XXXIX

4.1K 328 64
                                    

Obrigada por terem acompanhado essa história, por cada voto e cada comentário, e por não terem desistido. Esse é o último capítulo.

NICOLE

4 anos depois.

— Mamãe. — Brian veio correndo em minha direção. — Minha irmã caiu. — disse ofegante.

Fui com ele até onde ela estava. Elena estava sentada no chão, chorando sem parar, seus joelhos estavam ralados. Me abaixei e peguei no colo.

— Tudo bem meu amor, não é nada. — A coloquei sentada na bancada de mármore da cozinha. Seu rosto estava vermelho e as lágrimas escorriam sem parar. O joelho ralado sangrava levemente.

— O que aconteceu? — Olivia apareceu.

— Minha irmã caiu. — Brian repetiu.

— Ah não. — Olivia se aproximou olhando o machucado. — Vou pegar um remedinho.

Ela saiu e foi até o banheiro, voltou com um frasco na mão.

— Não vai doer tá? Mas segura a mão da mamãe bem forte. — Falou e ela agarrou minha mão imediatamente.

Olivia sorriu e deu duas borrifadas do remédio em cada joelho.

— Prontinho. Já está pronta pra correr de novo.

Enxuguei suas lágrimas e ajeitei seu cabelo.

— Quer descer? Tá tudo bem? — Perguntei e ela balançou a cabeça positivamente. — Ok então. — Assim que coloquei Elena no chão, Brian veio correndo e pegou em sua mão.

— Vem. — Ele disse conduzindo ela pela casa, e os dois saíram andando.

— Parecem dois mini adultos né. — Olivia comentou.

— Sim. — Não pude evitar de rir. — Dois adultos de 3 e 5 anos. — Senti os braços de Olívia em volta da minha cintura, enquanto ela me envolvia em um abraço por trás.

— Obrigada por ter me dado essa família incrível. — Ela disse dando um beijo em meu pescoço logo em seguida.

— Feliz aniversário. — Falei sorrindo.

— Eu não seria feliz, se não fosse por vocês.

— Nick tem mais refrigerante? — Meu irmão apareceu interrompendo nosso momento. — Ah desculpa, não queria interromper o casalzinho. — Falou com ironia.

— Tem ali na parte de baixo da geladeira. — Olivia respondeu.

— Valeu Liv. — Ele abriu a geladeira pegando uma latinha de refrigerante e saiu.

Era difícil acreditar que Ethan já estava com 12 anos, apesar de estar enorme e com comportamento de pré adolescente, eu ainda o via como o meu bebezinho.

Saímos para o quintal, Brian, Elena e os filhos de Lucca brincavam juntos no gramado próximo à piscina. Ethan estava sentado com alguns amigos próximo a churrasqueira. Minha mãe conversava com a esposa de Lucca, que esse, estava na churrasqueira.

— Ei aniversariante. Quer alguma coisa? — Lucca gritou.

— Quero mais hambúrguer com queijo. — Ela respondeu.

Nos sentamos próximo a minha mãe, e a esposa de Lucca.

Eu estava muito feliz com a nossa vida, estava no último período de psicologia, já havia apresentado meu TCC, só faltava terminar duas matérias, estava praticamente formada. Olivia recebeu promoções no trabalho. Nossos filhos já estavam frequentando escola, achamos que seria bom para a independência deles. Trocamos Ethan de escola, colocamos em uma escola melhor. Olivia estava realmente próxima de seu irmão e seus sobrinhos. Tudo estava fluindo muito bem, eu poderia dizer que era realmente feliz.

Não ouvimos mais falar de Henry, ou de Jessica, ou da mãe de Olívia. Eles não nos incomodaram mais, não apareceram mais, e pra mim, desse jeito estava ótimo.

— Mamãe, tô com sono. — Elena foi até Olivia e esticou os braços pra ela. — Ela a pegou na mesma hora e entrou para fazê-la dormir.

Olivia estava sendo uma mãezona, praticamente nasceu pra isso, e as crianças eram loucas por ela, e eu também.

O dia seguiu tranquilo, com muita conversa, risada, comida. Aquela era a nossa família, e tudo estava maravilhoso. Cantamos parabéns para Olivia, e logo todos os começaram a ir para casa, restando apenas nós quatro.

Elena já havia acordado e dormido várias vezes, agora tinha acabado de tomar mamadeira e estava deitada para dormir novamente. Entrei no quarto das crianças, Olivia estava sentada na cama de Brian, encostada na cabeceira, com ele deitado com a cabeça em sua perna, e Elena sentada em seu colo, com a cabeça recostada em seu peito, em suas mãos havia um livro, o qual ela estava lendo para eles. Que não pareciam nenhum pouco que iam dormir.

— Que horas os mocinhos vão dormir? — Perguntei entrando.

— Não tô com sono. — Brian respondeu.

— Ah tá sim. — Falei me aproximando deles, peguei Elena do colo de Olívia e me sentei na cama ao lado dela, ajeitei Elena em meus braços, e comecei a fazer leves carinhos pelo seu braço e rosto. Olivia puxou Brian para seu colo, o ajeitou e começou a fazer o mesmo carinho. Eles amavam dormir assim, e dormiam super rápido. Olivia voltou a ler o livro.

Elena já estava adormecida, Brian lutava contra o sono. Estava com uma mexa de cabelo de Olivia nas mãos, segurando, para impedi-la de sair caso ele pegasse no sono.

Olivia começou a balançá-lo levemente em seus braços, e nos próximos minutos, ele pegou no sono, soltando até a mexa de cabelo. Ficamos mais meia hora, apenas sentadas com nossos filhos no colo, admirando cada detalhe de perfeição deles e curtindo aquele momento. Momentos como esse, pareciam parar o tempo, e não existisse mais nada, apenas eu, Olivia e nossos filhos.

Após isso, coloquei Elena na cama, e Olivia se levantou colocando Brian deitado na cama, os cobrimos e saímos do quarto, fomos para o nosso quarto.

Se alguém me dissesse há seis anos atrás, que hoje eu estaria casada com uma mulher incrível, que eu amo muito, criando dois filhos perfeitos, eu riria e diria que era loucura. Hoje vivendo, eu sei que não tem nada de loucura, é o melhor da vida que eu poderia ter. Não sei o que fiz de certo para merecer tamanha benção, mas só tenho a agradecer por tudo, até as coisas ruins que aconteceram com a gente no caminho, valeu a pena, porque nos trouxe onde estamos hoje, nos moldou para sermos quem somos hoje, duas excelentes mamães do Brian e da Elena, o amor da vida uma da outra.

Ao final dessa história, percebo que os acasos do destino podem nos levar a caminhos que nunca imaginamos. Às vezes, a vida nos apresenta situações imprevisíveis que nos fazem questionar o que está acontecendo, mas com o tempo, percebemos que tudo faz sentido.

Conhecer Olivia por acaso foi um desses momentos que mudou minha vida. Olhando para trás, vejo que todos os acontecimentos que nos levaram a nos encontrar foram parte dos acasos do destino. Eles podem ter sido confusos e desafiadores no momento, mas me levaram a experimentar um amor verdadeiro e genuíno, que eu jamais imaginaria. Por fim, aprendi que não podemos controlar todos os aspectos da vida. Às vezes, precisamos confiar no fluxo da vida e seguir em frente, sabendo que os acasos do destino podem nos levar a lugares inesperados, mas que no final, tudo pode fazer sentido.

Acasos do Destino  (romance lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora