivia realmente não se lembrava, mas como era uma paciente...

"Estou no hospital hoje até as 20h."

Respondeu, e sua mensagem apenas foi visualizada, não houve mais resposta.

Ela não se apegava muito a essas coisas, muitas pessoas mandavam mensagens e simplesmente sumiam. Então ela seguiu com a sua programação do dia. Atendeu mais umas cinco ou seis mulheres na consulta gratuita, não parecia ter mais ninguém esperando quando ela pegou o celular para avisar Henry que podia ir buscá-la; era 20:34, até que terminou mais cedo do que ela esperava. Mas antes que pudesse enviar a mensagem, alguém bateu na porta.

— Desculpa, mas já encerramos por hoje. — Disse abrindo a porta.

— Ah, desculpa, Dra., eu não consegui vir mais cedo, fiquei presa no trabalho.

Olivia olhava confusa para a mulher à sua frente.

— Mandei mensagem mais cedo, a senhora disse que estaria aqui até as oito... — Nicole tentou lembrá-la.

— Ah sim, é você. — Se lembrou. — Desculpa mesmo, são muitas pacientes. Entra, por favor. — Ela deu passagem.

Nicole entrou e se sentou na cadeira em frente à mesa de madeira com a parte de cima de vidro e ficou em silêncio.

— Como você está?

— Estou bem, faz três semanas desde que vim aqui a primeira vez, e a senhora me disse que eu estava grávida... Eu também coletei sangue para fazer exame de IST.

Acasos do Destino  (romance lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora