Acasos do Destino (romance lésbico)

XIX

Olivia se assustou ao ouvir batidas em sua porta, eram dez e meia da noite, ela não estava esperando ninguém.

— Quem é? — Uma voz masculina e sonolenta falou.

— Eu não sei. — Olivia respondeu. — Não estou esperando ninguém.

— Então não atenda. — A pessoa disse.

Mas a batida na porta aconteceu novamente e dessa vez mais forte.

Olivia foi até a porta e olhou pelo olho mágico. Seu coração disparou ao ver Nicole, com Brian no colo parada do outro lado.

Ela destrancou a porta imediatamente e a abriu.

— O que aconteceu? — Perguntou preocupada, elas não se viam há muito tempo, Nicole estar ali a essa hora, só indicava que algo havia acontecido.

— Precisamos conversar. — Ela entrou com Brian no colo.

Logo um homem apareceu saindo do quarto de Olivia, ele era negro, alto, tinha os cabelos quase raspados, estava apenas de cueca, com seu abdômen super definido amostra, o cara era um monstro de musculoso, o que surpreendeu Nicole, pois esse não parecia o tipo de Olivia.

— Hã... Desculpa, eu devia ter ligado. — Nicole falou completamente sem graça ao ver o homem.

— Não, não tem problema. — Olivia falou. — Ele já estava de saída. — Olhou séria pro homem.

— Claro, eu já estou indo. — Ele entendeu o recado e voltou pro quarto saindo alguns minutos depois vestindo uma bermuda azul marinho e uma camisa cinza. Ele se despediu rapidamente das duas e se retirou.

— Eu não queria atrapalhar...

— Não atrapalhou. — Ela trancou a porta e conduziu Nicole até o sofá.

— Henry quer um teste de DNA. — Falou sem rodeios se sentando no sofá. Brian dormia em seu colo.

— Que? Do nada? Ele falou com você? — Olivia não podia acreditar.

— Um procurador de justiça foi lá em casa, Henry quer seus direitos de pai. — Nicole revirou os olhos ao pronunciar as últimas palavras.

— Mas que merda... Você precisa de um advogado. — A médica falou já pegando seu celular. — Conheço um ótimo.

— Espera, Olivia. — Nicole disse colocando a mão na dela fazendo com que abaixasse o celular, a médica automaticamente desligou a ligação e encarou Nicole. — Você o conhece como ninguém, ficaram juntos por anos, o que acha que ele quer? — Perguntou se referindo a Henry.

— Sinceramente? Eu não sei. — Ela respirou fundo. — Eu achei que o conhecia, mas acho que estava errada.

— Eu o procurei quando descobri da gravidez e ele me mandou abortar... — Ela respirou fundo. — Que merda é essa de direitos de pai agora.

— A única coisa que eu posso dizer, é que Henry sempre quis ser pai, eu nunca quis ter filhos e ele sempre pareceu respeitar. — Olivia fitava o bebê nos braços de Nicole, ele estava cada vez mais parecido com Henry, mas ela não falaria isso.

— Eu estou com medo dele tirar meu filho de mim. — Ela abraçou a criança em seu colo no intuito de protegê-lo.

— Eu vou te arrumar um bom advogado, vamos resolver isso.

— Obrigada e desculpa aparecer essa hora, eu só pensei em você.

— Fico feliz que tenha me procurado. — A médica sorria. — Como ele está? Está grande. — Se referiu ao bebê.