VI

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— Oi, amor. — Olivia disse assim que entrou no apartamento.

— Amor? — Henry disse, surpreso, olhando para a esposa. — Não sabia que viria para casa hoje. — Ele bloqueou o celular que estava em sua mão e se levantou, indo até a mulher.

— Estou com uma enxaqueca muito forte, pedi para cobrirem o resto do meu turno e vim descansar um pouco. — Ela jogou a bolsa no sofá e se deitou no mesmo, esticando as pernas. — Estava falando com quem?

— Ah, com o pessoal do trabalho.

— A esta hora? — Olivia nunca foi ciumenta, nunca teve problemas com isso e sempre confiava no marido, mas, por algum motivo, ela ficou desconfiada.

— Sim, aproveitando para adiantar algumas coisas. Vou esquentar um banho para você. Peça alguma coisa no aplicativo para nós comermos. — Ele disse, mudando de assunto, se levantando e indo em direção ao banheiro, não dando chance para Olivia pensar em uma resposta.

Ela estava realmente muito cansada, então pegou seu celular e pediu comida, uma das suas preferidas, comida japonesa, e esperou Henry chamá-la quando o banho estivesse quente.

— Pronto, meu amor. — Ele disse voltando até a sala e estendendo uma das mãos para ela. — Vamos tomar banho.

Olivia tomou o banho, vestiu uma roupa confortável e tomou seu remédio para enxaqueca. Quando voltou para a sala, a comida já havia chegado e Henry estava preparando tudo para eles comerem. Eles comeram no sofá em silêncio, Henry fazia carinho nela o tempo todo, mas Olivia percebeu que o celular dele não estava em lugar nenhum à vista. Mas ela preferiu não dizer nada, talvez estivesse ficando paranoica.

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Nicole acordou na manhã seguinte e, para sua surpresa, Henry havia respondido. Talvez ela já esperasse esse tipo de resposta, mas mesmo assim, fez seu estômago revirar.

Henry: Hahah, você é engraçada. Vou te mandar dinheiro para pagar o aborto e um pouco para você fazer qualquer coisa, só me deixe em paz.

Esse era o tipo de homem com quem ela havia transado naquela noite, e como ela se arrependia.

Nicole pensou vinte vezes se responderia à mensagem ou não. Ela queria ameaçar Henry e dizer a ele que iria atrás dele e que destruiria seu casamento contando tudo para Olivia, mas isso também poderia fazer com que ele se protegesse, afinal, dinheiro não era um problema para ele. Então, ela resolveu simplesmente não responder mais nada.

Nicole tomou o remédio que a médica lhe receitou, faltavam apenas dois comprimidos para acabarem as amostras grátis, e ela achou melhor já voltar à consulta para pegar o que faltava.

— Oi, bom dia, eu gostaria de uma consulta com a Dra. Olívia. — Falou ao chegar na recepção.

— A Dra. não está atendendo de graça hoje, ela está com muitas cirurgias. — A recepcionista olhou Nicole de cima a baixo com um olhar de julgamento.

— É que ela me deu umas amostras grátis, e elas vão acabar em dois dias, eu só precisava pegar com ela...

— Como eu já disse, ela não está atendendo de graça hoje. — Interrompeu Nicole. A recepcionista enfatizava a palavra "de graça".

Nicole não demorou muito para entender o que estava acontecendo, e infelizmente ela não podia fazer nada.

— Tudo bem, obrigada. — Ela virou as costas e se retirou.

Ela lembrou que tinha o número da médica e resolveu mandar uma mensagem.

"Oi, desculpa incomodar, é a Nicole a quem você deu algumas amostras grátis. Eu voltei ao hospital hoje para pegar o restante, mas a recepcionista disse que você não estava atendendo. Será que amanhã você estaria?"

Acasos do Destino  (romance lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora