XXVIII

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OLIVIA

Acordei com uma dor latejante na mão, abri os olhos e me deparei com a decoração do quarto de Nicole, já havia esquecido onde estava.

Estava sozinha no quarto, mas não no apartamento, ouvia vozes do lado de fora do cômodo, que estava com a porta fechada. Me sentei na cama. Meu corpo estava dolorido. Peguei meu celular e mandei mensagem para a menina que costuma fazer limpeza lá no apartamento, perguntei se ela tinha disponibilidade de ir agora pela manhã.

— LIV. — Ethan entrou de repente empolgado no quarto e veio direto me abraçar.

Tentei não expressar que estava com dor.

— Oi meu amor. — O abracei. — Tudo bem?

— Você tá machucada? — Apontou para minha mão.

— Acredita que me cortei cozinhando? — Falei rindo.

Me abraçou de novo. — Tem que tomar cuidado, mas vai ficar tudo bem. — Fez carinho no meu braço

Ah a inocência das crianças.

— Ethan. — Nicole disse entrando no quarto, seu tom de voz era bravo. — Você tinha que estar se arrumando pra escola. — O menino saiu correndo.

— Desculpa. Não era pra ele ter vindo aqui. — Me olhou.

— Tudo bem, já estava acordada... Pedi pra menina ir dar uma limpada lá no apartamento antes de eu voltar, não quero rever aquele cenário...

— Como você está se sentindo?

— Com dor, tudo dói. — Fui sincera. — Mas estou bem. Meu advogado mandou mensagem de madrugada, disse que Henry estava preso, mas deveria ser solto pela manhã...

— Acha que ele vai nos deixar em paz? — Ela se aproximou da cama e se sentou na minha frente.

— Vai. Querendo ou não. Ninguém vai atrapalhar minha vida. — Falei decidida. — E mudando de assunto, já contou pra sua mãe que vamos casar? — Deixei que um sorriso se formasse em meus lábios.

— Não. — Ela sussurrou. — Achei que ainda íamos decidir direitinho.

— Decidir? — Fechei o sorriso e franzi a sobrancelha. — Achei que estava decidido.

— Quer mesmo casar comigo?

— Óbvio.

— É que... Achei que ontem fosse só a adrenalina do que aconteceu.

— Eu realmente quero me casar com você.

Escutamos alguém pigarrear na porta do quarto.

— Desculpa, querem tomar café? — A mãe de Nicole falou.

Senti meu rosto esquentar. Gente ela sempre ia pegar a gente no flagra?

— Já estamos indo mãe. — Ela respondeu, pude perceber que estava segurando o riso, a mulher simplesmente assentiu e saiu.

— Bom, acho que não vai precisar contar pra sua mãe. — Falei e comecei a rir de nervoso.

— Eu te amo. — Soltou o riso que estava preso em sua garganta e logo selou nossos lábios.

— Sabe, me sinto uma adolescente quando estamos juntas. — Acariciei seu rosto com a ponta dos dedos. — Fico nervosa, com frio na barriga, rindo ato, constrangida com a sua mãe aparecendo do nada. — Ri da última parte.

— Sabe o que isso quer dizer Dra? Que você está perdidamente apaixonada por mim. — Sorriu mostrando todos os dentes, o sorriso que mais me tirava o fôlego.

Acasos do Destino  (romance lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora