☕︎Nothing Breaks Like A Heart

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"Este mundo pode te machucar, te cortar profundamente e deixar uma cicatriz, as coisas desmoronam mas nada se parte como um coração..."

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Eram cerca de cinco da manhã quando levantei, eu simplesmente não consegui voltar a dormir. Tomei um banho demorado, me arrumei e segui em direção a sede da Valhalla, algo me dizia que eu precisava estar lá.

Assim que cheguei, mandei uma mensagem para Emma e Mitsuya que ficaram dormindo em meu quarto. Resolvi organizar alguns papéis e fiz uma xícara de café, eram dez da manhã quando resolvi convocar uma reunião.

- Capitã? Qual o motivo da reunião? - Alguém perguntou ao meu lado.

- Você logo saberá, os organize pra mim por favor e tire aqueles dois de cima um do outro, onde já se viu sair nos tapas ás onze da manhã? - Falei indo até o centro da sala. - Bom dia a todos, sei que isso foi muito repentino mas eu precisava comunicar algo a vocês, já se passou alguns meses desde o meu "acidente", saibam que a Valhalla não parou, mesmo de casa eu continuava monitorando o que estava acontecendo aqui dentro e eu soube que alguns de vocês andam fazendo algumas coisas que vão contra o nosso código de ética. - Falei em um tom sério, hoje pela manhã mexendo em alguns papéis da minha sala, observei uma movimentação muito estranha entre alguns membros, agora que voltei, eu pretendo colocar essa organização nos trilhos.

- Não sei do que está falando "capitã". - Um deles falou em um tom de deboche, não era novidade que alguns não aceitaram meu posto como capitã, uns por puro machismo e outros por preferirem Hanma.

Ouvi algumas risadas, eles estavam realmente compactuando com a falta de respeito desse outro cara. Alguns cochichavam sobre ser fraca demais pro posto, meu sangue subiu.

Eu já havia chegado ao meu limite, retirei minha jaqueta que era a única coisa que contrastava com o preto da minha camisa e calça.

Caminhei até ele com as mãos no bolso.

- Não gostei do tom que falou comigo, você ainda é meu subordinado. - Falei sem quebrar o contato visual, de repente todos os cochichos e risadinhas cessaram.

- Você não merece 1% do que tem, só é capitã por que era putinha do Hanma. - Ele disse rindo.

Foi então que acertei o primeiro chute nele.

- Puta do Hanma é você seu desgraçado, pensa que eu não sei que alguns de vocês ainda mantém contato com aquele traidor de merda? - Falei me referindo ao Hanma, alguns recuaram, outros me encararam em uma situação de puro pavor.

- Vai pro inferno sua vaca. - Ele disse cuspindo um pouco de sangue.

- Isso vai demorar um pouco mas eu te levarei junto comigo. - Falei acertando outro chute, ele já estava no chão. Tentou revidar diversas vezes mas em todas eu desviava. - Se eu sou capitã hoje é por que fui a única que consegui colocar ordem nessa organização, já tenho muito sangue em minhas mãos, minha mente já se corrompeu a muito tempo, não achem que por eu ser mulher, não posso matar qualquer um que pensar em me trair. - Falei agora direcionando minha raiva a cada um dos presentes. Meu tênis antes brancos agora estavam banhados de sangue.

- V-Você é fraca, já repassei toda informação que temos da Yanar para Hanma, agora você morre sua desgraçada junto com a sua família desprezível, qual é o nome dela mesmo? Sayuri? Eles vão fazer ótimo proveito do corpo dela. - Ele disse rindo enquanto ainda cuspia um pouco de sangue.

Foi então que comecei a rir enquanto quebrava seu pescoço.

- Escutem aqui, o próximo que me ameaçar ou ameaçar minha família vai acabar que nem ele, agora tirem esse merda da minha frente. – Falei indo até minha sala, deixando vários rostos aterrorizados para trás.

Eu havia matado um homem...

Um tempo depois alguém bateu na porta chamando minha atenção, era um membro da Valhalla.

