XIII

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No dia seguinte, Olivia deixou Nicole em casa antes de seguir para o hospital para mais um dia de trabalho. Nicole conseguiu uma licença maternidade até o nascimento do bebê, graças ao atestado da médica que recomendava repouso e cuidados especiais, garantindo assim três meses remunerados.

Durante as três semanas seguintes, Nicole e Olivia se comunicaram apenas por mensagens. A médica estava sobrecarregada com um grande número de pacientes e plantões consecutivos, enquanto Nicole descansava em casa e passava tempo com sua família. No entanto, ela ainda não havia escolhido um nome para o bebê.

— Minha filha, como essa criança vai nascer sem um nome? — Sua mãe questionava, visivelmente indignada, com as mãos na cintura.

— Mãe, por favor. — Nicole revirou os olhos, cansada da insistência materna. Ela sabia que o bebê precisava de um nome, mas ainda estava indecisa. Sua mãe percebeu que não adiantava pressionar e desistiu.

Em uma noite de sábado, por volta das dez e quarenta da noite, Nicole se perguntava onde Olivia estaria. A última mensagem da médica havia sido enviada às cinco da tarde.

Quando estava quase pegando no sono, seu celular começou a tocar às três e vinte da madrugada: era Olivia.

— Oi. — A voz da médica soava animada, e ao fundo era possível ouvir música alta.

— Oi, está tudo bem? — Nicole perguntou preocupada.

— Sim, tive folga hoje, então saí com uma amiga. — Olivia respondeu com a voz um pouco arrastada, a música ao fundo agora mais baixa.

— Amiga? — Nicole não sabia que Olivia tinha outras amigas além dela, pelo menos a médica nunca mencionava isso.

— Sim. Está tudo bem? — Olivia tentou desviar o assunto.

— Está sim, estou indo dormir.

— Ah, tudo bem, bom descanso então.

Elas desligaram a ligação, mas o fato de Olivia ter saído com uma amiga sem mencionar nada a incomodou. Insatisfeita, Nicole abriu o Instagram e verificou o perfil de Olivia, mas não encontrou fotos recentes de sua saída com uma amiga. Desistindo da busca, ela finalmente adormeceu.

Na manhã seguinte, Olivia acordou com uma forte dor de cabeça, abrir os olhos era uma tarefa dolorosa devido à luminosidade. Ao se mexer na cama, percebeu que não estava sozinha; um braço envolvia sua cintura. Olivia ergueu a cabeça para ver quem era e encontrou uma mulher nua ao seu lado. Com cuidado, retirou o braço suavemente e se sentou na cama. Observou ao redor e percebeu que estava em seu próprio apartamento. Levantou-se abruptamente, na esperança de que a mulher acordasse e fosse embora.

— Bom dia. — A mulher disse, olhando para Olivia e esticando-se na cama.

— Eu preciso trabalhar. — Olivia falou, tentando sutilmente dar a entender que a moça deveria ir embora.

— Uau, foi tão ruim assim ontem à noite? — Ela se sentou na cama. — Ou você não se lembra de nada?

— Lembro, não de tudo, mas o essencial. — Olivia se recordava da noite anterior, havia conhecido a mulher em um bar enquanto saía com sua amiga. O papo fluiu perfeitamente, levando-as ao apartamento de Olivia, onde tudo aconteceu.

— Então não foi ruim?

— Não, não foi ruim, mas eu realmente preciso ir trabalhar.

— Tudo bem. — A mulher começou a se vestir.

Olivia esperou que ela saísse, trancou a porta e foi tomar um banho. A noite anterior havia sido divertida, algo que ela não experimentava há muito tempo desde o fim de seu casamento com Henry. Sentia-se livre para viver sua vida.

Acasos do Destino  (romance lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora