Acasos do Destino (romance lésbico)

VII

— Bom dia, mãe. — Nicole deu um beijo na testa da senhora que estava na cozinha preparando o café da manhã.

— Bom dia, minha filha. Dormiu bem? — Ela continuava o que estava preparando.

— Sim, muito. — Nicole sorriu e pegou um pedaço de bacon frito que já estava em um dos pratos do café da manhã e o comeu.

Assim que mastigou e engoliu o primeiro pedaço, seu estômago revirou e um forte enjoo começou. Ela levou uma das mãos até a boca e correu para o banheiro, onde vomitou o que tinha comido e até o que não tinha.

— Eca. — Ethan disse aparecendo na porta do banheiro.

Nicole alcançou a porta, fechando-a na cara do irmão que mantinha uma expressão de nojo.

Ela lavou a boca e escovou os dentes antes de voltar para a cozinha.

— Tudo bem? — A mãe perguntou.

— Sim, fiquei enjoada.

— É assim mesmo. Quando estava grávida de você, eu enjoava com tudo. — A mais velha disse.

— Ah, que legal. — Nicole forçou um sorriso. — Já vou indo para o trabalho, tá? — Ela deu um beijo na testa da mãe e na cabeça do irmão que estava sentado tomando café da manhã.

Nicole ainda estava muito enjoada, e pelo visto não conseguiria comer nada o dia inteiro. Infelizmente, isso parecia fazer parte do processo de gravidez, o que estava deixando Nicole de mau humor.

Ela terminou seu turno no trabalho e foi direto para casa, não aguentava mais estar na rua. Assim que chegou em casa, tomou banho, vestiu roupas confortáveis e deitou em sua cama. Pegou o celular para checar suas mensagens e deu de cara com uma mensagem de Henry, que havia sido enviada na noite anterior.

"Fique longe da minha mulher. Isso é apenas um aviso. Espero que eu não precise partir para a próxima etapa."

Era o que dizia a mensagem, claramente uma ameaça. Ele estava com medo de que Nicole contasse a Olivia quem era o pai de seu bebê. O pior de tudo era que a aproximação das duas era realmente apenas coincidência.

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Olivia passou o dia inteiro no hospital, trabalhando. Ela não queria falar nem ver o marido. Ainda estava com raiva do dia anterior. Não deixou que ele se explicasse e nem quis ouvir nada do que o homem parecia ter para falar. Ela estava enojada.

Os próximos dias também seguiram esse padrão. Olivia pegou plantões seguidos e dormia no hospital. Henry ligava para ela o dia inteiro, chegou a aparecer no hospital algumas vezes e, numa dessas vezes, convenceu Olivia a voltar para casa.

A médica terminou seu plantão e foi para casa. Henry a esperava lá, havia preparado um jantar especial. Colocou a mesa, acendeu algumas velas, deixou o apartamento iluminado apenas pelas luzes das velas.

— Boa noite, meu amor. — Ele disse assim que a mulher passou pela porta.

— Preparei algo para nós. — Ele se aproximou para beijá-la, mas Olivia se esquivou.

— Não estou com fome. — Colocou sua bolsa em cima do sofá e olhou brevemente a arrumação do marido. — Você me pediu para vir porque queria conversar, não vim para um jantar romântico, Henry. — Ela o encarou.

— Sim, pode me ouvir enquanto comemos, não? Fiz risoto de camarão com peixe com molho cremoso. — Disse franzindo as sobrancelhas, tentando fazer com que Olivia sentisse pena dele.

— Tudo bem. — Ela caminhou até a mesa e se sentou. O cheiro dos pratos a convenceu a comer.

Henry sorriu. O fato de a esposa querer ouvi-lo já era algo importante. Ele se sentou à mesa com ela e começou a servir a comida para os dois, logo depois, abriu uma garrafa de vinho e encheu as taças. Olivia logo começou a comer. Estava de fato com fome.