- C-Capitã...nós já...cuidamos dele...- Ele falava visivelmente nervoso.

- Se acalme Toshi, reconheço sua lealdade, não vejo motivos de você estar nervoso. – Falei me endireitando na cadeira.

- É só que a senhorita falou sobre quebrarmos o código de ética mas...acabou não concluindo. – Ele dizia.

- Reúna todos por favor, eu havia me esquecido completamente. – Falei, ele assentiu e logo saiu.

Um pouco depois, saí de minha sala, meu tênis continuava manchado de sangue porém por sorte minha jaqueta continuava intacta.

- Bom, infelizmente por conta do incidente, não pude terminar o que eu falava sobre o motivo da reunião. – Falei chamando a atenção de todos.

- Era sobre o código de ética não era? Mas qual seria a infração cometida? – Toshi perguntou ao meu lado, ele sempre foi meu braço direito, um dos maiores apoiadores no dia em que me concederam o posto de capitã. Ele era dono das piores piadas, era um anos mais novo que eu e possuía lindos cachinhos pretos com alguns tons esverdeados nas pontas.

- Drogas. – Falei e senti alguns ficarem nervosos. – Vocês sabem que a Valhalla é totalmente contra a venda de entorpecentes por seus membros mas os rumores que ouvi por aí não foram dos melhores. – Falei encarando cada um deles. – Você aí, quer me contar alguma coisa? – Falei me direcionando a um garoto que se encolheu ao ver que eu havia o chamado.

- C-Capitã...o Hanma, ele...ele disse que seria seguro, me desculpe por favor. – Ele disse. – Olhe não me machuque...é só que, minha família anda passando por algumas dificuldades e...e-eu precisava ajudar. – Ele começava a chorar mas fui até ele e segurei em sua mão, surpreendendo a todos, ele ainda era um garoto que não parecia ter mais que dezesseis anos.

- Escute, eu não irei te machucar está bem? Apenas não entendo o motivo de você ter falado com aquele traste ao invés de mim.

- Desculpe capitã...é só que... – Ele tentou falar.

- Que?...- Eu precisava saber.

- Você me dá medo...- Ele disse rapidamente.

- Ouça, eu nunca pretendi liderar vocês pelo medo, já dizia o sábio Julius. – Comecei.

- Julius? – O menino a minha frente perguntou.

- É, você não conhece? Todo mundo odeia o Chris? – Ele negou com a cabeça, fiquei horrorizada, cresci assistindo essa fabulosa arte cinematográfica. – Enfim, ele dizia algo como: Pra ser realmente respeitado, jamais deve ser por meio do medo, pois se você tiver medo não terá respeito.

- Então você não quer que tenhamos medo de você? – Um deles perguntou.

- Claro que vocês devem ter medo de mim. – Falei como se estivesse sendo óbvia. – MAS, quero que tenham respeito principalmente.

- Tenho muito respeito pela senhorita, é fantástica, legal, forte e boni- AÍ - Toshi começou mas logo foi cortado por um tapa na nuca que recebeu de outro cara ao seu lado.

- Para de puxar o saco dela. – Um deles falou de modo mau humorado e todos começaram a rir. De modo discreto cheguei até o menino de antes e o puxei para um canto.

- Olha, quero prestar total assistência a sua família tudo bem? Entregue a Toshi uma lista do que precisam e providenciarei, apenas peço que jamais fale com aquele fumante sem vergonha novamente ok? – Falei em um cochicho.

- Está falando do Hanma? – Ele perguntou intrigado.

- É, esse ridículo mesmo. – Falei, o menino riu da forma com que eu me referia a Hanma e logo sorri para ele também.

Algo continuava me deixando desconfortável, desde manhã aquela terrível sensação.

Ao chegar em minha sala recebi uma ligação que fez com que minhas suspeitas se esvaíssem.

-Oi linda, sou eu, Hanma. – A pessoa do outro lado da linha falava.

You Broke Me First || Keisuke BajiOnde histórias criam vida. Descubra agora